Os últimos dias da noite, segundo romance do jovem talento Graham Moore, é uma trama vigorosa, inspirada em eventos e personagens reais. A história recria de maneira extraordinária a disputa que em fins do século XIX opôs o cientista sérvio Nikola Tesla e o americano Thomas Edison, inventor da lâmpada, dois dos maiores gênios da história. A briga, no entanto, não envolve apenas ciência. Quando George Westinghouse decide ser o primeiro a levar a luz elétrica para o resto dos Estados Unidos — e alcançar a glória e fazer fortuna —, Edison move contra o industrial 320 processos por quebra de patentes e cobra dele indenizações milionárias. Em meio a esse embate, e sem saber absolutamente nada sobre ciência, Paul Cravath, um jovem e inexperiente advogado, é contratado para uma missão inglória: defender Westinghouse nessa causa que todos dão como perdida. Com humor raro e excelente domínio narrativo, Graham Moore mergulha nesse universo em que gênios, cientistas e industriais colocam à prova suas vaidades e ambições, numa corrida alucinante para que, no coração da noite da América, se faça a luz.
Sim, eu confesso que peguei este livro pelo título, não nego fiquei mega curiosa com ele aliás que ideia brilhante este título, até acendeu uma luz aqui! huahuahauahua. Sim, se preparem para perceberem como fui iluminada pela história deste livro e para as minhas piadas envolvendo luz.
Neste livro temos o auge de quando a lâmpada elétrica estava se espalhando pela América. A eletricidade já começava a aparecer nos fios e juntamente com ela as empresas que a produziam queriam se expandir. Então, a disputa pela patente começa envolvendo Paul Cravath um advogado novato, George Westinghouse o qual quer levar a luz mais eficiente para a América, Thomas Edison que diz que inventou a lâmpada elétrica e outros personagens. Entre inventores, advogados e empresários que no fundo só querem sair ganhando, quem vai ser o vencedor?
“- O senhor só pode comer a lagosta depois de medir suas dimensões cúbicas?
– Bem, claro que não; por favor, não me tome por louco. Só consigo ingerir um jantar se seu volume cúbico for um número divisível por três.”
Antes de mais nada vamos no situar, este livro se passa no fim do século 19, por volta de 1880 e a América estava começando a ‘espalhar’ a luz elétrica pelas casas e ruas.
Thomas Edison está processando George Westinghouse por comercializar a lâmpada elétrica da qual ele possui a patente. Porém, George também tem posse de uma patente de lâmpada, a qual pertencia a outros inventores. A disputa de quem realmente pertence a patente começa. Paul é um advogado novato e quando George Westinghouse pede para representá-lo contra Thomas Edison (o qual está rolando mais de 300 processos) as coisas se tornam complicadas para ele, primeiro por ele ter pouca experiência e segundo juntando a isso Thomas possui certo nome de prestígio, suas chances de perder são altas. Além de Paul ter que ir contra um grande adversário ele precisa entender um pouco mais sobre o mundo dos inventores e tentar fazer um acordo, tudo vai ser um pouco complicado, afinal Paul nunca foi um homem das ciências, física parece ser algo bem mais difícil do que ele imagina.
No meio de todo esse grande processo de quem realmente possui o direito a lâmpada elétrica, acompanhamos a vida de Paul, afinal mesmo que ele more na cidade grande há um tempo ele veio do interior e ainda carrega os resquícios do campo. A reação da população, as consequências de se implantar a luz elétrica e, claro, se prepare para gênios tendo seu momento na história, afinal estamos na época das grandes invenções.
“- Não sei se o senhor é um cúmplice consciente de Edison ou um joguete involuntário – disse Paul. – Mas sei que ele é responsável pelo que aconteceu. E não vou permitir que Edison, ou o senhor, me incriminem falsamente.”
Imagina que você tem pouca experiência como advogado aí te falam que você tem que defender um cliente o qual Thomas Edison, que no momento é o grande bambambam na América, está processando mais de 300 vezes? Então bem-vindos a vida de Paul! Por estar numa posição financeira pouco favorável e não ser de família influente, nosso protagonista não tem muitos contatos, então consequentemente poucos clientes, parece loucura ir contra um dos maiores nomes do país, mas ele está disposto a isso justamente para alavancar sua carreira. Contudo, o mundo dos inventores é algo novo pra ele, apesar de ele tentar entender um pouco sobre física e coisas do tipo, no fundo ele só quer encontrar uma brecha para salvar seu cliente.
Thomas Edison é representado neste livro como alguém que ama chamar a atenção, e o que importa para ele é ter o seu nome reconhecido. E sim, temos muitos inventores que são (e eram) deste tipo, o fato de você ter sido o primeiro a fazer tal coisa deve inflar o ego de qualquer um. Por conta disso e por dar praticamente toda a atenção ao que ele acha que é justo, por muitas vezes ele é demonstrado como alguém que faria qualquer coisa para conseguir o que quer. Já George Westinghouse apesar de também ser um inventor, ele faz mais o estilo empresário, ele quer mesmo é vender e comercializar em grande escala pela América afora e ganhar muito dinheiro.
Algo que claramente dá pra perceber neste livro é a mudança de Paul, ele tenta fazer as coisas seguindo certa linha de ética (a dele, lógico), mas lá pro final do livro você percebe que ele ta meio: que se dane tudo. E não tiro um pouco da razão dele, ninguém parecia querer entrar em acordo, eu estava me estressando junto com Paul. Os tais ‘gênios’ até podiam ter certa inteligência para invenções, física, matemática e afins, mas praticamente tinham zero inteligência para assuntos envolvendo outras pessoas e convivência, ou seja eles eram horríveis em humanas hahahaha. O que de certo modo os faziam presas fáceis para empresários e advogados, e os deixavam meio loucos. Isso se aplica a muitos deles, mas em especial ao cientista Nikola Tesla, que parecia viver numa dimensão à parte o que o prejudicou, ou não, dependendo do seu ponto de vista.
Mas, nem tudo são processos jurídicos e leis da física, mentira boa parte é sim, temos também a vida de Paul, como sua vida de solteiro e sua família que não entendia o porque de ele ter ido embora do interior. Tenho que comentar sobre os pais de Paul, mesmo que eles tivessem certo fervor religioso (o que Paul não tinha herdado) eu achei fantástico o quanto eles eram mente aberta para época, eles tinham ajudado a criar uma das primeiras universidades que aceitavam negros, o que era um grande avanço, assim como defendiam a igualdade e faziam grandes projetos de caridade. Se por um lado Paul tinha herdado estes ideais para a sua vida, por outro ele tinha pensado que sua família se importava mais com caridade do que com ele, o que não era muito verdade.
“… todos fazemos coisas das quais não nos orgulhamos.”
Apesar do início ser um tanto quanto lento, eu percebi depois que ele era necessário por conta da época, e para pessoas como eu que não tem a menor ideia sobre essa parte da história das invenções. Antes deste livro para mim Thomas Edison tinha inventado a lâmpada e era isso. E pude perceber que tudo é muito mais profundo do que isso, parei pra pensar também o quanto as coisas são fáceis hoje em dia perto do trabalho que era antigamente. Preciso avisar que estamos no começo das instalações da eletricidade, então temos cenas de acidentes e experimentos um tanto quanto chocante. No final todos querem algo diferente, alguns desejam descobrir coisas novas, outros a glória de terem sido o primeiro, e grande parte deles querem dinheiro.
Mesmo que se passe no final do século XIX não é uma leitura complicada, na verdade gostei de perceber o quanto o autor me deixou interessada em tudo que acontecia. Este livro também me surpreendeu por ter uma história original usando pessoas que existiram e fatos que de verdade aconteceram, acho incrível o quanto de pesquisa deve ter acontecido e que ainda assim não tira o prestígio de toda a ficção que ele criou. Temos um toque de comédia em algumas situações, principalmente a de choque de mundos entre os advogados e os inventores, que super aprovei para deixar o tema mais leve.
Vou recomendar este livro para todos, você não precisa ter um gênero preferido para gostar de Os Últimos Dias da Noite, ele é tão interessante que pra mim superou essa classificação de gênero. Vem iluminar sua vida e ler este livro também!
Hey, Debyh!
Por mais empolgante que seja sua resenha e que você recomende o livro, ainda não consegui me interessar. Por ora não vou querer ler, não, mas quem sabe no futuro?
Beijos!
Nossa Debyh que avaliação maravilhosa que tu teve desse livro, com toda certeza eu adoraria ler e me aventuraria nesse enredo de tirar o fôlego, parece aquele tipo de livro q nos prende em todos as cenas e situações, dica anotada.
Beijinhos
Adoro quando os livros pegam acontecimentos reais e ficcionalizam um enredo, explorando como tudo aconteceu. É mais fácil a gente encontrar livros desse tipo com romances de época, mas ainda assim continua bem interessante quando é algo menos antigo. Só achei um pouco confuso ele explorar a vida de 3 personagens e ainda ser bem fechadinho, talvez só lendo pra entender melhor 🙂
Olá, tudo bem?
Adorei a sua resenha, gostei de conhecer as suas impressões sobre o livro “Os últimos dias da noite”. Parece ser um livro muito bom e envolvente, gostaria de ler esse livro nesse ano e espero ter essa oportunidade!
Abraço!
oi, flor. tudo bem?
nossa, pela capa eu já fiquei apaixonada, e o enredo me cativou total. apesar de não ser algo do tipo que eu leia com frequencia…
amei a ambientação nessa época… se tiver oportunidade, lerei…
bjs ^^
Olá…adorei sua crítica sobre a obra, que a propósito eu não conhecia, mas já fiquei interessada. Ela aborda assuntos bem interessantes, dica anotada!
Abraços