Lucie Walker não se lembra de quem é ou como foi parar nas águas geladas da Baía de São Francisco. Encaminhada para uma clínica psiquiátrica, ela aguarda até que um homem chega afirmando ser seu noivo. Entretanto, com seu retorno para casa, essa mulher sem memória vai tomando conhecimento de sua personalidade antes do acidente, da pessoa controladora, fria e sem vida que era, e dos segredos da infância e da família, assim como da situação do noivado e dos mistérios que podem ter provocado o acidente.
Será que ela quer isso de volta? Será que essa nova Lucie conseguirá manter o amor por Grady, ou a oportunidade de recomeçar será sua salvação?
Simplesmente sou fascinada por livros que falam sobre memória, lembranças e coisas do tipo. Já cheguei a ponto de ler livros sobre histórias relatadas por neurologistas e coisas do tipo. Sim, eu amo esse tipo de coisa, amnésia e afins é comigo mesmo. Então quando esse livro surgiu para pedido na parceria com a Editora Única eu o escolhi sem hesitar.
“Não trazia bagagem, não tinha história. Não tinha absolutamente nada.”
Por essas e outras livros que contenham a palavra “esquecer” ou “lembrar” ou qualquer coisa da espécie, me desperta o interesse por pura curiosidade e, lógico, sendo assim já li muita coisa sobre muita gente esquecida, e que se lembra, ou não, não sei, não lembro direito hehehehe
Esse tipo de linha de história, sobre perder a memória e tal, em algum ponto parecerá com alguma outra coisa que já li. Então para mim o mais legal é ver como será escrito isso, como será o desenvolvimento do personagem com aquele fato. Veja bem, algumas coisas serão obviamente parecidas, mas isso não quer dizer que será um clichê, é nesse ponto que o autor tem que fazer a diferença.
Em resumo, a personalidade (ou a falta dela) do personagem e como ele reagirá fará toda a diferença de como fluirá a história. Em “Enquanto Eu Te Esquecia” Lucie “acorda” em um lugar estranho, não entende o que faz ali e percebe também que não sabe quem é. Após alguns dias alguém que a conhece a encontra, o problema é que Lucie não o conhece mais. Sendo que essa pessoa não é ninguém menos que seu próprio noivo, Grady, a pessoa com qual ela mora.
““Desculpe”, ele disse. A palavra era uma maneira absurda de tentar comunicar uma coisa daquelas, mas era tudo que tinha.”
Lucie a todo tempo quer saber como ela era – ou é -, ela ainda não sabe direito, mas algo nela sempre a alerta sobre isso. Mesmo as coisas mais simples fazem com que ela mesma tenha uma impressão ruim de como ela era. Ao longo do tempo vemos Lucie nessa maratona em auto descobrimento.
E temos o Grady… *suspiro eterno longo*, o que falar…? Grady é um dos piores protagonistas masculinos que já vi #prontofalei. Ele se enquadra naquele tipo de homem sem atitude, completamente dependente de outros, e covarde. Falando sério, é um dos homens mais covardes que já “li” em um livro. E não, não estou falando de coragem em nível de ser um super-herói, auto-sacrifício, nem nada assim… veja bem eu sou razoável, ao menos na maior parte do tempo, porém Grady não tem NENHUMA atitude, leva páginas e páginas para ele virar alguma coisa. Sim, temos um lance sobre algo que aconteceu com ele em um passado distante, mas não justifica. Tentei ver do ponto de vista dele (sem chance, já que não me aconteceu aquilo e não sou homem hehehe), só que não consegui… talvez a autora não tenha conseguido passar exatamente o que ela queria, não sei, mas Grady, presta atenção: não gosto de você.
Pensem comigo… Lucie perdeu a memória, não sabe de nada, e adivinha? Grady não consegue tomar uma inciativa com ela! Sim ele melhora (lá pro final do livro), mas fica tipo 5% melhor do que era no começo do livro. Para um homem com mais de 30 anos tem muito adolescente com mais iniciativa do que ele.
“… estava se preparando para ser feliz, mesmo com todo o esforço para voltar a ser inteira e saudável ainda à espera para ser realizado.”
O desenvolvimento do livro é bem aos poucos e lentamente, tem todo um processo quando se trata sobre memórias e traumas, até hoje certas áreas de nossa cérebro são completamente desconhecidas pelos médicos.
Então sim, eu entendo o porquê de tudo ter sido mais lento, mas mesmo assim isso deixou a desejar… talvez por eu ter lido muitos livros do gênero, não sei, porém acho que a história deveria ter seguido uma linha mais “certa”… ou ter ido mais para o drama (o que não aconteceu), ou para o suspense (não achei nada tão misterioso), ou romântico (se tirassem o Grady, quem sabe? #odioeterno). Mas o livro foi uma mistura de tudo, o que pra mim ficou como algo inacabado, faltou profundidade em certos pontos. Teria sido melhor focar em apenas um ponto.
A história é narrada em terceira pessoa, mas mesmo assim entendemos bem os sentimentos de cada um
(que para mim são bem rasos). O título para mim até agora é um mistério… “Enquanto Eu Te Esquecia” o QUE aconteceu? Esquecia quem? Ela mesma? O cara sem sal? (se alguém tiver alguma explicação coerente, comente) XD
Não gostei de usarem os diálogos ao estilo americano, que seria a utilização de aspas ao invés do travessão, isso me confundiu muito enquanto lia. Achei a capa linda assim como todo o material do livro. Em suma o livro é recomendado para quem quer algo leve com uma pitada de romance e autodescoberta.
eu curto livros com lembranças, mas odeio casais sem iniciaytiva.
Amei a playlist e obrigada pela resenha <3
Iniciativa é tudo numa pessoa! Tadinho do Grady, fiquei com pena.
Não tenha pena dele, ele já tem de si mesmo. #verdadetriste
não faz meu estilo, porém obrigado pela resenha.