Em Benefício na morte, Robin Cook está de volta com mais uma história eletrizante envolvendo pesquisas científicas sem precedentes e questões éticas na medicina, ambas sujeitas à ação maligna de pessoas gananciosas e sem escrúpulos. Pia Grazdani é uma estudante de medicina de inteligência excepcional. Em estreita colaboração com o geneticista molecular Dr. Tobias Rothman, da Universidade Columbia, ela trabalha na pesquisa que tenta criar órgãos de reposição para pacientes crônicos, o que poderia revolucionar a saúde pública. Através desse estudo, Pia espera ajudar milhões de pessoas. Porém, quando o laboratório vira palco de uma tragédia, Pia se vê obrigada a interromper suas pesquisas e começa a investigar, com a ajuda de um colega de turma, o que teria causado o desastre no laboratório de biossegurança. Enquanto isso, dois gênios de Wall Street pensam ter achado mais uma mina de ouro na multitrilionária indústria de seguros de vida, e concentram todos os seus esforços na tentativa de manipular dados atuariais e securitizar apólices de seguro de vida de idosos e doentes crônicos – uma fonte potencial de fortunas incalculáveis. Quando Pia e George investigam mais a fundo, uma pergunta começa a rondá-los: será que alguém estaria usando informações de seguros de vida particulares para permitir que investidores se beneficiem da morte de terceiros?
O que dizer de um livro que não tem final? Não, o Benefício na Morte não tem final conclusivo no meu ponto de vista. E eu fiquei louca procurando por ele, imaginando ele, e pesquisando se por acaso não tem continuação (não tem). Depois de uma boa noite de sono, ainda continuo imaginando o que pode acontecer depois de que toda a trama do livro foi jogada no ventilador. Uma semana depois cheguei a conclusão que na verdade não interessa. E não porque você tem a liberdade de imaginar e chegar no seu próprio final sem que o autor te contradiga, mas porque a história em si nunca girou em torno do ‘que vai acontecer’ mas sim do ‘porque aconteceu’.
Aviso: spoilers. Não achei melhor maneira de falar desse livro.
Ainda com a revolta do final-não-final, conclui que Robin Cook é um sádico que quer me fazer sofrer com a expectativa do nada. Literalmente do nada, porque não vai ter continuação. Ao mesmo tempo, Robin Cook é um artista, por transformar sua carreira em uma maravilha literária. Antes desse livro eu não sabia quem era este homem, e nem que ele é conhecido por várias outras obras das quais eu já vi os filmes. Com Benefício na Morte eu virei uma fã que vai comprar todos os livros e depois virar tiete só para continuar o clichê.
O começo do livro eu achei um pouco monótono, girando em torno apenas de Pia e dos poucos detalhes de sua vida que a fez chegar onde ela está. Pia é uma estudante de medicina da Universidade de Columbia, muito inteligente, prática e anti-social. Me identifiquei demais com ela, começando pelo inteligente (não sou humilde) e terminando no anti-social. Ela é uma daquelas pessoas que você facilmente consegue odiar sem nenhuma explicação plausível. Aqui no nordeste falamos “o santo não bateu”. Ela não se insere no contexto de “normal” da sociedade e não vê o porque dos outros acharem isso dela. Na conclusão, ela é uma pessoa difícil que por trás tem um passado doloroso, então eu dou todos os créditos para que ela seja como é.
“- (…) Acho que das coisas que não entendo, a principal sou eu mesma. Acho que você se conhece, e é por isso que consegue dizer que ama alguém, como fez comigo.”
Eu dividiria esse livro em 3 universos: o de Pia, dos empresários, e dos bandidos. O de Pia (que se passa na Universidade de Columbia) é tipo um passeio sobre a medicina que vai te deixar curioso ou super confuso sobre o avanço da tecnologia junto com a ciência. Especialmente por que Robin é formado em medicina então ele entende do assunto, enquanto eu como pobre leitora e formada em administração nem lembro metade do que aprendi em biologia na escola. Sério, nem metade. Com Pia estão, o George, que corre atrás dela como um adolescente apaixonado, o Dr Rothman, que também tem sérios problemas para se relacionar com outras pessoas, e vários outros personagens que não chegam a ser importantes na trama.
O universo dos empresários é o que me deixou um pouco desconfortável. Não pela maneira como os personagens foram construídos, mas pelas decisões deles. Sabe, acredito que para chegar onde eles estão, é preciso muita inteligência e astucia para aproveitar as oportunidades ocultas da vida, e foi isso o que eles fizeram. Eles tiram beneficio na morte das pessoas. Basicamente, o que eles fazem é comprar os seguros de vida milionários de idosos por 15 ou 10% do valor original. Cruel ou não (não quero discutir isso aqui), é um negócio e eles o desenvolveram maravilhosamente bem, até que apareceu um problema. É aqui que meu desconforto começa, pois como duas mentes tão inteligentes se deixaram levar em desespero tão radicalmente em tão pouco tempo? Eu sei, faz parte da trama, e se não fosse assim não haveria trama… Mas que me deixou em pé de guerra com meu eu capitalista, me deixou.
“Outro pensamento que ocorreu a Edmund estava se mostrando impossí
vel de ignorar. Aqueles médicos estavam destruindo a atividade profissional dele. Era por culpa daqueles pesquisadores que se achava em tal situação, e de forma alguma iria deixá-los escapar impunes.” (…) “- É fácil – respondeu Jerry. – Você o mata.”
Os bandidos? O que falar sobre eles? Só uma palavra: verdades. Não sei se vocês sabem, mas teve uma época em que a palavra de um ‘homem’ (estou citando o ‘dizer’, homem esta no sentido de pessoa) era de confiança, e não se necessitava de três mil contratos assinados para poder provar depois o que foi e o que não foi. Os bandidos, albaneses nesse caso, selam seus ‘contratos’ com apertos de mãos (fica obvio o porque de não assinar um contrato mas esse não é o ponto). Outro fato curioso é que eles não podem mexer com a família de gangues conhecidas ou que sejam da mesma nacionalidade. É como um código de conduta não escrito para gangsters. Para todo o resto vale qualquer coisa, e é aqui que eles perdem minha possível admiração.
(Pausa para o cafezinho.)
Enquanto isso no Starbucks: “As mesas para dois estavam ocupadas, na maioria, por indivíduos com laptops. Quem são essas pessoas? Era o que Jerry se perguntava. Será que não tinham casa? Nem escritório?”
Com o livro dividido entre universos de personagens diferentes, eu ainda tenho outra divisão: o ambiente dentro e o de fora da universidade. No ambiente dentro da universidade se destaca muito o envolvimento de Pia com a busca incessante por culpados. Mostra os limites que a burocracia impõe nesse caso e como conhecer quem está ao seu redor (mesmo os mais chatos) é importante para formular premissas que se encaixam com o dia-a-dia das pessoas. Mesmo os personagens que não impactam na trama são bem construídos, em nenhum momento fugindo do papel que lhes foi designado. Apenas Pia, que no decorrer da história, vai se mostrando mais e mais, conforme sua história de sofrimento vai sendo contada.
Ainda nesse ambiente não fica claro até que ponto a influencia do ‘mal’ chegou, já que quando tudo é jogado no ventilador, o livro acaba.
O ambiente fora da universidade é um pouco mais violento
(tão violento como Louis Tomlinson lutando boxe, há) já que em teoria há muito mais o que perder, e as regras são diferentes. O clima de bang-bang fica mais para o final do livro, ou seja, eu fiquei super ansiosa depois da metade do livro até que ele acabou. Pia sai da universidade para continuar sua busca pelos culpados, é pega pelos bandidos (ops, spoilers) e começa meu sofrimento de saber o que vai acontecer com ela. E com um pouco do sentimento méh-eu já imaginava, o passado de Pia retorna das trevas, não sei se para assombra-la ou salva-la, talvez um pouco dos dois.
“Pia bufou em sinal de despreza. Pelo visto a única pessoa que podia salvá-la era o pai dela, a pessoa menos provável no planeta, o cara que lhe parecia menos confiável e mais odioso, o homem que tinha sido a causa de todos os sofrimentos pelos quais ela havia passado.”
Quase terminando minha chuva de spoilers/resenha um pouco mais de Pia Grazdani:
“- (…) Acho que fizemos juntos aquele curso, na cadeira de psicologia do primeiro ano, aquela parte sobre pessoas que têm problemas de personalidade e que nunca aceitam que são elas as diferentes. Por isso, se estão marchando, se marcam o passo com o pé direito enquanto todos os outros marcam com o pé esquerdo, elas dizem com inabalável convicção que os outros estão marchando errado, e ela não. Acho que sou assim.”
Já que foi escrito por alguém que entende do assunto, e no mínimo pesquisou sobre isso, tenho isso como verdade médica. Mas não como uma verdade que eu levaria para minha vida. Eu não acho que tenho problemas de personalidade, e nem que sou diferente de todo mundo o tempo todo. E também acho que Pia não é assim, pelo menos pelo o que conheci dela no livro. Continuo dando ênfase de que Pia é diferente por que ela sofreu traumas diferentes. Ela não teve o problema do tipo ‘mamãe, ele roubou meu biscoito’ mas do tipo ‘passei minha infância e adolescência em um orfanato sofrendo’. E digo isso porque sinto que ela seria uma personagem difícil de compreender no começo, o que poderia desestimular muita gente ao ler o livro. Mas acreditem, folks, ela é maravilhosa. É uma heroína escondida em uma trama predominante de homens.
Só terminando meu desabafo desesperado lá do começo: o livro não tem final. Ele não tem e ponto. Com isso concluído, venho a dizer (
de novo) que Robin Cook (é meu pastor e nada me faltara) é um escritor que merecia ganhar o meu prêmio de melhor livro dos livros com esse tema da ficção que eu já tenha lido (faz sentido?). Leiam, porque é interessante, porque é diferente, e porque vocês gostam de aprender mais sobre o mundo.
Rindo litros com sua resenha. Fiquei bem intrigada com esse livro e muito curiosa para ler. Como assim, não tem final? Alguém escreva para o autor ou para a editora e avisa que está faltando páginas na obra!!!! kkkkkk Bjs
Território nº 6
Irei twittar pra avisar, pq me deixaram doidinha xD
Li outro livro do autor, e curti bastante. Pelo jeito esse não vai ser diferente, apesar de ver várias resenhas comentando da leitura lenta. Não curto muito, mas pelo autor vale a pena.
Adorei a trama, e sua resenha/spoiler. hahaha
beijos
a leitura é meio lenta no começo, pq ele nos faz familiarizar com a Pia e seu universo. mas depois segue seu curso normal, e no final acelera me deixando louca xD
Olha sinceramente não seria um livro que eu pegaria para ler, mas gostei bastante de tudo que você abordou sobre o seu conteúdo, mas eu não pegaria para ler não, até porque gosto de leituras mais leves e tranquilas e acho que é porque estou nesse momento também. Mas gostei da maneira como você contou. Espero que seus outros leitores gostem =]
http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/05/resenha-brilho-em-busca-de-um-novo-mundo.html
http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/05/resenha-seducao-morta-lenda-de.html
eu gosto de bang bang. é só ver meus jogos xD mas em leitura eu curto quase qualquer coisa.
Oi Ruchiaa
Gostei da resenha, foi boa, apesar dos spoilers.
Mas o livro não me ganhou, simplesmente
ele não conseguiu me despertar a vontade de lê-lo e também não curti muito a capa.
beijos
capas… uma coisa controversa, quando vou comprar livros fisicos eu procuro pela capa. sou uma pessoa muito visual e tal. mas nos ebooks… é mais dificil me focar na capa, eu vou pelo numero de curtidas, ou pelos rankings e tal.
Como assim o livro não tem final? Agora tenho que ler para entender essa história direitinho hahahahah
Acho que essa jogada de frisar no motivo de as coisas terem acontecido tira o livro da zona de clichê e dá originalidade a obra. Gostei de sua resenha, como sempre.
não tem. eu não achei. se alguem achar me conta D:
Pra ser bem, bem sincera, eu não achei nada que me prendesse. Primeira vez que ouço falar do livro e, apesar da resenha maravilhosa, não me identifiquei. Sou muito presa a minha zona de conforto literária, não gosto muito de me aventurar, pois morro de medo de não gostar de gêneros diferentes. A história em si não faz meu estilo e não me despertou interesse de ler, mas parabéns você escreve muito bem!
então, por muitos anos fiquei presa ao meu estilo literario, e fiquei feliz de ter saído dele. obviamente que me encontrei com muitos que fiquei PELO AMOR DE NOSSO SENHOR DOS CAFEZINHSO TERMINA ISSO, mas é bom diversificar de vez em quando xD
Oi, tudo bem?
Me identifiquei com a Pia também, principalmente pelo anti-social ahahaha!
Não sei se lerei o livro, essa questão do final me deixaria loucaaa!
Bjs
http://a-libri.blogspot.com.br
ainda estou louca por conta dele, mas com outros livro eu me recupero xD
Meu deus, essa foi a melhor resenha que eu já li na minha vida, você é muito engraçada, gente! Mesmo o livro não fazendo o meu tipo de leitura, agora eu vou ter que ler! Adorei.
Como disse no outro comentário, eu juro que não tento ser engraçada. Eu só me empolgo xD mas fico feliz que assim eu consiga convencer as pessoas.
Achei sua resenha bem engraçada, mesmo no momento não é uma leitura que me atraia.. Eu quero ler ele. Essa foi uma das melhores resenhas que já li referente a todos os livros, muito boa mesmo!
Adorei <3
Obrigada! Eu juro que não tento ser engraçada, é só empolgação. Nas palavras eu me empolgo tudo o que não consigo na vida.
Oi oi!
Bom, não vou poder falar muito pois não li a resenha por causa dos spoilers, já que Benefício da Morte é um livro que quero ler e bom, prefiro descobrir as coisas pela leitura hahahahaha
Mas gostei muito de ver sua nota para o livro e espero gostar quando ler!
Beijão!
xD ainda bem que eu avisei que tinha spoilers. Eu tentei mas me empolguei demais e acabou saindo!
Nossao livro não tem conclusão e não tem outro livro, como assim?
Odeio finaias assim por isso nem leria. Agora vc falando que ele é diferente agora sim fiquei interessada adoro o diferente rsrs. Na dúvida mesmo se leio
Leia! Recomendo! Sempre! É sempre bom estar em contato com o diferente!
Olá, esse livro parece ser muito diferente e sua resenha me deixou intrigada, como um livro não pode ter final, acho que ia ficar um tempão tentando descobrir qual seria o final e procuraria em tudo que é lugar…
Pois é. Eu penso talvez que seja um pouco dificil julgar os atos dos personagens envolvidos. Ou talvez o plano do Robin é outro, nunca saberemos D: o que me deixa mais intrigada e mais ansiosa.
QUE INCRÍVEL ler sua resenha! Eu AMO esse autor… Li vários livros dele na adolescência e, depois que a Record começou a lançar seus livros em edições mais bonitas, estabeleci como meta comprar todos. Eu recomendo, muitíssimo, a leitura de Cérebro e Coma. Para você ter uma ideia, Coma chegou a diminuir o número de doadores de órgãos nos EUA, devido à forte polêmica que o tio Robin levantou.
Enfim, deixando isso de lado, ainda não li Benefício na Morte – mas quero! Embora não tenha final, esse lance de misturar o contexto da medicina, com empresários e bandidos me ganhou! Adorei ler sua opinião e me empolgar com você.
Beijos!
http://www.myqueenside.blogspot.com
<3 (fui ali gritar purpurina). Cérebro e Coma estão em minha lista. Lerei assim que terminar meu compromisso com as resenhas que já tinha feito.
Kkkkk , sem final?? :0
Bom, espero que eu, quando tiver a oportunidade de ler, consiga imaginar um bom final, mas gostei, pois sai da zona do clichê e dá um novo ar, ao livro! Gostei da sua resenha, muito bem escrita e desenvolvida! Parabéns!!
Abraços e até!
lendoferozmente.blogspot.com.br
Então, até agora penso no final. Fico endoidando e imaginando mas nada melhor do que ir atras de outro do mesmo autor xD
Oi,
Como sempre uma resenha pra lá de diferente, a forma que você escreve me deixa cada vez mais admirada juro hahah
Esses livros que não tem final me perturbam de tal forma..acredito que seja por esse motivo mesmo, deixa o leitor imaginando o final por si próprio, mas confesso que não gosto muito..
Enfim, mas uma vez parabéns pela resenha, mesmo odiado leituras sem um final, anotei a dica.
Beijos
Mari – Stories And Advice
Obrigada pelo comentário. Leia o livro e me conte se ficou querendo entrar no livro pra pegar o autor pelo colarinho e coninuar a história xD até agora esse é o meu sentimento!
Olá! Você sempre me conquistando com tuas resenhas! Amo demais a forma como escreves. já tentei ler este autor uma vez, mas desisti. Hoje fico pensando se dou outra chance… Depois dessa resenha. O pensamento está um pouquinho mais claro!
Vou tentar de novo!
Um abraço pra ti!
//www.pensamentosvalemouro.com.br
Dê outra chance porque esse cara merece!
Minhas resenhas capturam unica e exclusivamente minha opinião, já que é a unica coisa que eu domino completamente. Afinal não sou uma critica literaria licenciada xD
Ruchiaa que resenha é essa? Estou aqui de boca aberta com tudo que li, o livro parece ser muito, muito, muuuuito bom, e eu achei toda a premissa legal e sim, quero lê-lo . Amei os spoilers e eles só fizeram com que eu ficasse com mais vontade de lera obra.
haha! estaria pulando de felicidade se não estivesse no trabalho xD fico extremamente feliz que tenha gostado! o livro é otimo!