Neste clássico da literatura, cinco abolicionistas feitos prisioneiros na Guerra de Secessão conseguem fugir em um balão e passam cinco dias viajando. Porém, por conta de fortes tempestades, o grupo cai em uma ilha desconhecida, e eles precisam agora compartilhar seus conhecimentos para sobreviver às intempéries e às privações do lugar. Aos poucos, conseguem dominar o fogo, conceber artefatos úteis, cultivar alimentos, criar animais e até fazer experimentos, que lhes permitem preparar nitroglicerina. O grupo logo perceberá uma presença oculta na ilha, que parece sempre ajudá-los nos momentos cruciais, mas que não revela sua identidade.
Lembro de ter lido alguns livros do Júlio Verne quando era mais nova, porém nunca tinha lido A Ilha Misteriosa antes. Mas as edições que eu lia eram aquelas bem resumidas e que se perdia quase metade da história. Naquele formato ‘mais fácil’ de se entender, e mesmo com versões assim eu tinha gostado muito do que a leitura dele propõe com suas aventuras.
Em meio a uma ilha que eles não fazem ideia de onde fica, nossos náufragos desejam construir o suficiente e assim serem os colonos daquela ilha. Então após alguns acidentes surge uma dúvida: a ilha é realmente totalmente desabitada? Porque ela aparenta esconder um mistério que os intrigam com o passar do tempo.
“Seus companheiros o haviam seguido com ansiedade e, quando desapareceu, todos tornaram a olhar para o pedaço de terra que lhes ia server de único refúgio.”
Com um balão de ar quente os abolicionistas conseguem escapar da prisão. Porém as coisas dão errado em vários pontos, desde o clima não ajudar até a ficarem sem rumo por dias e dias. Quando enfim acham (são salvos) uma ilha, percebem que estão sozinhos nela e assim começam suas vidas como colonos desbravadores. E isso significa tentar sobreviver e tirar o máximo que a ilha os proporcionam.
Eles são: um engenheiro, um jornalista, um criado, um marinheiro e um jovem aprendiz de navio. E junto deles um cachorro (muito importante, um cachorro é sempre o mais importante). Com suas habilidades aos poucos eles tentam desbravar a ilha e construir assim uma vida mais confortável já que não parece tão fácil sair dela, resumindo não sairão tão cedo. Quando algumas coisas misteriosas começam a acontecer eles começam a pensar se realmente estão sozinho naquela pequena ilha.
“O tempo lhes era pouco, pois precisavam, com urgência, prover as necessidades de subsistência. Aproveitando a experiência adquirida, não precisavam inventar, mas apenas fabricar.”
Este é daqueles clássicos que não tinha lido antes, mas que obviamente já tinha ouvido falar. Claro já li algo do Verne, mas este em específico foi novidade para mim. Falando um pouco sobre eles serem ‘presidiários’ na verdade seria uma espécie de prisão de guerra (não sei se é exatamente este o nome), ou seja, por conta da Guerra Civil dos EUA (aliás o livro se passa durante a década de 1860).
A história se concentra em como estes fugitivos viraram ‘náufragos do ar’ por ser um balão e não um navio e assim foram levados a viver em uma ilha selvagem. Então começam às questões de sobrevivência desde arranjar comida até ir melhorando tudo aos poucos (como por exemplo a habitação deles). E, nossa, eu realmente fiquei fascinada com o quanto eles conseguiram fazer sem ter praticamente nada de ferramentas ou outras coisas, e sinceramente sem o engenheiro, Cyrus, mais da metade das coisas seria impossível. O homem era muito inteligente hahahahaha. Porque se você consegue descobrir em que parte da Terra está sem bússola e sem nada mais, você tem que ser muito inteligente! E isso foi só uma das coisas que ele fez, eu ficava espantada com o quanto ele melhorava a vida de todos tendo o conhecimento de engenharia (e matemática, muita matemática, e você achando que não servia na vida real hein?). Foi fascinante de se acompanhar o progresso e as ótimas ideias.
Os outros personagens também tiveram sua parte no feito de colonizar a ilha. O marinheiro, Pencroft por exemplo, tinha ótimos conhecimentos em caça e isso foi tipo uma grande ajuda (comida é essencial), mesmo que o pessimismo dele às vezes me irritasse, porém ele melhorou com o passar do tempo. O jornalista, Gideon, o qual achei que nem seria de grande ajuda, como ele era jornalista de guerra estava acostumado com a escassez e trabalho duro então foi de grande ajuda sim. Já Nab, o criado desde sempre de Cyrus, e Harbert, o mais jovem de todos, servem como mão de obra para tudo, mas também aos poucos vão aprendendo mais e mais coisas. Além deles temos o cachorro do Cyrus, o Top, este o nome dele mesmo gente hahahahaha. ♥ Que tenho que dizer que também foi de grande ajuda para os momentos misteriosos e bom andamento do enredo. Falando um pouco destes momentos eles foram meio que como entre a vida e a morte, como se algo os estivesse ajudando e fosse realmente seu anjo da guarda. O que levanta o mistério se eles realmente estavam sozinhos na ilha, ou não.
“Todos os colonos concordaram. Havia um mistério na ilha! Havia uma força oculta favorável aos colonos, mas que espicaçava a curiosidade de todos! Haveria algum ente misterioso escondido nas profundezas da ilha?”
Eu amei a história do começo ao fim, as descrições foram ótimas e realmente deu para imaginar bem o cenário.
O mistério foi na medida certa, e mesmo que o livro se trate principalmente da vida deles na ilha, nada foi entediante para mim, muito pelo contrário, fiquei fascinada com o progresso deles. Essa edição que eu tenho é do box Grandes Obras de Júlio Verne da Nova Fronteira, que é muito lindo. Todos em capas duras, este tem detalhes em laranja fluorescente (nunca o perderei na estante hahahaha) e o acabamento é bem lindão mesmo.
A Ilha Misteriosa é um daqueles clássicos que tem todos os elementos de aventura dos quais eu amo sempre ler. Aquele tipo de aventura que você precisa ler, e que sempre acrescenta algo. Se mantenha a salvo, procure algo para comer e arranje um bom lugar para dormir, porque não vai dar pra sair tão fácil desta ilha misteriosa.
É impressionante como se tem livros clássicos que muita gente ainda não conhece, eu não sabia sobre esse livro e achei a premissa dele muito interessante. Adorei ver a sua resenha sobre ele e de poder conhecer um pouco sobre o livro.
Eu sempre tive vontade de ler alguma obra do Verne. Inclusive tenho “A volta ao mundo em 80 dias” na estante em uma edição bem antiga. Gosto de histórias de aventuras, por mais que não sejam o meu foco quando procuro uma leitura ou um filme. Será que devo começar pelo o que já tenho na estante ou por “A ilha misteriosa”? Confesso que as duas tramas me interessam bastante!
Oi Debyh, eu amo os filmes inspirados nos livros do Julio Verne, mas já pude ver, inclusive pela tua resenha, que há várias diferenças. Eu li “Viagem ao centro da terra” gostei bastante, mas é completamente diferente do filme. O autor tinha isso de nos deixar presos na leitura, ansiando por saber o que viria a seguir. Gostei muito deste que tu resenhou, também quero ler.
Bjos
Vivi
A nova fronteira tem lançado edições lindíssimas, fico cada vez mais apaixonada. Eu quero muito ler Verne porque sinto que como leitora, vou me sentir mais completa, adorei sua resenha e só fiquei com mais vontade ainda!
Acho tão legal quando o autor consegue descrever os cenários sem cansar o leitor e de uma forma que ele consiga imaginar as cenas. Este eu não li ainda.
Bjs, Rose
eu adoro o julio verne, mas só li a volta ao mundo em 80 dias e 20mil leguas submarinas
acho as histórias dele sensacionais e pretendo ler esse aora que vi sua resenha, fiquei muito interessada
Oi Debyh, como está?
Esse com certeza é um dos livros menos conhecidos do Julio Verne, já que eu não vejo muitas resenhas dele por aí e até acho que estava fora de catálogo há uns bons anos antes dessa edição ser lançada. Adorei a tua resenha e conhecer mais sobre “A Ilha Misteriosa”.
Abraços e beijos da Lady Trotsky…
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