O Pânico começou como muitas coisas naquela cidadezinha claustrofóbica: era verão e não havia mais nada para fazer... Heather jamais pensou em competir no Pânico, um jogo perigoso disputado pelos formandos do ensino médio, em que as apostas são altas e a recompensa é ainda maior. Ela nunca se considerou destemida, o tipo de pessoa que lutaria para se destacar. Mas, quando encontra algo — e alguém — por que lutar, descobre que é mais corajosa do que imaginava.
Dodge nunca teve medo do Pânico. O segredo que ele guarda vai servir de estímulo e levá-lo até o fim do jogo, ele tem certeza disso. O que Dodge não sabe é que ele não é o único com um segredo. Todo mundo tem um motivo para jogar.
Para Heather e Dodge, o jogo trará novas alianças, revelações inesperadas e a possibilidade do primeiro amor — e o conhecimento de que, às vezes, aquilo que tememos é o que mais precisamos. Pânico captura tanto a energia bruta do medo quanto a necessidade dolorosa de encontrar um lugar para pertencer, em uma narrativa envolvente de amizade, coragem e esperança.
Pânico é um daqueles livros que não sabia muita coisa da história, só que tinha um jogo envolvido e que era um livro com adolescentes. E a verdade é que quando falam para mim que são adolescentes minhas expectativas quanto a história cai drasticamente, sempre levo este tipo de livro sem pretensão alguma (este é o certo para qualquer livro). Então quando cheguei ao final do livro eu gostei bastante do que li.
Em uma pequena cidade o fim das aulas quer dizer que o Pânico irá começar. Ninguém sabe como começou, porém é uma tradição, os participantes são somente alunos que acabaram de se formar e os jogos são cada vez mais arriscados. Uma brincadeira que pode passar dos limites mas que muitos estão dispostos a participar, afinal todo o dinheiro vai para somente um ganhador.
“As regras são simples. No dia seguinte à formatura, acontece o Salto de Abertura, e o jogo continua durante todo o verão. Após o desafio final, o vencedor leva o pote.”
Em uma cidade do interior do EUA tudo parece ser bem normal, com exceção do Pânico que acontece todo o começo de férias de verão. Um jogo onde todos os alunos que acabaram de se formar podem participar, e o ganhador leva todo o dinheiro que foi arrecadado durante o ano letivo. As missões são das mais variadas e a medida que os competidores vão avançando de fase a competição vai ficando cada vez mais arriscada.
Todo o ano são escolhidos novos juízes, e ninguém sabe quem são, tudo para que não sejam subornados e que o resultado seja para o verdadeiro merecedor. O Pânico não é algo que possa ser espalhado para outras pessoas fora do colégio (adultos e tal), porém boa parte deles sabe que ocorre. Inclusive já houveram inúmeros acidentes por conta do Pânico.
Heather não tinha tanta intenção de participar do Pânico, mas uma coisa foi levando a outra e agora ela só quer ganhar o dinheiro da vitória. Ela é bem pobre e tem uma situação difícil onde mora, ganhar o dinheiro iria garantir alguma coisa do futuro já que ela não tem ideia do que irá fazer agora que se formou. Dodge esperou muito tempo e agora finalmente participará do Pânico. Claro que ele quer o dinheiro, mas este não é o seu principal motivo e ele precisa de todo jeito chegar até a última missão.
As provas são arriscadas, mas alguma coisa parece impulsioná-los a chegarem até o fim daquele jogo. Amizades estão correndo risco de terminar, e outras estão começando. No meio de tudo isso eles realmente estão arriscando sua vida, e no final só um ganhador leva tudo.
“Nenhum deles estava a salvo.
Não mais. Nunca mais.”
Já tinha lido algo da Lauren antes, porém era distopia e este livro aqui me lembrou o quanto ela escreve de um jeito que me prende. Mesmo não sendo tão fã de livros juvenis eu li este realmente rápido. Talvez por querer saber quem ganharia o Pânico e o quão longe eles estavam dispostos a ir.
O plot principal aqui é: o quanto você está disposto a se arriscar para ser o grande ganhador? Mesmo que dinheiro fosse o prêmio, para alguns depois de um tempo estava claro que o que eles realmente queriam era a glória de ser um ganhador do Pânico. Toda a tradição que foi passada de um aluno para o outro durante todos aqueles anos tinha um peso enorme. Era exatamente como um costume que parecia estar ali durante gerações. O que não era exatamente verdade.
Acompanhamos mais de perto a participação de Heather e Dodge. Eu tinha muita dó de Heather, ela levava uma vida precária com uma mãe que não era exatamente um exemplo de mãe, e praticamente era a responsável por sua irmã. Quando aconteceu algo que a abalou ela entrou como participante do Pânico, os motivos pelos quais ela entrou eram bem erradas, porém depois parei para pensar e me lembrei que ela ainda era uma adolescente. Então estava tudo bem ela ter os motivos errados para virar uma participante (os quais mudam depois), e tudo bem ela querer viver tão intensamente. Mas isso não perdoa todos os erros que ela cometeu ao longo da história.
Já Dodge era o tipo de garoto que se sentiu à margem na escola durante toda a sua vida e que agora parece finalmente ter chegado o momento dele. Eu me apeguei a ele (super leria mais livros com ele), ao mesmo tempo em que ele era bem ‘adulto’ em geral, ele também era bem inocente em outras. Este foi o charme dele para mim. Dodge era movido pela vingança, o que acaba com uma pessoa de qualquer idade e foi interessante acompanhar a mudança dele ao perceber que não estava chegando a lugar algum.
“- Você já fez alguma coisa ruim por uma boa razão? (…)
– Já.
– Então, o que isso faz da gente? Bons ou maus?”
Sobre pontos negativos eu esperava que tivéssemos algum tipo de aprendizado no final (ou algo do tipo), mas senti que não teve. E também algumas resoluções ficaram um pouco forçadas para mim. Mas posso ter tido essa impressão porque apreciei realmente o resto do livro, no geral não foi um fim ruim só, precisava ter sido incrementado um pouquinho mais. Olha eu sendo exigente num livro YA hahahaha.
Em breve o livro vai virar uma série do Amazon Prime, e realmente dá pra fazer uma série só com este livro já que acontece muitas coisas (este é outro dom da autora, o livro nem é grande e tem muitos acontecimentos). Como já mencionei em outras resenhas não sou uma pessoa que vê adaptações, mas quem sabe quando sair eu não me empolgue pra ver as cenas na vida real.
Pânico tem uma leitura bem rápida, e que realmente me deixou em pânico em alguns momentos. Talvez porque eu já esteja numa idade em que algumas coisas eram arriscadas/ridículas demais e que não valiam o prêmio, mas essa sou eu não-adolescente hahaha. Ainda assim recomendo muito a leitura, como livro YA é realmente um bom livro, e a escrita da Lauren vale a pena. Fique preparado para as provas que virão e sobreviva até o final do Pânico.