O mundo de Garn já foi composto de cinco grandes reinos, até que o rei da Itrácia foi derrotado e todos os membros de sua família foram executados por Lodavico, o implacável rei de Sandura, um homem com ambições de dominar o mundo. A família real de Itrácia eram os lendários Jubardentes, e representavam um grande perigo para os outros reis. Agora restam quatro grandes reinos, que estão à beira de uma guerra.
Mas há rumores de que o filho recém-nascido do último rei de Itrácia sobreviveu, levado durante a batalha e acolhido pelo Quelli Nacosti, uma sociedade secreta cujos membros são treinados para infiltrar e espionar os ricos e poderosos de Garn. Com medo de isso ser verdade, e a criança crescer com um coração cheio de desejo de vingança, os quatro reis oferecem uma enorme recompensa pela cabeça da criança.
Na pequena vila de Oncon, Declan é um aprendiz de ferreiro, aprendendo os segredos da produção do fabuloso aço do rei. Oncon está situada na Covenant, uma região neutra entre dois reinos. Desde que a área de Covenant foi declarada, a região existiu em paz, até a violência explodir com traficantes de escravos indo até a vila capturar jovens homens para serem soldados em Sandura. Declan precisa escapar, para levar seu conhecimento precioso para o barão Daylon Dumarch, comandante de Marquensas, talvez o único homem que pode derrotar Lodavico de Sandura, que agora se aliou à fanática Igreja do Deus Único e está marchando pelo continente, impondo sua forma extrema de religião sobre a população e queimando descrentes pelo caminho.
Enquanto isso, na ilha de Coaltachin, o domínio secreto da Quelli Nacosti, três amigos estão sendo instruídos nas artes mortais de espionagem e assassinato: Donte, filho de um dos mais poderosos mestres da ordem; Hava, uma menina séria com habilidades de luta que poderiam derrubar qualquer oponente; e Hatu, um rapaz estranho e conflituoso no qual fúria e calma lutam constantemente, e cujo cabelo é de um tom brilhante e ardente de vermelho.
Confesso ter demorado um pouco para começar a ler este livro, simplesmente porque eu sei o quanto eu me apego a personagens de livros medievais e ia ficar órfã depois. Já que geralmente acompanhamos todo o crescimento do personagem e suas batalhas pelo caminho é muito complicado não adotar os personagens pra vida. O que lógico aconteceu aqui, com um diferencial para mim de acompanhar mais de um personagem por tanto tempo.
Desde que o reino de Itrácia foi destruído matando praticamente todos os Jubardentes (a nobreza de Itrácia), o rei de Sandura avança cada vez mais no seu plano de dominar todos os reinos. Porém desde então surgiu boatos de que um dos Jubardentes escapou, e isso é algo que atormenta o rei de Sandura. Durante anos ninguém nunca encontrou esse herdeiro afinal o esconderam muito bem até que ele completasse 17 anos. Este é o começo de uma saga de um garoto que é rei e que não sabe disso, até porque afinal seu reino nem existe mais.
“Tinha estudado os mitos que cercavam as famílias mais antigas e sabia de um em específico que predizia caos devastador sobre o mundo se a linhagem dos Jubardentes terminasse.”
Hatu desde que se lembra por gente está na ilha de Coaltachin e vivendo sob os ensinamentos secretos da Queli Nacosti, um grupo de espionagem que segue suas próprias regras. Eles cometem todos os tipos de crimes e tem seus próprios costumes. Mesmo sendo criado por eles Hatu percebeu desde cedo o quanto era diferente deles, seja por causa da cor dos seus cabelos (Hatu nunca conheceu outra pessoa ruiva igual a ele) ou pelo modo em que o tratavam. Sem contar que sempre se sentiu com raiva como se algo fosse explodir, sem saber também o motivo de se sentir assim. Mas além disso ele tem dois amigos dos quais gosta bastante: o encrenqueiro Donte o qual sempre tenta levar vantagem e a lutadora Hava que sempre segue as ordens que recebe. Eles praticamente viveram toda a vida juntos mas a separação deles se aproxima, já que quando se formarem terão que ir para lugares separados.
Longe dali o barão Durchan tenta manter a paz nas suas terras, um dos melhores lugares com pouca opressão considerando as outras cidades. Mesmo assim ele sabe que não pode evitar para sempre o confronto contra Lodavico, o rei de Sandura. Afinal antes ele teve que trair seu amigo, o rei de Itrácia, e mesmo que ele lamente o fato ele fez isso para salvar seu próprio povo. Porém cada vez mais a batalha se aproxima, seja pelas novas leis impostas ou por cauda da igreja única, a qual o rei Lodavico quer impor a todos. Mas o barão Durchan possui um trunfo, e por mais que seja de moral duvidosa ele não vai hesitar em usá-lo. Um pouco mais longe dali temos o Declan que é um jovem órfão aprendiz de ferreiro o qual mora com seu mestre desde pequeno aprendendo a função, mas acontecimentos na cidade e por todo o canto indicam que algo grande está para acontecer e ele precisará tomar um novo caminho.
O rumor de que um dos Jubardentes está vivo parece cada vez maior e não parece que vai se apagar por mais que os anos tenham se passados. E agora parece que finalmente o rumor irá se provar verdadeiro já que o rei de Itrácia está muito perto de descobrir quem é a pessoa dos rumores.
“Poder, magia e destino formavam uma parte adormecida desde pouco depois de seu nascimento. Iria aprender sobre sua verdadeira natureza para dominá-la.”
Eu não tenho tanto costume de ler livros medievais, simplesmente porque algumas séries são bem longas então eu de verdade evito. Mas este aqui pela sinopse e pelo pouco que eu sabia tinha todos os elementos dos quais eu ia gostar. E eu estava certa.
Hatu nosso garoto meio ‘perdido’ na vida se mostra um personagem que aprende bastante durante seu crescimento, seja por intuição mesmo ou pelas coisas difíceis pelas quais ele passa. A dúvida sobre quem ele foi é algo que Hatu sempre imaginou que descobriria um dia, porque se ele tinha uma certeza na vida era a de que não pertencia a Coaltachin. Por mais que ele pudesse facilmente se ‘camuflar’ em praticamente qualquer lugar e que todos os outros estudantes teriam sua função em breve ao ficarem adultos, Hatu sabia que não seria o mesmo para ele. Hava, amiga de Hatu e Donte, se mostra uma personagem um tanto quanto suspeita, não sei exatamente se gosto dela, talvez mais para frente quando eu a entender melhor eu decida isso.
Falando do barão Durchan, ele é bem mais inteligente do que aparenta. No começo eu tinha minhas dúvidas sobre o que ele estava fazendo, mas enfim eu percebi (eu acho) que o plano dele é maior do que parece ser. Por outro lado ele de verdade está tentando proteger o seu povo, nem que para isso tenha que prejudicar outras pessoas. Sobre Declan eu demorei a entender qual era a dele, eu ficava: “interessante, mas por que estou acompanhado a vida dele?”. Mas ai PÁ o autor me mostrou algumas coisinhas que demonstram que ele vai ser importante mais para frente, quase certeza disso. Ainda temos muitos outros personagens menores que me surpreenderam pela influência no decorrer da história e de como Hatu, Hava, Durchan e Declan, ‘levam’ um pouco de cada um deles consigo.
“- Algumas pessoas encaram a adversidade e a superaram, em raros casos progridem, mas algumas se estilhaçam como peça de cerâmica batendo na pedra.”
Bom, como lado negativo do livro, acho que o único, é que o livro inteiro é uma grande introdução, para nos situarmos nos costumes e de como os personagens que mencionei, principalmente Hatu, cresceram e creio que isto vai servir para entendermos suas futuras ações. Assim como outros livros medievais temos toda a situação da influência da igreja no reinado, algumas batalhas, viagens pelo mar e um pouco de fantasia (a qual apareceu bem pouca mesmo, pensei até que não teria nada assim). Foi um ótimo começo de saga e eu lamentei muito não ter o próximo livro ainda, de verdade quero saber os próximos acontecimentos.
A edição da Harper Collins está bem bonita com capa em relevo e temos um mapa no começo para as pessoas perdidas com localização (eu) o qual sempre gosto de dar uma olhada quando distâncias são mencionadas. Para fãs de livros medievais este de verdade tem tudo que tem direito. Afinal ao contrário do que todos imaginam o rei de Itrácia está vivo e uma mudança de toda a história do mundo está prestes a começar e nós vamos assistir de camarote. Tragam as pipocas!
Tudo bem?
Eu li esse livro assim que lançou. Em geral esse tema me chama bastante atenção.
O Rei das Cinzas não nos trás grandes aventuras, ou momentos de desespero. É uma narrativa lenta e introdutória para o que está por vir na saga dos Jubardentes e que estou absolutamente ansiosa para ler.
Achei esse início mais como uma ambientação. Mas gostei bastante.
Beijos.
Ahhhh que faz tempo que não leio nada com temática medieval e sinto falta de um ambiente de batalhas, discussões de religiões, mar.. <3 Adorei a resenha e nem sabia da existência desse livro, Debyh.
Olá, tudo bem? Acho que nunca li um livro assim mais para o lado medieval, porém fiquei bem curiosa para ler este depois de ver tua resenha. Ainda não conhecia a obra, mas parece ser incrível. Obrigada pela dica!
Beijos,
Duas Livreiras
Oi, Debyh! Eu comprei esse livro meio no escuro, sabe? Foi a primeira resenha que eu li e gostei muito, bom saber que posso ter boas expectativas da história, apesar da sua ressalva.
Não sei se vc já leu, mas recomendo Princesa das Cinzas, talvez vc goste também.
bjs
Lucy – Por essas páginas
Eu adoro esse tipo de livro e adorei conhecer esse, achei a capa dele maravilhosa e a premissa completamente interessante. Acho que pode ser uma boa leitura para mim e conhecer sua opinião sobre a obra me deixou animada para ler também.
Uma colaboradora do blog quem acabou fazendo essa leitura e ela amou demais, pelo que entendi é bastante descritivo mas isso só contribuiu positivamente para a obra!
Gostei muito da premissa do livro e a forma como você o descreveu, fiquei com muita vontade de ler e matar a saudade de enredos medievais…
Eu estou curiosa com a leitura deste livro, mas não tive oportunidade de ler ainda. Também gosto de enredos medievais e agradeço por contar um pouco da história.
Bjos Rose