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25 jan 2017

Depois Daquela Montanha – Charles Martin

comentando sobre Livros Parcerias Resenhas Resenhas de Livros Tags4 estrelas, Charles Martin, drama, Editora Arqueiro

Autor(a): Charles Martin
Editora: Arqueiro
Nº de Páginas: 304
Comprar: Buscapé

CURTI

    • O Dr. Ben Payne acordou na neve. Flocos sobre os cílios. Vento cortante na pele. Dor aguda nas costelas toda vez que respirava fundo.
      Teve flashes do que havia acontecido. Luzes piscavam no painel do avião. Ele estava conversando com o piloto. O piloto. Ataque cardíaco, sem dúvida.
      Mas havia uma mulher também – Ashley, ele se lembra. Encontrou-a. Ombro deslocado. Perna quebrada.
      Agora eles estão sozinhos, isolados a quase 3.500 metros de altitude, numa extensa área de floresta coberta por quilômetros de neve. Como sair dali e, ainda mais complicado, como tirar Ashley daquele lugar sem agravar seu estado? À medida que os dias passam, porém, vai ficando claro que, se Ben cuida das feridas físicas de Ashley, é ela quem revigora o coração dele. Cada vez mais um se torna o grande apoio e a maior motivação do outro. E, se há dúvidas de que possam sobreviver, uma certeza eles têm: nada jamais será igual em suas vidas.

O livro começa com um acidente que é um dos meus maiores medos, CORRAM O AVIÃO CAIU. Gente, desde que vi Lost eu tenho uns pavores bizarros, podem perguntar a Li da staff do EI as coisas loucas que faço nos aviões enquanto estou no ar. Quando fomos ano passado pro Beto Carreiro eu a ensinei vááááárias coisas, ela riu mas salvariam a vida dela, juro, eu tenho certeza. Enfim, Ben o nosso protagonista é um médico e está com a cara enfiada na neve. Rapidamente ele começa a ter lembranças sobre o que aconteceu, o avião caiu e o piloto morreu. Mas, então ele lembra que tinha mais uma pessoa no avião, uma mulher chamada Ashley. Preciso nem dizer que ela tá toda ferrada né? Ben, sendo médico e tal, tenta fazer o melhor possível, mas o resumo é que eles tão ferrados por diversos motivos. Ashley precisa de um hospital, as pessoas não sabiam que eles fretaram um avião, eles estão numa região montanhosa cheia de neve e o tempo está ficando cada vez pior. Ben se torna muito protetor com Ashley e decide quer salvará os dois, já que a decisão mais acertada seria abandonar a ferida ou levá-la apenas se fosse necessário de um petisco num futuro. Tá gente, desculpe prometo parar com as piadas de canibalismo.

“Quando o pior é uma possibilidade, é bom mantê-lo em perspectiva. Sem que a gente se esconda dele. Sem fugir. Ele pode acontecer. E, se e quando acontecer, é melhor ter pensado nele de antemão. Desse jeito, a pessoa não é esmigalhada quando o pior se torna realidade.”

Eu tenho doutorado e mestrado em Largados e Pelados, então posso dizer que se manterem unidos é uma boa escolha, mas ao mesmo tempo agrega muita responsabilidade. Ben é esportista e sabe que as coisas irão piorar rapidamente, mas vamos combinar que qualquer um poderia chegar nessa conclusão. Eles estão gastando a pouca energia que tem e em breve terão que beber água e comer algo, além do calor que precisam e encontrar uma forma de pedirem ajuda. Disse que a Ashley tá sendo carregada pelo Ben numa maca improvisada? Pois é.  Mas, entre se locomover e sobreviver eles acabam tendo conversas interessantes e percebemos o quanto Ben é um cara perfeito. Ele fala da esposa apaixonadamente e Ashley acaba fazendo algumas comparações com seu não tão perfeito noivo. Ah, deixa dizer que em teoria ela iria se casar no dia que o avião caiu, prêmio pra mulher que decidiu fugir do casamento assim. Agora sendo séria, a Ashley é um modelo de mulher, ela tá ali aguentando uma lesão no fêmur que doí pra caramba e dando o seu melhor pra se manter viva e ajudar o Ben no que puder. É essa fortaleza que Ben percebe e admira, assim como nós. Não tem tempo pra piedade, aqui é sobrevivência e se vacilar você morre. Mas ao mesmo tempo é muito tempo cheio de nadas e reviver o passado se torna um dos poucos passatempos.

“Paus e pedras podem quebrar ossos, mas, se você quiser ferir alguém Bem fundo, use palavras.”

Um ponto bem interessante do livro é que quando você tá ferrado, sem perspectivas de sobreviver de verdade, você acaba repensando nas coisas que gostaria de ter feito ou do que não queria ter perdido tempo. Tanto Ben quanto Ashley estão nesse sentimento de contemplação com suas vidas e é inevitável uma aproximação deles. Não romanticamente, o que quero dizer é que juntos nessa situação eles podem compartilhar um vínculo sobre o que eram e o que tinham. Às vezes não era o que pensavam ou às vezes as coisas eram melhores do que pensavam. Ben acaba divagando muito por sua vida, como ele é o narrador nós acompanhamos junto, desde sua infância, traumas, medos e sua esposa. A história de Ben é cheia de sugestões, cheia de dúvidas e com um amor assustador. Confesso que foi bem fácil adivinhar a sua situação, mas mesmo assim não tornou seu fardo menos doloroso. Amar é, em sua maioria, doloroso e Ben retrata isso com maestria. É um livro que tem o passado jogado na sua cara, o presente inevitável e um futuro que poderá ser feliz, depende apenas das ações deles.

“Esperar por alguém faz isso. Transforma minutos em horas, horas em dias e dias em vidas.”

O livro é bem legal, me fez ficar ansiosa pelo filme que virá. Tivemos muito clichê dramático, mas foi uma leitura gostosinha. Um ponto negativo é que em termos de sobrevivência a história foi bem fraca, em nenhum momento senti uma tensão sobre a possibilidade de morte dos personagens já que eles tinham quase uma mochila mágica. Mas, em outro ponto eu curti tanto Ben quanto Ashley, eles eram carismáticos e encantadores. Também foi irritante aquelas justificativas das habilidades de Ben, sério, eu já deixei pra lá a realidade, pra que o autor ficou tentando dar veracidade? Me irritou um pouco. O importante aqui são os sentimentos e a vida, além disso gostei muito da conclusão. E, tem um cachorro <3, torci fortemente por ele. Não é o melhor livro do ano, mas tem bons trechos, bons personagens e uma boa lição. Recomendo a leitura pruma tarde despretensiosa.

  • Este livro nos foi cedido pela editora Arqueiro, porém as opiniões são completamente nossas e sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora em nossos comentários.

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  • A Menina da Neve
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• Postado por Angel Sakura
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  1. postado em janeiro 30, 2017 às 10:12 pm
    autor: Marcio Silva

    Oi! Eu li esse livro o ano passado/resenhei esse ano “recebi de parceria com a editora” e concordo com você quando diz que é uma leitora gostosa… Também dei quatro estrelas para essa leitura e confesso que o acontecimento final me deixou chocado/de boca aberta! Quem diria que havia acontecido aquilo, fiquei refletindo bastante assim que terminei a leitura e era o esperado ter acontecido um fato “você sabe o que falo né?”.

    Mas em geral o livro é ótimo e não tenho reclamação.
    Ótima resenha… Parabéns.

    Minha resenha >> https://goo.gl/19xBRC

    Responder
  2. postado em fevereiro 4, 2017 às 8:49 pm
    autor: Fabiana

    Olá Angel, tudo bem?
    Eu ainda não li esse livro, mas assim como na sua resenha, so tenho lido maravilhas sobre ele. por isso ele já está na minha lista de leituras. Vou adquirir a obra em breve e quando ler volto para comentar com você minhas impressões. Amei a resenha. Beijos

    Responder
  3. postado em fevereiro 6, 2017 às 10:56 am
    autor: Francine POrfirio

    Ah, que pena que a tensão não é focada na sobrevivência. Achei que fosse! Eu não sabia que haveria um filme, mas gostei da proposta e desse lance de estar em uma situação complicada e ameaçadora, pensando sobre a própria vida. Fiquei mais ligada a Ben do que à jornalista.

    Beijos!
    http://www.myqueenside.com.br

    Responder
  4. postado em fevereiro 6, 2017 às 9:06 pm
    autor: NIZETE RIBEIRO

    Hahahaha! Adorei sua resenha, historicamente cheia de sarcasmos. Gosto desse jeito de escrever livre leve e solto. Enfim, fiquei curiosa pacas como esses dois vão sair dessa enrascada. Já tinha posto o livro na minha lista de desejados, mas você apimentou mais a minha vontade de ler. Parabéns!!
    Ni
    Cia do Leitor

    Responder
  5. postado em fevereiro 7, 2017 às 12:18 am
    autor: Sandra Mendes

    Hey, Angel!

    “Não é o melhor livro do ano, mas tem bons trechos…” Ahahahaha
    Adorei!
    Já vi falarem muito bem desse livro, mas sempre tive o pé atrás, porque, primeiro, não botei muita fé na sinopse; segundo, eu desconfio de livro que todo mundo fala que é maravilhoso, porque geralmente não é. Pelo menos não pra mim, que sou chata com livros… rsrs.

    Então agora, depois da sua resenha, já me decidi: não vou ler! rs
    Sei que não vou gostar.

    Beijos!

    Responder
  6. postado em fevereiro 7, 2017 às 9:53 pm
    autor: YARA GUEZ

    Eu até tinha me interessado em ler ele, mas achei MT sem graça kkkkk já vi que ninguém vai morrer, não vai ter sofrimento e nem aflição. Então, non me gusta.

    Responder
  7. postado em fevereiro 8, 2017 às 3:57 pm
    autor: Rodrigo Costa

    Adorei sua resenha. Eu AMEI esse livro, sério. Foi uma leitura muito envolvente para mim. Também tô muito ansioso pelo filme.
    Bjo.

    Responder
  8. postado em fevereiro 9, 2017 às 3:49 pm
    autor: Catharina Mattavelli Costa

    Olá
    eu vi inúmeras resenhas elogiando o livro e essa capa me atrai muito além do mais, depois dessa resenha é impossível não ficar curioso pela leitura. Tendo boas lições e bons personagens já vale muito a pena, bela dica

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

    Responder
  9. postado em fevereiro 10, 2017 às 9:31 am
    autor: rAYANNI KELLSIN

    Olá, tudo bem?
    Não conhecia o livro e me interessei super por ele, os detalhes contidos na sua resenha, me prenderam do começo ao fim, muito bem escrita.
    Dica super anotada, um beijo.

    Responder
  10. postado em fevereiro 10, 2017 às 1:22 pm
    autor: Anônimo

    Oiii Angel, tudo bem?
    Esse é um dos livros que realmente tenho muita vontade de ler, tanto porque sei que iria gostar e pela curiosidade que estou tendo de ver como vai ser o desfecho e se tudo voltará ao “normal” os casos que acontecem na história nem sempre são fáceis de superar.
    Beijinhos da Morgs!

    Responder
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