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21 set 2016

George – Alex Gino

comentando sobre Livros Parcerias Resenhas Resenhas de Livros Tags5 estrelas, Alex Gino, Editora Galera Record, LGBT, transgender

Autor(a): Alex Gino
Editora: Galera Junior
Nº de Páginas: 144
Comprar: Buscapé

CURTI

    • Seja quem você é. Quando as pessoas olham para George, acham que veem um menino. Mas ela sabe que não é um menino. Sabe que é menina. George acha que terá que guardar esse segredo para sempre: ser uma menina presa em um corpo de menino. Até que sua professora anuncia que a turma irá encenar “A teia de Charlotte”, e George quer muito ser Charlotte, a aranha e protagonista da peça. Mas a professora diz que ela nem pode tentar o papel porque... é um menino. Com a ajuda de Kelly, sua melhor amiga, George elabora um plano. E depois que executá-lo todos saberão que ela pode ser Charlotte — e entenderão quem ela é de verdade também.

Vamos falar sobre George? Sim. Favor. George é uma menina de 10 anos que desde jovem já conhece as desgraças da nossa sociedade. George é um pequeno anjinho que não tem culpa de que ainda não progredimos o suficiente para ter uma convívio melhor na Terra. George é protagonista de um livro “infantil” de Alex Gino sobre transgêneros. Assim que recebi este livro, sem ler nada sobre antes, achei que era um pouco confuso. Afinal, esse tipo de tema não é comumente tratado entre crianças, pelo menos no nosso país. Mas ao que fui avançado no livro, e que me dei ao trabalho de ler sobre o autor, descobri o propósito por trás de todas essas maravilhosas páginas.

Vamos falar sobre Alex Gino? Sim. Mas nem tanto, porque este espaço é para George, e como George pode ajudar crianças a entender parte da vida. Voltando à Alex, é uma pessoa se identifica como Genderqueer, o que eu consigo entender por uma flutuação no espaço que existe entre o gênero masculino e feminino. Não é de lá e nem de cá. A pessoa simplesmente é, e ponto final. Se eu entendo isso? Não, nem um pouco, mas não sou eu que tenho que entender, e sim essas pessoas. Eu só tenho que respeitar e apoiar como um ser humano civilizado (jogando shade pros preconceituosos SIM).

Depois de ler um pouquinho sobre Alex Gino, acabei compreendendo o que o livro quis passar. Não que não esteja claro na narrativa, mas aí vem a questão da desconstrução desse tema para nossas crianças e pré adolescentes. E quem melhor para ensinar do que alguém que passou por isso? George caminha nas páginas nos mostrando a dificuldade que é nascer no “corpo errado”. E, caros leitores, entendam que eu não sou ninguém para falar sobre, não passei e nem passo por isso (sou cisgenero), mas para que tenham uma ideia e se interessem pelo livro, como eu quero que se interessem, vocês tem que entender o que o livro significou (pelo menos pra mim) o que pode ser entendido e é sempre bom evoluir como uma pessoa melhor.

“George fez que sim. Ela odiava ser chamada de Sr. Mitchell. Tinha vontade de gritar ‘O Sr. Mitchell mora em Poconos com uma mulher chamada Fiona!’ Sr. Mitchell era o nome do pai dela. Também seria o nome do irmão dela, Scott, um dia, mas nunca seria o dela.”

Acho que o segundo desafio de George foram as outras pessoas. O primeiro acredito que seja a própria aceitação, o próprio descobrimento de si. No caso de George, com apenas 10 anos, o maior dilema estava sendo a família, que eu sei que é uma das bases de qualquer pessoa. George tem um irmão mais velho que é como todo adolescente em fase de crescimento: meio estranho, meio engraçado. Nossa menina ainda mora com a mãe, que é separada do pai. E não podemos esquecer da melhor amiga de George: Kelly, que é extrovertida, esperta e muito engraçada (o ponto dela é ser aberta com as pessoas, alguém que eu vejo que George precisava para também apoia-lo).

“Kelly respirou fundo.
– E desculpa por ter te ignorado na semana passada. – Ela coçou o pescoço. – Quer saber? Se você acha que é menina…
George se preparou para as palavras seguintes de Kelly.
– Então eu também acho que você é menina!”

Além do dilema de George com a própria família e seu segredo, existem outros personagens na história que não são tão legais. Existe o bullying no colégio, os adultos que não compreendem, seja pela idade de George ou pela pouca informação que eles tem sobre o assunto, ou outros ideais que no livro não são comentados. O que fica claro é a pouca preparação que existe tanto para os professores da escola quanto para os pais dessas crianças.

“- Às vezes, as pessoas transgênero não têm direitos.”

Agora, compartilhando o centro de tudo, estava o desejo de George de representar a Aranha Charlotte (de a menina e o porquinho) em uma peça da escola. É obvio que sendo considerado garoto aos olhos da sociedade, ele não conseguiria o tão sonhado papel; mas é claro que como livro jovem dificilmente tem final triste, existem certos acontecimentos ao longo da narração que deixam a nossa querida George feliz da vida.

Outro detalhe fascinante no livro é que em toda a narrativa o pronome utilizado para a protagonista é o feminino; que vindo de um autor como Alex Gino, não podia ser diferente.

Um ponto que talvez seja importante ressaltar, mas que eu quero deixar para a reflexão é a padronização do que seria de ‘menino’ e o que seria de ‘menina’. Eu, como feminista, defendo o ‘não existe uma divisão entre coisas e ações de acordo com o gênero’. Então, querendo ou não, quando George sonha com suas revistas de moda e maquiagem, existe a cultura do ‘feminino’ impregnada no que ela acredita. Se é errado, se é certo, talvez seja algo pessoal de cada um. O que é óbvio que não pode seguir acontecendo é a imposição disso nas pessoas.

No mais, deixo vocês com a decisão de investir em livros com esse tema. O que eu acho bem importante, se quisermos uma sociedade menos preconceituosa. Compartilhem com os amigos, compartilhem com os irmãos mais novos, com os primos, com as crianças do bairro (desde que com permissão dos pais, não se metam em confusão, por favor). É importante ajudar pessoas como George à sair da conchinha com calma e felicidade. Todo mundo merece seu lugar ao sol!

Recadinho do coração: recomendo à vocês os canais de Gigi Gorgeous (em inglês) e MandyCandy (em português). São mulheres trans maravilhosas. ♥

  • Este livro nos foi cedido pela editora Galera Junior, porém as opiniões são completamente nossas e sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora em nossos comentários.

Você poderá gostar de ler essas resenhas também:

  • Dois Garotos se Beijando
  • Jiyuu na Karada: O Corpo Liberto
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• Postado por Ruchiaa
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Leia os últimos comentários também...
  1. postado em janeiro 25, 2017 às 2:32 pm
    autor: Kerolayne Silveira

    Uau essa resenha me deixou completamente sem palavras, esse livro parece ser incrível e com uma reflexão que meu deus. O livro deve ser um tapa na cara para todos os preconceituosos…
    Beijos

    Responder
  2. postado em janeiro 25, 2017 às 3:33 pm
    autor: Carla Vieira

    Adorei a resenha e fiquei com vontade de ler o livro!! R concordo com você, livros nesse tema pode ajudar muito na diminuição do preconceito e na geração de uma sociedade mais esclarecida!
    Beijos e parabéns por trazer esse tema à tona

    Responder
  3. postado em janeiro 26, 2017 às 10:15 am
    autor: Rayanni kellsin

    Olá, tudo bem?
    Adorei o post, o livro parece muito interessante, gostei bastante da sua resenha, está bem detalhada.
    Um beijo.

    Responder
  4. postado em janeiro 26, 2017 às 1:22 pm
    autor: Anônimo

    Oiii menina, tudo bem
    Confesso que fiquei bastante intrigada e interessada em conhecer esse livro, por mais que ele me tire da minha zona de conforto, confesso que seria uma ótima pedida no momento. Ótima resenha.
    Beijinhos da Morgs!

    Responder
  5. postado em janeiro 27, 2017 às 11:05 am
    autor: Tatiana Castro

    Olá!
    Esse livro está dando o que falar! Acho que o principal nesse tema é o respeito e a aceitação, tanto da própria pessoa que passa por situações como essa, como de quem a rodeia. Escola e familia sempre serão os primeiros desafios de qualquer criança, por isso são os principais lugares que a empatia deve ser desenvolvida.
    Beijos!
    Gatita&Cia.

    Responder
  6. postado em janeiro 27, 2017 às 11:05 am
    autor: Tatiana Castro

    Olá!
    Esse livro está dando o que falar! Acho que o principal nesse tema é o respeito e a aceitação, tanto da própria pessoa que passa por situações como essa, como de quem a rodeia. Escola e familia sempre serão os primeiros desafios de qualquer criança, por isso são os principais lugares que a empatia deve ser desenvolvida.
    Beijos!
    Gatita&Cia.

    Responder
  7. postado em janeiro 27, 2017 às 4:22 pm
    autor: Roberta Gouvea

    Olá, tudo bem?
    Eu não entendo muito sobre o assunto, mas sempre tento aprender mais e, como você disse, respeitar.
    Ouvi muitos booktubers falando desse livro logo após o lançamento e fiquei com muita vontade de ler. Só falta o money haha
    Beijos <3

    Responder
  8. postado em janeiro 27, 2017 às 4:24 pm
    autor: Sandra Mendes

    Oioi!

    Menina, que resenha ótima!

    Eu confesso que não tenho interesse em ler o livro, não é o tipo de literatura que curto, mas tenho certeza de que é imprescindível pra quem tem algum tipo de problema com a identidade de gênero de outras pessoas e, é claro, educadores também. Isso é muito mais comum do que imaginamos e precisamos aprender a, senão entender, pelo menos a respeitar o outro, não é mesmo.

    Sua resenha está perfeita, meus parabéns!

    Beijos!

    Responder
  9. postado em janeiro 29, 2017 às 8:45 pm
    autor: LETICIA DELICOR

    Oi
    Adorei esse livro! É incrível o poder que um livrinho pode ter né. Esse está cheio de poder. Acho que livros como esse devam ser leituras obrigatórias no colégio.
    Bjus

    Responder
  10. postado em fevereiro 2, 2017 às 11:28 am
    autor: Catharina Mattavelli Costa

    Olá
    putz eu quero muito ler o livro, eu adorei o enredo e o tema abordado, é algo que devemos sim conversar com as crianças e tudo mais, muito legal sua resenha e sua dica, ótimo saber que é uma leitura tão boa

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

    Responder
  11. postado em fevereiro 7, 2017 às 1:48 pm
    autor: Aléxia Oliveira Macêdo

    Nunca li nenhum livro dessa temática, muito menos para crianças. Mas já ouvi falar bastante de George e confesso que mesmo apesar de todos os elogios que todo mundo parece fazer eu nunca senti vontade de ler a obra, não chama a minha atenção assim.

    Responder
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