Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.
Sim, “As Vantagens de ser Invisível” é aquele filme protagonizado pelo ator que faz o Percy Jackson, Logan Lerman, e tem como principais coadjuvantes Erza Miller (Precisamos falar sobre Kevin) e Emma Watson (Saga Harry Potter), mas não irei falar sobre o filme (que também é ótimo), mas sobre o livro.
A história me chamou muita atenção por ser escrito em formato de cartas, acontecer no início dos anos 90, e ser narrada em primeira pessoa pelo protagonista, Charlie, um garoto de quinze anos, o mais novo de uma família normal dos EUA com três filhos, e que está começando o colegial.
Desde o início você percebe que Charlie não é um garoto comum, e não, ele não tem superpoderes ou coisa assim, mas estou falando psicologicamente. A narração é completamente introspectiva, e há momento em que ele perde completamente a linha de raciocínio e começa outro, que você, talvez, só vá entender no final do dia, ou do livro. Porque “talvez”? Como havia mencionado, bem, Charlie não é um garoto ordinário.
“- Eu me sinto infinito.”
Sam e Patrick são meios-irmãos veteranos que estão em seu último ano, e que, de repente, estão na vida de Charlie.
Eles são o porto-seguro, que desviam o protagonista dos próprios problemas. Enquanto Sam tem uma notória baixa estima devido aos abusos sofridos quando criança, e Patrick é gay, o que duas décadas atrás (sim! DUAS décadas) não era um assunto muito aberto para discussão, Charlie é o “invisível”.
O papel que Charlie assume no livro não é o de ser o centro das atenções, ele é o ombro amigo, o que escuta e está sempre lá para te apoiar… Não é o que mais queremos de um amigo? Que ele escute, guarde pra si, e compreenda? Bem, é exatamente isso que observamos em Charlie, enquanto somos instigados por um ponto de visto bastante simplista e introspectivo, que nitidamente evita falar sobre si, mas muitas vezes me gerou uma cumplicidade de “evitar pensar no assunto”. A dúvida real que me foi colocada foi quando questionei a respeito da sinceridade, lealdade, e reciprocidade entre amigos, e como isso pode afetar uma amizade.
“Você é minha melhor amiga”. Foi o que eu consegui dizer.
As atitudes de Charlie, e seu posicionamento, são explicados no decorrer da leitura, e é o foco principal de As Vantagens de Ser Invisível, então, não irei entrar em detalhes, por isso, irei falar da vontade enorme que criei de escrever após a leitura. Quantos autores são capazes de lhe proporcionar isso? E é por isso que eu também parabenizo ao autor, o Sr. Chbosky, que foi capaz de escrever um livro que aborda assuntos polêmicos de uma forma completamente simples e pacífica. Terminei o livro em horas.
Quando assisti ao filme, fiquei completamente alucinada, pois ele é daqueles que, quando você o termina, sente que algo mudou na sua vida, mas quando terminei o livro, nossa, foi como se eu quisesse por em prática todas as mudanças de pensamento que me ocorreram. Foi uma surpresa. Então se você o lê esperando procurar um sentido na sua vida, aconselho que não o faça, recomendo que se leia “As vantagens de ser Invisível” sem compromisso algum, e posso lhe garantir, que você irá passar a valorizar mais seus próprios pensamentos e os pequenos momentos do seu cotidiano, pois é neles que nos sentimos “infinitos”.
“- Charlie, a gente aceita o amor que acha que merece.”
Eu simplesmente amei a resenha! ate porque eu ameii o filme e to DOIDA pra ler livro! <3
Ainda não tive oportunidade de ver o filme, mas o livro é realmente algo… Não sei, diferente talvez.
Acho que quando li o livro eu não estava em uma época boa pra compreende-lo. Mas é inegável o quanto ele é tocante e proporciona uma mudança.
Enfim, sua resenha ficou muito bacana!
Beijitos
Amooo!!! É delicioso, doloroso e meigo. É tocando ao ponto que é frágil. Adoro muito!!
Obrigada pela resenha!!!!
E concordo quando vc disse que os infinitos estão no dia a dia <3
é um livro que me tocou de forma diferente, eu estava muito sozinha quando o li e por isso eu entendi e fui tocada profundamente.
Amo o livro e a trilha sonora. É bem um tapa na nossa cara nao acha? Veja se ele escreve será para nós, pó ng é capaz de ajuda-lo?
Simples, pq nós nao ajudamos ng! Triste mais verdade