Missing: The Other Side foi um seriado que parecia ser daquelas histórias que eu já vi por aí. Temos investigações de crimes, temos espíritos vagando na terra (?), um protagonista carismático e a busca por justiça. Porém tudo foi diferente do que eu estava acostumada a acompanhar neste tipo de série. Entre risadas e muita emoção pelas mais diversas histórias de pessoas que se foram, Missing: The Other Side para mim foi um dos melhores doramas de 2020.

“- Todos os dias, os mortos estão se afastando cada vez mais. Mas enquanto nos lembrarmos um do outro, permaneceremos em suas memórias, assim como nas nossas memórias.”

• Sinopse: Kim Wook (Go Soo) é um vigarista de fala mansa que ganha dinheiro enganando pessoas desavisadas.
  No entanto, sua vida tem uma virada quando ele tenta aplicar seu golpe de sempre em na Vila Duon. Ele rapidamente descobre que as coisas estão dando errado nesse sonolento refúgio rural, com as almas de mortos assombrando a vila.
  Ele conhece Jang Pan Seok (Heo Joon Ho), um personagem sombrio que busca ostensivamente por pessoas desaparecidas. Os dois formam uma aliança improvável, e decidem ir ao cerne do mistério e dos segredos sombrios da vila. Na busca, os dois ganham a companhia de Lee Jong Ah (Ahn So Hee), uma simples funcionária pública durante o dia, mas uma ativista social com incríveis habilidades de informática à noite. Também se junta à aventura Shin Joon Ho (Ha Jun), um policial em uma missão desesperada para encontrar sua noiva desaparecida.

Kim Wook é um vigarista, mas não é de qualquer tipo ele é como se fosse Robin Hood tirando dos criminosos e dando para os pobres (claro que tem uma porcentagem ali hahaha). E juntamente com seus melhores amigos ele faz armações para arrancar dinheiro de pessoas ruins. Apesar de sempre estar de bom humor, Kim Wook não tem um passado feliz e ainda se sente ressentido por sua mãe tê-lo abandonado quando era pequeno. Mas hoje em dia sua família consiste em seus melhores amigos.
Então um dia ele se depara com um crime acontecendo e toda a sua vida muda. Ele fica muito perto da morte, e passa a ter que se esconder numa casa de homem na floresta, Jang Pan Seok, (o qual parece que sempre foram amigos do jeito que eles se tratam). Até que por acaso ele descobre uma vila no meio da floresta, as pessoas parecem estranhas e não parecem gostar da presença dele.
Aquela não era uma vila normal, todos naquele lugar estavam mortos, porém não conseguiam fazer a passagem porque todas aquelas pessoas tinham algo em comum: os corpos delas nunca foram encontrados. Kim Wook ainda está vivo, mas consegue ver a vila dos mortos que estão perdidos e falar com as pessoas de lá e aos poucos percebe que precisa ser essa ponte entre as pessoas que morreram e o mundo dos vivos. Ainda que ele queira ajudar a todos fica cada vez mais difícil manter isso em segredo, afinal a polícia poderia suspeitar de ele saber tantas informações de pessoas que morreram, sem contar que os criminosos ainda estão em busca dele.

“- Não tente muito sozinho. Podemos compartilhar o fardo.”

Quando eu vi o primeiro episódio desse dorama eu pensei que seria de terror, mas depois do segundo percebi que não era essa proposta (porém ainda acho meio assustador o primeiro episódio) o que temos aqui é mistério e a busca por justiça. Por conta de Wook ser um personagem que tem um bom humor muitas cenas ficaram mais leve e provavelmente você dará umas boas risadas, porém toda a tristeza e injustiça chega num baque para quem assiste (e para os personagens).
Depois que Wook entende que na vila todas aquelas pessoas estão mortas e que não foram enterradas ele não consegue simplesmente ignorar isso, ele precisa fazer algo ele tem o dom de se meter em problemas. Ele não gosta de ver injustiça, quem dera ver um monte de gente que foi assassinada (como ali só fica quem não foi enterrado boa parte das pessoas foram mortas) e ignorar. Claro que o senso de justiça dele acaba o levando a meter em problemas, e assim também conhecemos o policial Shin Joon Ho que está em busca de sua noiva que desapareceu. Gosto da interação entre os dois, na verdade Kim Wook tem o poder mágico de fazer amigos por onde passa, e para um dorama com uma temática um pouco sombria achei legal essa característica dele.

“- Se a vida fosse simples, ninguém seria morto ou perdido.”

A história do dorama acompanha Kim Wook tentando ajudar o máximo de pessoas possíveis a acharem seus corpos e seguirem para o além (no caso as pessoas vivas acharem os mortos, os mortos praticamente só podem falar do que se lembram), tentando entender o porque ele consegue ver essa vila, o porquê de ele ter ficado órfão há tanto tempo (por onde anda a mãe dele?), investigando a verdade por trás de várias coisas que irão acontecendo no decorrer dos episódios, e, acima de tudo tentando ficar vivo (já que parecem querê-lo morto).
Acompanhar as histórias das pessoas que estão presas na vila (elas não podem sair de lá) foi realmente triste, havia histórias de partir o coração e cheias de injustiça. No final, por mais que Wook realmente quisesse ajudar as pessoas na vila, o máximo que ele conseguiria fazer era que a pessoa seguisse para o além, afinal eles já estão mortos. Mesmo que de certa forma ele conseguisse algum tipo de justiça, isso não aliviava tanto, não tem como eles voltarem a viver.
Sobre pontos que poderiam ter sido melhores, acho que Lee Jong Ah poderia ter uma participação maior na história se certos eventos fossem adiantados. Menção honrosa para o Thomas, quem a gente nunca sabia o que realmente estava pensando e de onde veio. Aliás este é o tipo de história que daria para fazer uma segunda temporada (será?).
Então eu recomendo para você que gosta de séries com mistério com uma pitada de fantasia, com toda certeza você irá se emocionar e devorar os capítulos. Prepare os lenços (sério você vai chorar) e não fique perdido do outro lado.

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• Trailer