No primeiro volume desta história, deixamos o protagonista ansioso para saber o que está escondido atrás da pintura chamada de O assassinato do comendador. Ele também aprendeu a conviver com os estranhos personagens e objetos que o cercam desde que se estabeleceu em uma casa nas montanhas. E, a pedido de seu vizinho, ele começou a esboçar o retrato de uma adolescente peculiar, Mariê Akikawa.
Contudo, Marie desaparece misteriosamente no caminho de volta da escola, e nosso protagonista se lança em uma busca frenética. Neste segundo livro, de ritmo acelerado e cheio de suspense, os desfechos são revelados e se encaixam como num quebra-cabeça, para que toda a pintura faça sentido.
Quando terminei de ler a primeira parte de O Assassinato do Comendador eu estava vidrada pelo segundo. Atormentei muitas pessoas querendo ler a continuação (até mesmo pessoas que nem sabiam do que eu estava falando, tadinho dos grupos de whatsapp literários e da Angel Sakura). Então sim, as expectativas para essa continuação estavam lá no teto… até que eu li o livro e fiquei desapontada.
Após nosso pintor finalmente estar instalado na casa isolada no interior, ele começa a entender mais sobre IDEAS. Mas então Marie desaparece e ele precisa de toda a ajuda que tiver para encontrá-la rapidamente afinal ele acha que algo sobrenatural pode acontecer com ela a qualquer momento.
“Podemos espernear À vontade, mas somos dirigidos pelas nossas habilidades inatas, ou pela falta delas.”
Antes de mais nada lembrando que este livro é a segunda parte de O Assassinato do Comendador, então pode ter spoilers do livro um.
Desde que ele começou a morar naquela casa afastada no interior do Japão, a vida dele mudou. Ele agora consegue pintar mais do que apenas retratos (apesar de essa ainda ser sua fonte de renda), lá ele está mais inspirado para tentar novas coisas.
Então quando um conhecido pede ajuda para se aproximar de uma menina, Marie, que talvez possa ser sua filha, ele tem a ideia de fazê-la posar para um retrato assim teria que passar vários dias a encontrando para assim, quem sabe, descobrir mais coisas sobre ela.
Já na parte sobrenatural o Comendador não aparece com tanta frequência o que o leva a questionar se algo aconteceu. Mas então Marie um dia desaparece e ele sente que precisa encontrá-la o mais rápido possível, já que ele suspeita que algo sobrenatural possa ter acontecido com ela.
“Sua ausência era tão absoluta e profunda que eu não conseguia ter certeza de que ele realmente estivera diante dos meus olhos até pouco antes. Talvez eu estivesse apenas olhando para o vazio. Talvez estivesse apenas conversando comigo mesmo.”
Bom como falei eu estava realmente esperando essa continuação já que o primeiro livro tivemos toda a introdução da parte da fantasia com a IDEA (que é tipo um ser baseado numa pintura que ele encontrou na casa) e tivemos bastante do dia a dia dele de como pintor. Então eu de verdade esperava que acontecesse mais ação neste livro… não aconteceu. O que não fez muito sentido para mim, afinal geralmente a apresentação de personagens e cenários se resumem ao primeiro livro, porém aqui o que tivemos foi muito do dia a dia dele, e tudo ficou bem monótono sem desenvolver a história que iniciou no primeiro.
Até a metade do livro praticamente não acontece nada, tem uma coisinha aqui e outra ali, mas acho que dava pra resumir a primeira metade inteira em um capítulo hahaha. Enfim nesta segunda parte de O Assassinato do Comendador temos um pouco mais do dia a dia do pintor (mais do mesmo que tivemos no primeiro livro) e temos o sumiço de Marie (sinceramente não pensei que praticamente a história dessa parte fosse só sobre isso). Na parte sobrenatural temos um pouco sobre a IDEA do Comendador (nada muito novo) e aparecem mais duas, inclusive surge uma Metáfora (e putz eu acho que me interessei mais sobre ela, seria interessante um livro sobre isso). Tudo bem lento, no estilo Murakami de ser que eu geralmente adoro.
“Algo está prestes a acontecer, foi o que senti novamente, olhando o quadro. Até aquela tarde isso não passava de um pressentimento, mas agora isso invadia a realidade. Já não era um simples pressentimento.”
Enfim, o livro ficou abaixo da média para mim por conta das minhas altas expectativas, talvez se eu não estivesse tão ansiosa por essa continuação ou se os dois livros fossem somente um eu teria gostado mais (eu acho… talvez). Se você já leu algo do Murakami antes todo o conceito dele, e o jeito como ele escreve está aqui, então talvez você não se decepcione tanto, agora se você nunca leu nada dele talvez não seja tão agradável assim começar por ele.
De um modo geral eu ainda recomendo a leitura dos livros dele, principalmente por ele ter um estilo único de leitura e por tratar dos mais diversos assuntos, ainda o admiro por incluir sobrenatural numa história onde basicamente seria um drama do dia a dia. Murakami faz isso de um jeito que tudo fica bem natural, mesmo sendo algo que nunca tinha encontrado antes (sim, estou falando da Metáfora
é um ser, e não algo linguístico, louco, não?).
O desfecho de O Assassinato do Comendador vem de um modo lento, mas que de repente você percebe que está envolvido com um desaparecimento de uma garota e em um mundo onde a lógica não faz muito sentido, mas as respostas estão ali.
Oi Debyh.
Eu não sabia dessa segunda parte da história e fiquei ainda mais curiosa para ler a primeira porque assim vou procurar adquirir esse livro o mais rápido possível. Especialmente sobre o assunto de sobrenatural na história. Parabéns pela resenha e obrigada pela dica.
Bjos