Localizado na zona periférica de Londres em meados do século XIX, o bordel de Molly está sempre repleto de fregueses: ricos e pobres, magnatas e operários. O que nenhum deles sabe – nem mesmo as outras trabalhadoras do estabelecimento – é que a dona do prostíbulo optara por ser “mulher da vida fácil” após fugir de um casamento forçado, abrigando-se nas entranhas de um cortiço na busca indelével por liberdade.
Certa vez, no entanto, Molly é inebriada pelas propostas de um cliente: Charles O’Connor, o herdeiro de um império têxtil, deseja que ela seja somente sua. Molly, arrebatada pelas sensações provocadas pelo novo amante, se vê obrigada a questionar o modo de vida que conduzira com orgulho até então, além de testar os limites da liberdade obtida a duras penas.
Entregues à avassaladora paixão e à incrível química sexual que os unem, Molly e Charles precisarão enfrentar as represálias sociais e a moral conservadora da época para dar continuidade a este amor proibido. Mas terão de pagar um preço alto por suas decisões.
Vou começar a resenha dizendo que não me identifiquei com “A Dama de Papel”, na verdade ficava com raiva com o passar das páginas. Mas o final valeu a pena, dada a história foi o melhor final possível e isso rendeu as 3 estrelas da leitura.
Quando comecei a ler este livro fui me deparando ao longo dos capítulos com contradições, a história é repleta delas. Talvez por não conseguir seguir a linha de raciocínio eu não tenha conseguido me conectar com nenhum personagem, desde o motivo pelo qual Molly virou uma prostituta até o fato de que (sério, não entendo) um livro se tratando sobre este tema, prostituição, em uma época distante apresentasse tão poucas cenas de sexo. Talvez por isso eu o tenha achado tão mediano.
Resenha em áudio pra quem prefere me ouvir:
“- Essa é minha vida, meu trabalho, meu sustento, meu dia a dia. Não questiono a origem de meus clientes.”
Molly é dona do bordel mais famoso da região, e isso é o que você precisa saber. Assim como outras mulheres que partilham da mesma profissão ela não usa seu próprio nome e assim é capaz de esconder o seu passado. Entre muita luxúria, mimos dos clientes e gerenciar o bordel, Molly se encontra com Charles, um de seus clientes e começa a se apaixonar por ele. Uma prostituta que se apaixona pelo cliente, poderia ser uma bela história de amor. Mas não é, Molly é Molly e ela não precisa de um homem (na verdade ela precisa de vários, senão né, cade o dinheiro?). Em meio a tudo isso Charles, um homem casado, que até tem um certo status na sociedade, se vê cada vez mais apaixonado por nossa protagonista. Entre duas realidades distintas eles tentam encontrar um meio para viver o seu romance.
“- Seu tempo e seu corpo estão à venda para quem quiser deles usufruir. (…) Pois aqui estou eu, adquirindo o que o meu dinheiro pode comprar.”
Antes de mais nada vamos falar de Molly, essa personagem que eu acho tão “radical” e complicada. Começando com a motivação dela para virar prostituta, não entrarei em detalhes para não contar spoilers, mas em resumo na cabeça inteligente dela virando prostituta ela seria livre… Sim, é isso mesmo, eu até reli para ver se era… e era. Claro, ela quis dizer livre no sentido de não precisar de um marido para ganhar seu sustento, mas em troca ela precisa de VÁRIOS homens para conseguir viver, opa olha as contradições começando! Hahahaha Não adianta romantizar a prostituição, não é assim que funciona. Não é prazer, é trabalho. Não é liberdade, especialmente na época que a história se passa.
De verdade, eu tentei ver o lado dela, sobre não ser mandada por um marido, ter seu próprio dinheiro, não ter “horário de ir para cama” (ok, parei com os trocadilhos kkkk), entendi que, para ela, existiam motivos. Contudo, por outro lado não faz sentido pra mim, está certo, temos toda a questão de Molly realmente gostar de transar, ela nunca quis um romance, ela só queria prazer físico, e essa é a verdade, e ela está por todo o livro gritando na nossa cara. Enfim, a desculpa de virar prostituta para ser livre é ridícula, ela gosta de transar, e é isso. Não julgo a opção dela, vamos empoderar mais e mais mulheres, porém eu não penso que naquela época -se não é hoje em dia- as coisas fossem tão fáceis. Não creio que seja fácil ser prostituta!
E agora vamos falar de outra pessoa bem radical #SQN: Charles. Um homem casado, com filhos, perto de herdar os negócios do pai (não dei a mínima para a parte da história empresarial, porque não sou obrigada), mas que é infeliz com sua vida sexual, e quando ouve os boatos sobre a Molly, decidi ir “experimentar” pra ver se é verdade, porque ele é daqueles “só acredito, vendo” kkkkk. E lógico ele se apaixonou por ela, não, mentira, isso não foi lógico, ainda não sei porque ele se apaixonou por ela, na minha cabeça pensei que homens separavam melhor a coisa de amor e sexo, mas Charles é um romântico enrustido e misturou tudo, vai entender… e esse fato entra na lista de contradições, meu problema não foi pelo fato de ele se apaixonar por alguém tão diferente, e sim porque não vi motivo algum, nadinha de nada, para isso
com exceção do prazer e tal. E sim, eu sei que paixões podem ser loucas (pode isso Arnaldo?) mas essa não me convenceu. Sobre o amor, isso não era amor. Amor é outra coisa. E essa é a melhor forma que tenho para explicar isso.
Os personagens secundários, com exceção de um o qual me deixou meio irritada, agiram como eu achei que agiriam, nisso elogio a autora por manter a coerência com a época e os costumes (ao menos do meu ponto de vista).
“Esperou o amor, o futuro, o amanhã. Esperou rever o próprio sorriso e alguma forma de liberdade.”
O que realmente me frustrou, e que muita gente pode achar que estou de mimimi, foi em chegar até o final do livro e as cenas de sexo serem mínimas e totalmente superficiais. Ok, temos Molly, peladona na cama fazendo algo ou simplesmente só peladona, mas era tudo tão sem graça… não esperava nada tão hardcore quanto Acesso aos Bastidores, mas sei lá, não chegou nem aos pés de um romance de banca hot (sim, eu sei do que estou falando hahaha). Creio que se você já vai falar sobre o tema, então realmente FALE sobre isso, com detalhes de preferência hahahaha. Especialmente quando temos no pacote uma prostituta e diversos clientes, serei hipócrita e direi que se trabalha com isso tem que ter pelo menos alguns segredos pra mostrar pra nós leitores.
Mas vamos falar de algo que eu realmente gostei: a escrita da autora! Desde que ela descreveu bem os lugares, sem ser maçante, assim como os diálogos dos personagens são excelentes. Não sou especialista em história europeia do século XIX (e nem de nenhum outro século ou continente, falemos a verdade, não sou boa nisso e pronto) mas peguei vários pequenos detalhes pelo meio do livro que me fizeram torcer o nariz, especialmente quanto a costumes e essas coisas, mas nada muito agressivo, isso é o menor do males da história, mas pode incomodar alguns leitores. Outra coisa, o que praticamente me fez dar a nota, foi o final do livro. Realmente fez sentido, e eu super aprovei, ao menos nisso eu acho que a história teve bastante sentido.
Enfim, A Dama de Papel, é um daqueles livro em que você se vê perdido em contradições de enredo, mas nem por isso deixa de apreciar a ótima escrita da autora, e aplaude o final por ser tão realista e coerente num mar de contradições. Em resumo, eu leria outro livro dela, isto é, se não fosse continuação desse.
Oi, como vai?
Gostei da sua resenha, super sincera.
Acho que vou dar uma chance pra história porque gostei do enredo.
Beijo
http://www.livricios.com
Oie tudo bem? Não gostei muito, não faz meu tipo de livro. E vejo que nem o seu, né? Mas acontece.
Ela quis ser prostituta porque gosta de transar e não quer admitir haha. Não curti a história e_e
Oi, tudo bem? Adorei a resenha em áudio, como estou no ônibus achei melhor escutar.. Rsrsrs. (Suspiro aqui com o GIF de Norte e Sul <3)
Eu adoro livros de época, mas não sabia sobre esse livro. Percebi que tem muita contradição nessa obra e, mesmo gostando do gênero, esse livro não me despertou o interesse.
Certamente ficaria incomodada com essa questão dos costumes, porque já li tantos livros de romance de época que sei um pouquinho. Enfim, ótima resenha.
Beijos
Leitora Sempre
Confesso que eu achei a premissa interessante e, ainda, me senti incomodada com uma de suas percepções sobre a trama. Não li o livro, mas acho que entendi de outra forma a realidade da protagonista. No século XVIII as mulheres não trabalhavam, isso era apenas tarefa masculina e assim como toda pessoa, a protagonista precisaria sustentar-se e viu como único meio a prostituição. Acredito que é um alto preço a se pagar pela liberdade, mas acho que a autora foi bem feliz em mostrar esse lado da protagonista que está presente em muitas mulheres reais. Às vezes, para algumas pessoas, a liberdade vale mais do que a submissão e, acredito, isso não deveria ser questionado.
Não sei, senti que a autora colocou na trama relações que são mais reais do que estamos acostumados e isso pode chocar. Só por isso já quero ler o livro, adoro quando as autoras nos tiram da zona de conforto e nos mostram realidades muito distantes da nossa. Espero ler e não me decepcionar, pois sinto que o livro tem muito potencial.
Olá, obrigada por comentar e por ler a resenha. É difícil discutir sobre o livro levando em conta que você não o leu. O que a Debyh sentiu enquanto lia, foi o mesmo que eu. Não questionamos em nenhum momento o desejo de liberdade, mas sim o fato dela não ter pensado em outro caminho que senão este. Eu não senti na personagem que o anseio dela era liberdade, era mais como se ela apenas gostasse de sexo, e isso não é errado. Mas a forma como foi passado que não convenceu. Sobre a prostituição, sim é um alto preço. Mas em nenhum momento vemos esse preço sendo pago, apenas flores. Mas eu realmente recomendo que você leia e possa ter a sua opinião, espero que retorne aqui e que possamos agregar umas as outras com as nossas percepções. Quem sabe se com seu ponto de vista eu não posso perceber algo mais? Essa é a graça da leitura, e ter a oportunidade de conversar e discutir com opiniões diferentes é uma das melhores coisas. Aguardaremos o seu retorno.
ps: e não é pq vc tem uma opinião diferente que precisa ser anônima/o todos são bem vindos, não importando a sua opinião!^^
Eu acho que consigo entender o ponto da personagem. Que vida ingrata ter alguém mandando em você o tempo todo e não poder fazer as coisas do seu jeito. Se essa foi a forma que ela encontrou de se realizar, que seja assim. Infelizmente, naquela época, as mulheres não tinham muitas oportunidades para obter o próprio sustento.
Acho que eu não gostaria da leitura pela parte que aparece o “mocinho”, embora tenha achado o tema diferente do que temos visto por aí!
Oi, tudo bem?
Nada me atraiu na premissa de A Dama de Papel e lendo sua resenha só me certifico de que não é um livro pra mim.
Uma pena a autora ter caído em tantas contradições, mas pelo menos a escrita dela fez com que o livro não fosse de todo ruim.
Beijos :*
http://www.livrosesonhos.com/
Oiii
Nao me interessei pelo livro e sua resenha só colabora para que eu nunca leia ele.
Mas sua Playlist está ótima!!! Fazia anos que eu não escutava essa da Barata!!
Bjus
Concordo com você e acredito que a pior prisão é viver assim, dependendo de outros homens e tendo que aceitar tudo, afeeee
Ainda bem que li sua resenha, não leio esse livro por nada!
Oiiie
Boa resenha a sua e que bom que curtiu a leitura, vou deixar a dica passar pois não é realmente o que curto ler, mesmo assim, vou indicar a alguns amigos.
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Olá, tudo bem?
Gostei bastante da capa, ela por si só já chamou bastante a minha atenção, porém em relação à história e personagens não me senti muito atraída.
Que pena que não gostou do livro. A sinopse parecia interessante. Eu fico com ódio do livro quando a história começa a se contradizer rs
Um livro ao qual temos o sexo com um tema muito relevante, não possui cenas de sexo, que coisa! Bom, achei estranho essas contradições que a história se jogou, mas parece ser um livro para passar o tempo…
Abraços e até!
http://lendoferozmente.blogspot.com.br/
Oee,
Esse assunto não me interessa, então acho que não leria ele :/
Étreintes!
http://lendocomobiel.blogspot.com.br/
Colocar Geni como playlist foi sensacional hahaha
E gente, que resenha é essa, toda vez que comento aqui, tenho que dizer o quanto as resenhas desse blog são ótimas!
E quanto ao livro, eu não leria, odeio livros com contradições e apesar deste valer a pena, eu não encararia!
http://ocasulodasletras.blogspot.com.br/
Oi oiii!
Apesar de ter quase certeza que vou me irritar bastante lendo esse livro, fiquei curiosa.
Acho que o fim da sua resenha que me conquistou e me deixou curiosa pra saber como a autora foi realista e coerente em meio a todas as contradições.
Espero poder ler em breve!
Beijinhos.
Olá!
Gostei muito da sua forma de abordagem na resenha, deu para perceber que você foi bastante sincera e eu adoro isso, afinal, você deve isso aos leitores.
Falando da resenha especificamente, odeio contradições nos livros e não o leria. O primeiro motivo é esse que citei e o outro é o fato de ser um pouco hot; eu não gosto, haha.
Beijo.
Oie, tudo bom?
Realmente falar que entrou para a prostituição por causa da liberdade é uma grande contradição. Não conhecia o livro, mas fiquei curiosa mesmo com os problemas da narrativa. Um ponto que destaco na resenha é a escrita da autora que parece ser fluida.
Também me incomodaria coma falta de cenas de sexo por causa da premissa do livro.
Beijos,
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Hey,
Não li esse livro, mas em relação as contradições que você apontou consegui concordar com você. Principalmente no motivo dela para se tornar prostituta. Acho que liberdade é algo um tanto distante para essa profissão, principalmente se formos considerar a época em que a história está inserida. Acho que esse seria um livro que eu deixaria passar tranquilamente. Nem a historia nem os personagens me chamaram a atenção.
Beijos,
Dois Dedos de Prosa
Não curto esse tipo de história
Sua resenha ficou maravilhosa, e eu adorei essa resenha em áudio, o blog está cada vez melhor
Beijos