Na Ânglia do século XVI, a prática da magia é ilegal e infratores são queimados nas fogueiras. Elizabeth Grey é uma das melhores caçadoras de bruxos do rei: ela localiza e captura Reformistas, rebeldes suspeitos de praticar feitiçaria para que sejam julgados e executados, conforme manda a lei. Até que, inexplicavelmente, ela é incriminada e acaba presa sob a acusação de praticar a arte que se dedicou a erradicar. A salvação, no entanto, acaba vindo na forma de seu maior inimigo: Nicholas Perevil, o mago mais poderoso e procurado de Ânglia. À medida que Elizabeth se associa aos Reformistas, suas crenças sobre a legitimidade da proibição da magia são profundamente abaladas. Ela se vê em meio a uma contenda política de proporções épicas e percebe que seus antigos aliados agora são seus inimigos mortais. Será que Elizabeth está pronta para decidir de qual lado está sua lealdade, afinal de contas?
Eu estou num dilema aqui, me sentindo como quando li Trono de Vidro. Fazer a resenha deste livro vai ser um pouco tenso porque é basicamente um livro com mais do mesmo que tem em todos os livros, não tem um ponto que eu diga “que foda”, mas a verdade é que não é particularmente ruim. Pense em clichês de YA, liste 3 mentalmente e tcharams tenho certeza que temos aqui. Meu problema não foi com eles em si, mas com o fato deles estarem o tempo todo, às vezes parecia que a história seguia um padrão para encaixá-los, e foi isso que me matou no livro. Mas, assim como Trono de Vidro melhorou no segundo eu espero de coração que este siga o mesmo caminho. Então, Dona Virginia estou te dando um voto de confiança.
“Nicholas diz que a magia não é inerentemente boa e nem má; o que define é o que as pessoas fazem dela. Demorei muito tempo para entender isso. Quando entendi, percebi que não é a magia que nos separa deles, ou separa você de mim. É a falta de compreensão.”
A história nos conta a vida de Elizabeth
(minha xará), ela é uma orfã que trabalha no castelo aparentemente como empregada. Aspirando uma vida melhor, ela e Caleb, que é o seu melhor amigo, fazem o treinamento para serem caçadores de bruxos. Óbvio que eles conseguem, ela se torna a segunda melhor caçadora do reino e o Caleb o primeiro. O ponto é que ela em teoria é boa, mas o livro a descreve como alguém que só faz porcaria e que está sempre cometendo erros. Não adianta dar o título de melhor se a autora vai fazê-la ser uma idiota, só dizer que a pessoa é bolada não confirma nada, a história precisa me provar. Daí o livro começa com ela se dando mal por algum erro cometido e indo pro pub (barzinho, gente) com o Caleb, seu melhor amigo. Preciso dizer que ela é apaixonada pelo seu amigo? Ah, que bom que não. No bar eles bebem e ele diz pra ela que está namorando. Nossa protagonista, que é menor só pra constar, enche a cara e quase caindo volta pra casa. Dá merda? ÓBVIO!
“– Use seu discernimento. Isso é muito importante. Faça o que parecer certo para você, em qualquer circunstância em que se encontre, mesmo que esta lhe pareça improvável ou mesmo impossível. E tenha fé. Todo o restante será consequência.”
Elizabeth meio que decide socializar com uns caras estranhos e BASICAMENTE CONTA QUE É A FODONA DO PEDAÇO. Fiquei muito decepcionada com isso. Presume-se que ela é inteligente e esperta, pra que esse comportamento? Pensa só, se você é uma assassina treinada eu acredito que ter controle do seu corpo é o mínimo. O risco da profissão é constante, é questão de vida e morte, não é boa ideia você espalhar o fato por aí. Eu só queria que alguém desse um tapa na cabeça dela pra ela desmaiar e calar a boquinha. Mas, como merda pouca não adianta ela acaba se dando muito mal quando é acusada de ser uma bruxa. O que é meio irônico, considerando que ela é uma caçadora de bruxas. Ela é presa e se ferra bonito, exceto que ela é resgatada da prisão por ninguém menos que Nicholas, o praticante de magia mais procurado do reino. Ela foi salva pelas pessoas que ela caçava antes, então ela vai com eles e pense na situação como um todo e me diga o que você faria. 3, 2, 1. Ela foi e contou que era uma caçadora. GENIAL ELIZABETH, GENIAL!
“Você tem a boca suja como a de um pirata, sabia? Isso não é nada elegante.”
Então acontece de ela ser, surpresa, a escolhida que vai salvar o mundo, blá blá blá. Não é que eu seja exigente, vejam o quanto eu adoro Percy Jackson, mas eu preciso acreditar que a personagem é capaz de fazer alguma coisa. Elizabeth não me convenceu. A história é meio que inspirada na caçada às bruxas da Inglaterra, mas o que pega aqui é que a explicação para a proibição de magia neste mundo não existe, na verdade existe só que é tão ridícula que devíamos ignorar. Vejam só, aconteceu uma doença que dizimou as vidas humanas. Veio o governo e disse “olha foi uma doença causada por magia” e todo mundo concordou, daí foram e falaram “já que isso aconteceu magia é ruim”. Jura? Por um evento toda magia é ruim? E todo mundo passa a odiar bruxos assim tão rápido e fácil?
Mesmo que ninguém pareça estar fazendo nada de maligno vamos matá-los de qualquer maneira, Yey. Aham, normalzão. E a protagonista é justamente isso, ela é uma caçadora que acredita que magia não presta e por isso ela está okay em caçar essas pessoas para que possam ser queimadas no meio da praça. Mas, foco nessa parte, o pior pra mim é que Elizabeth guia suas escolhas pelo que Caleb gostaria, mesmo quando ele deu as costas pra ela. Deslealdade é algo que me incomoda muito, pessoas estão a ajudando enquanto ela pensa em ferrar todo mundo. Sabe quando ela meio que começa a mudar de ideia? Quando surge um cara hot do outro lado, tcharam John! Preciso dizer que a Elizabeth não consegue separar tesão de amor, ela deseja os caras e pensa que os ama. Preciso seriamente ter um papinho com a moça. Além disso, eu penso que não estamos de frente para um triângulo amoroso e sim um futuro quadrado. Vai por mim, tô sentindo isso.
“Seu sorriso desaparece, e ele simplesmente me olha. Seu olhar vai dos meus olhos aos meus lábios demora-se ali, depois volta para os olhos . Retribuo e, por um momento, acho que ele quer me beijar. Sinto um calor feroz quando penso nisso, um calor que dá lugar a uma onda de frio de puro medo.”
O que eu espero no próximo livro, que a protagonista se torne alguém que valha a pena e lute as suas batalhas ao invés de estar okay com ser empurrada para todos os lados, que ela entenda a diferença entre certo e errado e, principalmente, que a história faça sentido como um todo e não apenas um aglomerado de clichês ou uma garotinha em busca do amor. Eu também espero que as mulheres deste livro possam entender que não precisam competir e sim que precisam se ajudar mutuamente, por fim desejo que a autora não use o estupro novamente de forma tão ardil e sem valor, isso me ofendeu. Apesar de tudo é um livro que dá pra ler de boas, a escrita foi muito fácil de seguir e sem grandes problemas. Tem alguns pontos que fazem ter esperança que pode melhorar no segundo, então eu vou apostar nisso. Talvez pra uma pessoa que leia menos YA do que eu o livro funcionasse melhor. O importante é que eu pretendo ler o próximo, isso deve significar algo, certo?
Oiee, tudo bem? Olha, gostei da sua resenha, mas o que me deixou com pé atras é pq tem continuação e estou correndo de livros assim, pois estou lotada de leituras atrasadas. Sua resenha ficou ótima mesmo!
Olá
Tua resenha está excelente, mas a premissa do livro não conseguiu me fisgar. 🙂
Olá, Angel! Não conhecia o livro mas já me sinto íntima dele com a sua resenha! Divertidíssima, aliás! 🙂 Além de bem escrita!
vejo que a leitura não faz muito o meu tipo mas acredito que atrairá muitos leitores!
Parabéns pela resenha e pelo blog lindo!
BJs,
Yohana Sanfer
http://www.papelpalavracoracao.com.br/
Olá 😀
Poxa. Esse livro já está na minha wishlist, mas fiquei meio assim com essa mocinha, parece ser a maior palhaça. Mesmo assim, preciso ler rs tem algo no livro que chama minha atenção sei lá
Beijos <3
Olá, tudo bem?
Este livro me lembrou MUITO João e Maria Caçadores de bruxas. Achei a história do livro muito interessante, não tenho o costume de ler livros assim.
Gostei muito da sua resenha!
Beijos, Larissa (laoliphant.com.br)