Depois de anos de tentativas frustradas, o artista gráfico Clay Riddell finalmente consegue vender um de seus livros de histórias em quadrinhos. Para comemorar, decide tomar um sorvete. Mas, antes de poder saboreá-lo, as pessoas ao seu redor, que por acaso falavam ao celular naquele momento, enlouquecem. Fora de si, começam a atacar e matar quem passa pela frente. Carros e caminhões colidem e avançam pelas calçadas em alta velocidade, destruindo tudo. Aviões batem nos prédios. Ouvem-se tiros e explosões vindos de todas as partes.
Neste cenário de horror, Clay usa seu pesado portfolio para defender um homem prestes a ser abatido, Tom McCourt, e eles se tornam amigos. Juntos, eles resgatam Alice Maxwell, uma menina de 15 anos que sobreviveu a um ataque da própria mãe.
Os três sortudos - entre outros poucos que estavam sem celular naquele dia - tentam se proteger ao mesmo tempo em que buscam desesperadamente o filho de Clay. Assim, em ritmo alucinante, se desenrola esta história. O desafio é sobreviver num mundo virado às avessas. Será possível?
Celular foi aquele tipo de livro que li a sinopse e pensei: claro que quero ler isso. Quem não iria querer ler um livro de terror onde o inimigo são celulares?! Então embarquei nessa, e as coisas não foram tão bem quanto eu imaginava, ao menos não para o nível do King.
Clay está em outra cidade quando as pessoas começaram a enlouquecer por conta de uma chamada de celular, o caos parece não ter fim. E assim juntamente com Tom e Alice se tornam um grupo em meio a loucura que começou a abater qualquer pessoa que atende uma ligação de um celular.
“- Nós não podemos supor nada. Meu pai diz que supor é coisa de gente idiota.”
Vindo de uma cidade do interior Clay está em Boston e assim finalmente conseguiu vender sua história em quadrinhos. Mesmo depois de diversos ‘não’ ele finalmente persistiu e conseguiu. Então em um momento que está andando na rua tudo parece ter saído fora do controle, todas as pessoas que estão no celular começam a agir de um modo estranho, como se não fossem mais humanos.
Então tudo fica fora de controle, mortes dos jeitos mais estranhos, acidentes de carro, incêndios e assim em pouco tempo tudo está sendo destruído. Neste instante de loucura Clay conhece Tom que parece estar normal e logo depois Alice uma adolescente que está vagando sozinha desde que a mãe a atacou por conta da loucura. Eles percebem que tudo começou com as pessoas atendendo os celulares e assim estão determinados a voltarem para suas casas, já que nenhum deles está na sua própria cidade, o que pelo menos lhes dá uma razão de lutar com mais força.
Clay a todo custo precisa saber se seu filho ainda está vivo, Tom não tem uma família próxima e assim decide acompanhar ele, e Alice parece acreditar que não tem mais ninguém e também vai junto com eles dois, já que desde que se juntaram salvaram a vida uns dos outros e nada torna alguém mais próximo do isso. Uma jornada longa se inicia, sem as praticidades do dia a dia, afinal muitos lugares estão destruídos (o que impossibilita a viagem por carro) e os fonéticos (os zumbis de celulares) estão por todos os lados em um número maior dos que os que ainda são humanos. O trio pretende sobreviver e quem sabe assim entender o que realmente aconteceu com a humanidade.
“Clay não sabia se ria ou se começava a chorar de novo. Parte dele tinha vontade de fazer os dois ao mesmo tempo. É claro que se fizesse aquilo eles achariam que ele estava tendo um ataque histérico. E é claro que estariam certos.”
De todos os livros que li do King até agora, não foram muito, mas também não foram poucos, este foi o que o caos aconteceu mais rápido. Quem lê os livros dele sabe que geralmente temos toda a coisa de conhecer os personagens antes do plot central realmente acontecer, então isto foi uma surpresa para mim. Por um lado eu gostei pois mesmo sem a longa introdução eu me apeguei a Clay, Tom e Alice, por outro lado me decepcionei porque imaginei que assim teríamos mais tempo para toda uma explicação dos eventos sobrenaturais. E não aconteceu assim. Para começar este livro é bem pequeno perto de outros dele, é tipo metade de muitos e, ouso dizer, não chega nem a introdução de alguns outros dele em quantidade de páginas (tipo It). Então fiquei sem entender, porque em geral tem excesso mas neste ocorreu falta de páginas que poderiam explicar mais a história.
Bom falando dos personagens (adiantando que foi uma das coisas que salvou esta história para mim), Clay é o tipo de homem que tem esperanças, desde ele finalmente conseguir ir pra frente com sua história de quadrinhos (pobre Clay!) e por ser criativo tudo isso o ajudou em vários desafios que ele encontrou. Já Tom é mais compreensivo e ao mesmo tempo realista com toda a situação, mesmo aparentando ser muito corajoso no fundo ele morre de medo a cada segundo porém segue em frente com determinação. E Alice mesmo sendo a mais nova dos três, com apenas 15 anos, se mostra a mais forte uma a líder nata, o que foi uma agradável surpresa, Alice nasceu para isso mesmo que em alguns momentos ela demonstre a idade que tem ainda assim ela é a líder do grupo.
Toda a história gira em torno do caos que aconteceu por conta das pessoas que foram “infectadas” por uma chamada de celular e assim elas perdem suas consciências e passam a agir sem escrúpulos (nem posso dizer que agiam como animais porque animais fazem sentido e essas pessoas não faziam mais). Uma história sobre como sobreviver em meio ao caos, com cenas chocantes e sangrentas por todos os lados.
“- No fundo, não somos nem um pouco Homo sapiens. Nossa diretriz primária é matar. o que Darwin foi educado demais para dizer, meus amigos, é que dominamos a Terra não porque somos os mais inteligentes, ou mesmo os mais cruéis, mas porque sempre fomos os mais loucos, os mais desgraçados homicidas da floresta.”
Bom se tratando de um livro de terror neste aqui aconteceram coisas que eu esperava como: uma situação bizarra e aterrorizante, pessoas agindo de modo anormal e o terror de se poder morrer ao virar numa esquina. Tudo isso estava aqui, porém todo o resto faltou (?). Como uma leitora de King eu estou total acostumada às poucas explicações que ele dá nas histórias (quem já leu outros livros dele sabe do que eu tô falando). E geralmente eu também nem espero muito do final, porque afinal é o King. Mas tenho que dizer que ele se superou nesse livro, porque tudo isso foi num nível muito elevado.
Como falei o que se salvou em toda a história para mim foram os personagens, porque o terror ser pelo celular não me convenceu e nem o porque disso ter acontecido (que foi tratado bem superficialmente, Cristine o carro maldita aprova). Eu tive a impressão que o autor simplesmente não gosta de celular e quis fazer um livro onde ele seriam o “mal”, e foi isso, sobre sentir o terror disso essa parte não me convenceu em nada e olha que sou uma das pessoas que mais tem medo dessa coisa de inteligência artificial (principalmente em carros e casas, pavor me define).
Assim como muitos outros livros do King este aqui também foi adaptado para filme, em 2016 (os gifs da resenha são do filme), e assim como quase todas as outras adaptações… eu não vi, porém eu acho que essa história funcione melhor em formato de filme (então talvez eu veja).
Já avisei mas é bom deixar claro: temos muitas cenas violentas, descritivas e com muito sangue (nem vem se tem estômago fraco hahaha). Enfim, minha nota foi baixa porque comparei a outros livros do King, porque eu sei que ele escreve melhor que isso. De qualquer jeito eu recomendo para você que aguenta cenas sangrentas porém é fraco no terror (já que a parte assustadora pra mim é bem baixa aqui) e porque é King, sempre vou recomendar King.
Sobreviva até o final, se afaste dos celulares, olhe para todos os lados e fique atento para a jornada onde o objetivo é simplesmente ficar vivo.
Oi Debyh.
Eu tenho muita vontade de ler este livro porque eu conheço apenas adaptação cinematográfica dele. Pela sua opinião parece ser bem interessante a versão literária mesmo com as ressaltas. Vou tentar lê-lo o mais rápido possível. Obrigada pela dica.
Bjos