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11 jul 2016

Feios #1 – Scott Westerfeld

comentando sobre Livros Parcerias Resenhas Resenhas de Livros Tags4 estrelas, distopia, Editora Galera Record, Feios, Scott Westerfeld

Autor(a): Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Nº de Páginas: 415
Comprar: Buscapé

CURTI

    • Tally está prestes a completar 16 anos, e mal pode esperar. Não para dar uma grande festa, mas sim para se tornar perfeita. No mundo de Tally, fazer 16 anos significa passar por uma operação que o transformará de "feia" em um ser incrivelmente belo e perfeito, e lhe dará passe livre para uma vida de glamour, festas e diversão, onde seu único trabalho é aproveitar muito.
      Mas Shay, uma das amigas de Tally, não está tão ansiosa assim: prefere se arriscar fora dos limites da cidade. Quanto Shay desaparece, Tally vai conhecer um lado totalmente diferente desse mundo perfeito - e, acredite, não é nada bonito.

O que dizer dessa história distópica que eu amo? E o que falar dessa nova capa que é muito melhor do que aquela com rostos, mas ainda não me agradou? Independente da capa, o que importa é o conteúdo e, caros amiguinhos, esse livro é MUITO BOM! O mundo de Perfeitos é assustador, especialmente porque é algo que se fosse implementado de verdade quase todo mundo embarcaria felizão na ideia. Pense num mundo onde ao completar 16 anos você se tornaria perfeito. Quando chegasse nessa idade você passaria por uma cirurgia e se tornaria uma pessoa sem nenhum problema de aparência, além disso seria conduzido para uma vida de festas, glamour e curtição. Por curtição quero dizer sem qualquer coisa “chata”, apenas festa todos os dias e sem nem precisar se preocupar com a aparência, já que todos são perfeitos mesmo. Quem não ia querer? Mas, o ponto é… Será que tal vida dos sonhos vem às custas de nada? Esse livro tem dois lados, qual vai ser o seu?

“– Você não acredita nessa besteira de verdade, acredita? Que só há uma aparência certa, e que todo mundo é programado para concordar com ela?
– Shay, não é uma questão de acreditar. A gente simplesmente sabe. Você já viu os perfeitos. Eles são… maravilhosos.
– Eles são todos iguais.”

Todos abaixo dos 16 anos são chamados de feios e vivem num local fora da cidade e longe dos seus pais, onde aguardam a idade correta para debutar no mundo perfeito. Todos vivem esperando esse dia, esperando deixar pra trás a sua feiura e se tornar perfeito, cumprindo o padrão de beleza da sociedade… E Tally é uma dessas pessoas, tudo o que ela quer é se tornar perfeita, ela quer ser linda e se divertir todo o tempo com seu amigo Paris (que agora é um perfeito), por isso conta os dias para a sua cirurgia chegar. Mas, sua nova amiga Shay tem outra opinião sobre o assunto. Ela descobriu que algumas pessoas se recusam em se tornar perfeitas e se escondem em um lugar chamado de fumaça. É um choque cultural a perspectiva de Shay, afinal porque alguém não iria querer ser perfeito? Enquanto Tally espera ansiosa seu ingresso na sociedade, Shay foge para não ter que fazê-lo. Mesmo sem entender sua amiga, Tally decide guardar os segredos que Shay lhe confiou e segue para realizar seu desejo de passar pela cirurgia. Tipo, quem não quer ser linda e ter a vida perfeita? Contudo, quando finalmente o dia da sua cirurgia chega, a nossa protagonista é surpreendida com uma missão. Ou ela vai atrás da sua amiga fugitiva e por consequência atrás dos outros feios foragidos ou não passará pela cirurgia e ficará feia para sempre. Uma lambida na bochecha pra quem acertar o que ela escolheu.

“– Não posso ajudar vocês – concluiu. – Fiz uma promessa.
A dra. Cable mostrou os dentes . Daquela vez, nem sequer lembrava um sorriso.
A mulher não passava de um monstro vingativo e desumano.
– Então também vou lhe fazer uma promessa, Tally. Até que resolva nos ajudar, com toda boa vontade, não se tornará perfeita – afirmou, virando–se de costas. – Por mim, você pode morrer feia.”

Thally, com um pingente rastreador, vai em busca do esconderijo dos feios, assim que a sua história de verdade começa. E é aqui que começamos a gostar da Tally, ela pensava que sabia tudo do mundo e que a perfeição era a única coisa que poderia desejar. Em sua jornada ela conhece pessoas incríveis com suas histórias mais incríveis ainda, e começa a se questionar sobre a sua missão, sobre a verdade do mundo. Óbvio que isso tudo vem com um monte de problemas e um romance, que queria me matar. Se tem algo que não curti muito no livro foi o romance, enfim. Mas o que importa é que a protagonista cresce e toma a decisão mais difícil da sua vida. Ela decide que não vai entregar essas pessoas, que não vai mais ser perfeita, que não quer mais ser especial e que vai permanecer com eles. Seu ato simbólico de lutar contra as convenções se dá com ela jogando seu rastreador na fogueira, mas… todos sabemos que não vai dar certo. E os perfeitos que encomendaram a missão para Tally invadem o local e prendem todos que estão ali, todos exceto nossa protagonista e o namorado de sua melhor amigo, David, além de algumas outras pessoas. Preciso dizer que ela já super “ama” esse carinha, né? O ponto é que os dois tem uma escolha, fugir ou tentar resgatar seus amigos. Tally, sendo a culpada de tudo, toma uma decisão que pode não ser a mais fácil, porém é uma das coisas que me faz respeitá-la.

“– Ela entende as coisas. Merece nossa confiança. Merece saber a verdade.
– Todo mundo merece – respondeu […], baixinho. – Alguma hora.
– Muito bem – disse […], parando para tomar outro gole de chá. – Creio que vamos ter de lhe contar, Tally.
– Me contar o quê?
[…] respirou fundo antes de falar. – A verdade sobre se tornar perfeita.”

Eu não penso que o livro é perfeito, sem intenção de fazer trocadilho, mas acho o questionamento muito legal. Vale a pena abrir mão de quem você é pra ser apenas mais um clone de todo mundo? Vale a pena trair, mentir ou fazer qualquer coisa em nome da beleza? Vale perder a dignidade para viver uma vida “perfeita”? Esses são alguns dos poucos pensamentos que irão te passar pela cabeça e é isso que torna o enredo tão genial. Ele te faz pensar sobre os seus valores e o que estaria disposta a fazer pelo que todo mundo diz ser o melhor. Nós vivemos numa sociedade que o tempo todo está nos dizendo qual corpo é o melhor, qual vida é a melhor e que você não pode ser feliz se não for desta maneira, mas isso é verdade? Na minha opinião não, cada um tem seu jeito de ser feliz. O que a sociedade te impõe não é o certo, na maioria das vezes é algo inalcançável e a verdade é que você quem decide o que é o seu certo. É por isso que vemos hoje em dia mulheres tão empoderadas, com seus cabelos cacheados ou coloridos e não apenas os tradicionais sambando na cara da sociedade e dizendo que existe outra forma de beleza além do padrão. Não é que o tradicional tenha algum problema, é que apenas os outros também não estão errados. Cada um tem que escolher o melhor para si com base no que quer e não no que a sociedade quer que ela queira. E é contra isso que Feios luta, contra esse padrão de perfeição que é impossível de alcançar e ao mesmo tempo impossível de fugir.

“– Eu preciso fazer isso. –
Para compensar o que fiz até agora.”

Além disso o livro vem com uma forte crítica ao nosso estilo de vida, a forma como a sociedade é e como nós somos, tão focados em possuir, exibir e esbanjar, destruindo o meio ambiente sem se importar com o futuro, se submetendo aos procedimentos cirúrgicos apenas para que os outros no vejam melhores. No fim todos estão querendo ter a mesma cara, a mesma aparência e tudo que a mídia/sociedade nos diz ser a melhor. Ninguém mais quer construir nada, acrescentar, divergir… apenas querem ser iguais. É contra esses paradigmas que estamos lutando aqui. Mesmo que a mediocridade seja ruim, pode ser facilmente a descrição da felicidade para muitos, ir à festas todos os dias, beber, exibir sua beleza, pode ser muito bom, mas ao mesmo tempo será apenas isso. E o que é a vida sem o extraordinário? Sem o surpreendente? Será que é uma vida que vale a pena ser vivida? É algo que você vai se perguntar ao ler esse livro e eu já sei a minha resposta. Qual é a sua?

  • Este livro nos foi cedido pela Editora Galera Record, porém as opiniões são completamente nossas e sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora em nossos comentários.

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  • divergente
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• Postado por Angel Sakura
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  1. postado em julho 15, 2016 às 3:50 pm
    autor: Layana

    Olha.. essa capa ficou melhor mesmo, mas mesmo assim não me convenceu!
    Não gostei da história. até para uma distopia eu achei sem noção rsrs

    Responder
  2. postado em julho 18, 2016 às 9:02 am
    autor: Tammy

    Há alguns anos tenho curiosidade sobre esse livro, gosto da proposta e da trama. Não descartaria a leitura.
    Essa capa ficou bem melhor que a anterior.
    Bjim!
    Tammy

    Responder
  3. postado em julho 18, 2016 às 8:00 pm
    autor: vanessa

    Olá lindona,
    amei o post, porém não me chamou atenção. Talvez não seja o meu momento de ler essa obra.
    Beijos.

    meumundosecreto

    Responder
  4. postado em julho 18, 2016 às 9:18 pm
    autor: Kátia Moura

    Olá!

    Essa capa realmente está muito linda. Eu não conhecia o livro ainda (SIM, EXISTE ANORMAIS COMO EU NO MUNDO HAAHAH), mas enfim parece ter uma história boa, e uma narrativa que vale apena ler muito. Confesso que tua animação me empolgou bastante para ler 🙂 Ótima resenha!

    Oxente, Leitora!

    Responder
  5. postado em julho 19, 2016 às 9:38 pm
    autor: Morgana Brunner

    Oiii, como vai?
    Infelizmente dessa vez a obra não despertou muito meu interesse, fiquei um pouco confusa com a história em relação a premissa, então pularei a dica. Parabéns pela resenha.
    Beijinhos

    Responder
  6. postado em julho 20, 2016 às 11:01 am
    autor: Rodrigo Costa

    Resenha massa e livro super interessante! Já estava na minha wishlist e sua resenha só me ajudou a lembra que sou pobre demais pra ter todos os livros que quero…hahaha. Adorei.

    2ne1 – Ugly <3

    Responder
  7. postado em julho 20, 2016 às 2:55 pm
    autor: Vivianne Sophie

    Olá,

    Confesso que quando li esta obra em sua primeira edição (com a capa com rostos das quais também gostei muito), não curti muito a obra pois achei a tradução confusa. Mas foi impossível não notar a crítica que o livro faz e sendo sincera, fiquei muito tentada a ler esta nova reimpressão.

    Abraços
    oblogcaentrenos.blogspot.com.br

    Responder
  8. postado em julho 20, 2016 às 5:49 pm
    autor: Jess

    Olá!
    Eu confesso que olhando somente a sinopse, eu passaria longe desse livro.
    Mas ao ler sua resenha, tive certeza de que preciso ler essa obra!
    Adorei o fato de fazer uma crítica a nossa sociedade e ao estilo de vida que levamos. Beleza não põe mesa, e nunca foi tão verdade, rs.
    Adorei a tua resenha e já anotei o livro aqui para procurá-lo.
    Beijos!

    Responder
  9. postado em julho 20, 2016 às 10:55 pm
    autor: Books And Carpe Diem

    Tenho que confessar que já li muita distopia, mas hoje em dia não e um gênero que me faça suspirar mais, ui ficando desiludida com o tempo, e realmente a capa desse livro e feinha, mas o que importa e o conteúdo, o resto e o resto não e mesmo? Ótima resenha.

    Beijos

    Responder
  10. postado em julho 21, 2016 às 2:50 pm
    autor: Juliana Garcez

    Oi! Tudo bem?

    Realmente, essa capa é bem melhor que a outra, mas ainda assim dói só de olhar hahaha Enfim, acho que o livro traz uma reflexão super válida. Como você mesma disse, até que ponto vale a pena viver em função dos outros? Ser mais um clone no mundo não me parece uma ideia muito bom, mas, infelizmente, muitas vezes inconscientemente somos condicionados a agir de tal maneira. Tenho muito interesse em ler a obra e sua resenha só aumentou a vontade! 😀

    Responder
  11. postado em julho 21, 2016 às 4:57 pm
    autor: Sandra

    Oi, Angel!

    Tanta gente já falou tão bem desse livro (e da série) quando foi lançado pela primeira vez, mas nunca me despertou a curiosidade.
    Nunca quis ler e ainda não mudei de ideia… rs.

    Beijos!

    Responder
  12. postado em julho 25, 2016 às 9:12 am
    autor: pah

    O que eu mais gosto das distopias é a possibilidade de criar um mundo totalmente novo e diferente de antes, infelizmente esse ão me chamou muito a atenção, talvez tente ler o primeiro, e se gostar tento o outros

    Responder
  13. postado em julho 25, 2016 às 2:57 pm
    autor: Valéria

    confesso que criei repulsa com a série por conta das capas antigas… xD
    ainda bem que trocaram, mas pela premissa em si, não sei se leria… mesmo curtindo distopias, ando meio desanimada com o gênero atualmente…

    contudo, acredito que ele traz uma crítica pertinente… se tiver chance, leio ao menos o primeiro, se me convencer de que é legal, continuo acompanhando…
    bjs…

    Responder
  14. postado em julho 27, 2016 às 5:48 am
    autor: Roberta Gouvêa

    Olá 😀
    Eu tenho a série aqui em casa, comprei numa super promoção há um tempo atrás, mas ainda não li. Fiquei meio assim depois de ler outro livro que tinha uma adolescente como protagonista. Mas, sua resenha me trouxe aquela vontade de ler o livro que tive quando li a sinopse pela primeira vez *.*
    Beijos <3

    Responder
  15. postado em julho 27, 2016 às 1:46 pm
    autor: Lilian Farias

    Oi. Lendo a sinopse me remeteu a questão do patinho feio. a capa do livro também não me agradou. Lendo sua resenha, achei bem curioso esse lance de feio, perfeito, cirurgia. Traição. Vi nesse enredo ótimos elementos, fiquei curiosa.

    Responder
  16. postado em julho 27, 2016 às 10:23 pm
    autor: Marcia

    Eu tenho ele aqui, só não limainda por falta de oportunidade.
    Gostei da sua resenha.
    Bjs

    Responder
  17. postado em julho 29, 2016 às 11:41 pm
    autor: Paac Rodrigues

    lembro que quando vi esse livro, achei que era sei lá um romance sabe? kkkkkkkkk e olha só, quem vê capa não vê coração kkk ou no caso história. O livro parece ser mega bom, é interessante a autora trazer padrão como discussão de um livro, e transformar isso numa distopia, queria ser gênio assim kkkkkkkkk

    Responder
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