A fascinante história de uma mulher que deve arriscar tudo para caçar o homem que moldou seu passado e ameaça roubar seu futuro: seu pai.
Helena Pelletier tem um marido amoroso, duas filhas lindas e um negócio que preenche seus dias. Mas ela também tem um segredo: é fruto de um sequestro. Sua mãe foi raptada quando adolescente por seu pai e mantida em uma cabana nos pântanos do Michigan. Nascida dois anos depois do sequestro, Helena amava sua casa na natureza e, apesar do comportamento às vezes brutal do pai, ela o amava também... Até perceber o quão selvagem ele poderia ser.
Vinte anos depois, ela já enterrou seu passado tão profundamente que até o marido não sabe a verdade. Mas agora seu pai matou dois guardas, escapou da prisão e desapareceu. A polícia começa uma caçada, e Helena sabe que não irão descobrir nada, pois apenas uma pessoa, treinada por ele mesmo, tem as habilidades para encontrar o sobrevivente que o mundo chama de Rei do Pântano. E essa pessoa, claro, é Helena
Olha o nome deste livro: A Filha do Rei do Pântano. Olhe essa sinopse e me diga se não é impossível não querer ler esta coisa?! Eu tenho um fascínio meio estranho com casos de sequestros, especialmente os com final feliz. Odeio quando o final não é feliz, esses eu passo porque não sou obrigada. Daí quando esse livro me dá a possibilidade das coisas darem certo, com uma rota de vingança eu obviamente fui comprada totalmente pra proposta do livro. Apesar dos pesares, gostei bastante da leitura, foi inesperadamente gráfico e com um final satisfatório.
A protagonista do nosso livro é uma jovem que ficou famosa cedo, na verdade a mãe dela era a pessoa famosa já que ela havia sido sequestrada por anos. Quando Helena tinha 12 anos ela e sua mãe foram recuperadas e a vida se tornou o mais normal que poderia… exceto que o passado não queria ficar enterrado.
“Se eu pudesse saber de tudo isso antes de acontecer, teria feito diferente? Claro. Mas é preciso aceitar a responsabilidade por suas decisões, mesmo quando elas não têm o resultado que se esperava.”
Nossa protagonista é uma jovem chamada Helena e foi criada nos pântanos e que só conversou/viu duas pessoas em toda a sua vida: sua mãe e seu pai. Helena nunca tinha ido ao colégio, visto energia elétrica ou vislumbrado qualquer tecnologia, que é tão comum para todos nós, além disso ela também não tinha convívio social. Quando é resgatada pela policia, Helena sequer sabia que estava sequestrada. Após o resgate Helena sofreu bastante para se adaptar numa sociedade onde habilidades sociais eram requeridas, sua vida até então não havia a preparado para um mundo com milhares de outras pessoas. Além de socializar, ela também teve que aprender as regras sociais mais básica, como por exemplo: fazer fila. O tempo passou e a jovem conseguiu ter uma vida normal com seu próprio negócio, dois filhos e um marido. Só que todos sabemos que a vida feliz vai ser totalmente perturbada porque o passado, especialmente quando escondido, teima em retornar.
“Tenho consciência de que algumas pessoas acharão certos aspetos da minha infância ofensivos. Por exemplo, pessoas que não caçam podem ficar transtornadas por saber que tinha seis anos quando o meu pai me ensinou a atirar.”
Nos dias atuais Helena trabalha com geleias e tudo vai bem, em um dia qualquer após levar sua pequena filha Mari pra brincar na praia a mulher perde a hora volta correndo pra poder recepcionar sua filha mais velha. Enquanto buscava uma estação de rádio escuta notícias cortadas sobre um prisioneiro que fugiu, estava armado e era perigoso. Em sua fuga matou dois policiais o que torna toda a situação ainda mais assustadora, mas não para por aí o tal fugitivo está em direção à natureza próxima da onde Helena mora com sua família. Tudo já era ruim, mas quando o nome do fugitivo é divulgado aí sim que a mulher começa seu desespero. ERA SEU PAI! O pai que, bem, ela ajudou a colocar na cadeia.
O fugitivo nada mais é do que Jacob Hollbrook seu pai, aquele pai que sequestrou a sua mãe e ela mesma. Além de diversos outros crimes contra crianças na conta do seu querido pai. Preciso dizer que ela foi peça fundamental para colocá-lo atrás das grades em sua condenação de prisão perpétua? Enfim, antes de que a notícia fosse digerida a polícia chega em sua casa perguntando se ela tem ideia de onde ele poderia estar e do que ele era capaz. Ele está na floresta e esse é o ambiente que seu pai se torna o maior predador e ela é a pessoa que mais compreende essa verdade. Quando seu marido sugere que eles partam para a casa dos pais dele até que o pai dela seja preso novamente, Helena nega essa opção para ela mas envia seu marido e filhos para segurança. Ela diz que pretende ficar pra ajudar a polícia, mas o que ninguém mais sabe é que ela mesma pretende ir atrás dele. Afinal, ela foi a pessoa que mais passou tempo, e quem sabe mais sobre seus hábitos. Ele ensinou tudo pra ela e agora ela vai ter que usar isso contra ele.
“O que me incomoda mais do que a forma como o meu pai matou o homem é que ele nem sequer tinha que o matar.”
O livro vai alternando entre o passado e o presente, dá pra ver que apesar de ser um monstro ele ainda foi o pai dela. Foram muitos anos de convívio e a luta dela sobre os sentimentos que tem com seu pai é real. Ela amava o pai, idolatrava ele até, mas ao ser o Rei do pântano, Helena teve de destruir todos os sentimentos que tinha por ele afinal nem sabia se ele amava ela. E é aqui que temos algo novo pra mim, o ponto de vista de quem nasceu presa ali e o mundo todo é aquilo, aquele sequestro. O quarto me deu um pouco dessa sensação, mas ele ainda era jovem e esteve preso. Helena tinha uma vida ali no meio da natureza, ela teve uma infância e ela amou seu pai. Exceto que ele era um monstro e ela não tinha como saber disso. Helena é uma protagonista quebrada, mas também é corajosa. Sabe o pior? Quem a ensinou a ser corajosa foi o pai. Pode ser complicado para algumas pessoas lerem sobre o excesso de matança de animais (e até pessoas) que temos aqui, mas essa é a realidade daqueles que viveram no pântano. Mas, enquanto o livro continua vamos percebendo alguns pontos que estão vazios… Helena não se lembra de tudo. E será que vai ser bom que ela lembre? Mas, ela terá que enfrentar essa situação porque tudo isso é a jornada dela para garantir a segurança da sua família e dela mesmo.
“[…]queria fazer o que era certo, e, outras vezes, não queria.”
Acho que a lição mais complicada e dura deste livro é sobre fazer a coisa certa mesmo quando é tão complicado, não muitos teriam coragem de fazer a coisa certa e entregar aqueles que amam. Essa dualidade entre o monstro lá fora e o pai em casa é muito complexa, te faz pensar sobre o que faria no lugar da Helena, mesmo que o comportamento seja abusivo era tudo que a Helena conhecia. A violência, física e psicológica é bem forte no livro, e o suspense vai gradativamente aumentando e aumentando. Foi uma visão bem nova de um captor, porque realmente fazia sentido o vínculo deles. Especialmente quando a Helena tem que encarar a realidade da natureza da relação dela com o pai e questionar se ele realmente a amava como filha. Sobre o lado ruim, gostaria de salientar que temos muitas cenas de matança de animais, vem em forma de caça mas é bem detalhada e sangrenta. Eu pessoalmente acho que faz parte do contexto do livro e a vida selvagem, mas é sempre bom avisar. Também nessa vibe tenho que dizer que nos flashbacks do passado e da vida isolada no pântano tudo é bem descritivo e pode incomodar algumas pessoas pelo excesso de informações que não interessam em nada pro andamento da história, e de novo eu gostei dessa sensação de estar parado porque a vida deles era como se estivesse presa, parada mesmo. Tem também algumas falhas de enredo que pra aceitar temos que forçar um pouquinho da descrença, como por exemplo as tatuagens no rosto e o fato de ninguém reconhecer a menina, e o descaso com a mãe. Mas foram pontos que não estragaram o livro pra mim.
A escrita da autora é muito deliciosa de ler, e o presente e passado alternando foi algo muito bom de acompanhar. A capa não é das que mais me agradam, mas eu realmente gostei da leitura. Foi arrepiante porque o vilão não era apenas um homem sádico, mas também o pai da protagonista, não é uma leitura fácil contudo eu consigo visualizar pessoas assim no mundo. É um livro pesado, com muito abuso físico, mental e uma pitada de psicopatia pra todo mundo, mas que funciona no universo do livro e me fez gostar bastante.Recomendo, mas já informo que é bem obscuro e gráfico em termos de violência. Não é inovador e nem inventou algo novo no gênero, mas trouxe situações inesperadas com uma personagem não tão carismática porém que adoramos justamente por seus problemas sociais e a dualidade entre ser o monstro que seu pai era ou ser a mulher que sua mãe queria.
Eu gostei bastante da sua resenha. Sério. Mas confesso que eu achou essa capa tão feia. Mas isso sou eu claro.
Não me vejo lendo esse livro por hora. Quem sabe futuramente. Mas ainda assim eu goste mesmo de conferir sua opinião. Sempre boa.
Beijos.
Olá, tudo bem? Caramba, que livro é esse??? Gente, tô chocada, hahaha! Confesso que fiquei bem curiosa para ler a obra, mas acho que vou ter que me preparar um pouco antes, porque parece ser mesmo uma leitura bem pesada. Adorei a resenha e dica!
Beijos,
Duas Livreiras
Mana, a capa do livro é horrivel, eu até passei reto quando vi ele na livraria, mas ai minha esposa leu a sinopse e disse que o livro é a minha cara e realmente é mesmo hahahahahah pra você ver como a gente não pode julgar algo pela capa hahahahahahahha
Adorei a resenha e eu tô louca pra ler agora, amei! <3
O título chamava a minha atenção mas eu não sabia sobre o que exatamente era a história. Achei bem interessante e forte termos essa personagem com sentimentos conflitantes sobre o pai. Ótimo post!
Eu tô doidinha querendo ler esse livro desde o Mochilão da Record. Mas, cadê tempo de encaixá-lo??
A história parece acontecer de forma muito dinâmica e eu esto muito desesperada pra arranjar tempo de participar de todo esse mistério. Apesar que parece dar uns nervosos e medinho também. hahahaha
Beijão
O livro aparentemente trata de síndrome de Estocolmo né? Essa relação dela com o sequestrador, que no caso é o pai. Parece um livro bem interessante, mas já na sua resenha achei estranho eles meio que cagarem pra mãe dela kkkkkk vou salvar a indicação porque eu vi muito esse livro no bookgram!
Olá, tudo bem? Estou com esse livro aqui na estante, mas agora fiquei duvidosa em lê-lo por conta dos diversos tipos de violências representados. Suspense já é um gênero fora da minha zona de conforto literária, por isso seria algo já “arriscado”, e não sei se no momento estaria preparado para algo do tipo. Quem sabe futuramente? Até porque sua resenha me deixou instigada. Adorei!
Beijos,
http://diariasleituras.blogspot.com/