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31 jul 2016

Persépolis – Marjane Satrapi

comentando sobre Livros Parcerias Quadrinhos Resenha em Áudio Resenhas Resenhas de Livros Tags5 estrelas, Biografia, Marajane Satrapi, quadrinhos, Quadrinhos na Cia.

Autor(a): Marjane Satrapi
Editora: Quadrinhos na Cia.
Nº de Páginas: 352
Comprar: Amazon

CURTI

    • Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
      Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
      Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

Persépolis é um caso de amor antigo, eu tinha começado a ler essa história na época em que as edições eram divididas, era mais de um livro, e não consegui terminar de adquirir as outras, mas eis que finalmente tenho a edição completa (ma-ra-vi-lho-sa) em mãos. Muita felicidade né?
A resenha de hoje é um livro em quadrinhos, autobiográfico da iraniana Marjane, que teve família e uma adolescência assim como milhões de crianças, mas que no meio de tudo isso veio a opressão cultural e a guerra que a fazia questionar sobre o mundo.

Resenha em áudio para quem prefere me ouvir:

http://euinsisto.com.br/wp-content/uploads/2016/08/resenha_persepolis.mp3

“E foi assim que fiquei perdida… o que poderia acontecer de pior?
– Marji, corre pro subsolo! Bombardeio!!!
Era o começo da guerra…”

P2O ponto de partida é quando Marjane, aos dez anos, de repente se vê obrigada a usar o véu islâmico. Coisa que não fazia, por sua família ser mais “moderna” sem amarras a estes costumes, mas agora era contra a lei andar sem o véu. E é aí que as coisas começam a mudar drasticamente para ela e toda a sociedade que antes vivia em liberdade. A guerra chega e Marjane fica cada vez mais na dúvida em quem, ou no que, acreditar. As novas leis fazem com que tudo seja pecado, e quem julga são os novos ditadores. Marjane ainda é criança, mas tem seu próprio pensamento de como as coisas estão tão erradas e muito confusas com toda a opressão do governo e a guerra se torna cada vez mais perto e ameaçadora. Os pais de Marjane percebem que para a filha ser livre ela precisa ir embora, assim, ainda muito nova ela vai para Europa, onde vive longe de seus pais e do seu país que praticamente virou outra coisa.

“Fazia quatro anos que eu não via uma loja tão bem abastecida.
A primeira prateleira que fui ver foi a de sabão para roupa perfumado. No Irã, não se encontrava de jeito nenhum.”

Eu raramente leio biografias, mas… mas aqui temos quadrinhos! Uhul! Sério adoro uma boa história desenhada hahahaha. Além do mais Marjane é uma personagem (pessoa?) tão única, e que mesmo tendo uma infância e juventude bem caótica, ainda conseguiu manter sua personalidade, claro que depois de muito apanhar da vida e desprender muito esforço.
P3Para se situarem na história a infância (e a história) começa a ser contada na década de 80. Época em que o Irã sofreu muitas mudanças no governo, incluindo severas leis baseadas na cultura xiita. Não sei vocês, mas eu sou péssima em história do Oriente Médio, muitas vezes confundo os países de lá e tal, então a maior parte das coisas me chocaram. Porque mesmo que fosse na década de 80 (para 90) os acontecimentos ainda estão aí e acontecendo pelo mundo. Pessoas sendo privadas de liberdade (em qualquer sentido) me deixa muito indignada e, acima de tudo, totalmente impotente. Porque não é algo simples, não é algo que se resolva tão fácil.
Só consigo ficar imaginando o quanto é triste você chegar ao ponto de ter que abandonar seu próprio país, porque não dá mais pra viver lá. Seja por estar ocorrendo uma guerra, ou por estar durante uma ditadura, sair da sua terra sempre será doloroso. Essa situação por qual a Marjane passou me deixou assim pensando em quanto eu gosto de morar no Brasil. Ela tentou, de verdade, viver em seu país natal, mas para isso ela teria que abdicar de tudo que acreditava e até de sua personalidade, então era praticamente impossível.
Neste livro vemos a história de uma garota que se mudou para Europa e ficou perdida, no sentido figurativo. Perdida por não saber aonde ela pertence, afinal ela ainda era iraniana, mas não apoiava a cultura atual do seu país, e tampouco ela era europeia, mas estava vivendo ali. Em outras palavras, Marjane por muitos anos foi alguém sem pátria alguma, e eu nunca tinha percebido o quanto isso pode fazer mal para alguém. Ela praticamente ficou perdida, por anos, e não foi nada legal o que isso fez com a vida dela, com ela.

“Depois que as pessoas se acostumavam, embora as mulheres andassem cobertas da cabeça aos pés, dava para imaginar como elas eram feitas, como se penteavam e até sua opinião política.
Claro que, quanto mais uma mulher se mostrava, mais ela era progressista e moderna.”

P1Junto com a vida de Marjane, no livro também é retratado o aprendizado dela com a filosofia, a muitas referências a grandes pensadores, na verdade ela queria entender o porque de estar acontecendo tudo aquilo, e ela buscava resposta em muitos lugares desde a religião até a filosofia. Ainda nisso temos todo o machismo impregnado da cultura do Oriente Médio,  e até mesmo a “modernidade” da Europa, mas no final das contas eu cheguei a conclusão de que muitas coisas eram iguais, mesmo que aparentassem, serem o total oposto. E é claro, temos Marjane começando sua vida adulta, algumas coisas bem engraçadas diga-se de passagem.
E já que se trata de quadrinhos, vamos falar das ilustrações né. Marjane tem um traço bem simples, todo o livro é em preto e branco. E mesmo o traço sendo mais “grosseiro” transmite muito bem o conceito de tudo. O livro está bem bonito, com acabamento simples, o que combinou com as ilustrações dela.
Essa é uma história real, mesmo que a autora tenha usando elementos abstratos para transmitir alguns sentimentos. O que super apoiei, pois assim dá pra entender melhor. Mas a história aconteceu sim, e isso me marcou muito, tenho problemas com histórias reais. A realidade me atinge demais. Mesmo assim Marjane, como mencionei, é muito única, e isso me fez torcer para que ela se encontrasse neste mundo. Valeu cada quadrinho de leitura.

  • Este livro nos foi cedido pela editora Quadrinhos na Cia. , porém as opiniões são completamente nossas e sinceras. Não sofremos nenhum tipo de intervenção por parte da Editora em nossos comentários.

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• Postado por Debyh
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Leia os últimos comentários também...
  1. postado em agosto 3, 2016 às 3:53 pm
    autor: jose silva

    li alguns volumes individuais, mas não sabia que existia uma única com toda a história. entendo o que quis dizer com ser apatriaota.

    Responder
  2. postado em agosto 4, 2016 às 11:32 pm
    autor: Books And Carpe Diem

    Gente acredita que eu nunca escutei nada sobre essa obra?? Achei super interessante o tema, assim como você eu não sou de ler autobiografia, mas do jeito que foi feita eu também leria, e muito legal ler quadrinhos kkkk.
    Adorei sua resenha parabéns pelo trabalho.

    Beijos

    Responder
  3. postado em agosto 5, 2016 às 7:53 pm
    autor: Amanda Melo

    Acredito que a cultura islâmica é uma das mais fortes no mundo inteiro, e chega a ser tirana, ao meu vê sabe? Tanto pelo modo como as mulheres são vistas, como também pela autoridade masculina, que subjuga sempre as mulheres. Claro, é cultura, mas é nessas horas que levanto as mãos para o alto e agradeço a liberdade de expressão por decidir escolher ser quem ou o que quero ser.
    A tua resenha sobre a persona de Persépoles me deixou curiosa pra saber como ela vive, conhecer sobre os costumes. E , acredito que por ser em quadrinhos só ajuda na leitura!

    https://facesemlivros.blogspot.com.br/

    Responder
  4. postado em agosto 7, 2016 às 10:21 am
    autor: Denise Valente

    Oiii
    Eu também não sou fã de biografias, mas essa por ser em quadrinhos eu com certeza leria.
    Na verdade, eu tinha uma professora no ensino médio que ela trabalhava com nós em cima desse livro e eu sempre fiquei curiosa em lê-lo, mas nunca parei de fato para ler por completo. Espero que em breve em consiga, pois acho a história super interessante.
    Amei sua resenha!
    Beijos
    http://www.sacudindoaspalavras.com.br/

    Responder
  5. postado em agosto 7, 2016 às 5:32 pm
    autor: Gustavo Mendes

    Oi!
    Ainda não li nenhum volume, mas quero muito, principalmente por super me identificar com a protagonista. Sem falar que eu adoro esses traços do quadrinho, é simples porém lindo.

    Beijos

    Responder
  6. postado em agosto 8, 2016 às 9:13 am
    autor: Michele Lopez Andrade

    Olá,

    Desconhecia a obra e achei bastante interessante.
    Porém não é o tipo de leitura que mais me agrada.
    Adorei conhecer um pouco mais sobre ela.

    leitoradescontrolada.blogspot.com.br

    Responder
  7. postado em agosto 8, 2016 às 9:34 am
    autor: Morgana Brunner

    Oii Debyh, como vai?
    Que livro incrível é esse garota? Eu fiquei apaixonada e querendo com toda certeza, além de lindo parece ser bastante histórico, isso me agradou de certa maneira.
    Beijinhos

    Responder
  8. postado em agosto 8, 2016 às 11:40 am
    autor: Leticia Delicor

    Oiii Debyh!
    Esse livro está a séculos na minha estante. Quero muuito ler. O livro além de tudo deve passar uma mensagem super iportante.
    Bjus

    Responder
  9. postado em agosto 9, 2016 às 2:30 pm
    autor: Déborah Araújo

    Debyh, amooooooooo quadrinhos.
    Sendo assim sempre me empolgo um pouco mais em ler, independente do gênero que esteja sendo abordado.
    Já tinha curiosidade em ler, depois da sua resenha e desse gostinho do traço minha vontade só aumentou.

    Responder
  10. postado em agosto 9, 2016 às 2:32 pm
    autor: SUZZY CHIU

    Olá, tudo bem?
    Sou doida pra ler esse livro!!
    Mas ele nunca abaixa o preço e fico só na curiosidade.
    Não sabia que o livro era tudo isso e fiquei mais interessada para saber a historia toda.
    A editora caprichou hein?! Achei lindo.
    Muito bom post.
    Beijos!

    Livros e Sushi • Facebook • Instagram • Twitter

    Responder
  11. postado em agosto 9, 2016 às 2:58 pm
    autor: Vivianne sophie

    Olá,

    Gostei muito do enredo da obra e imagino que realmente deve ser um choque de realidade para a garota, ao se deparar com costumes tão diversos. Não conhecia a obra, mas vou anotar a dica.

    Abraços
    Cá Entre Nós

    Responder
  12. postado em agosto 10, 2016 às 12:38 am
    autor: Valéria

    com certeza é um de meus HQ’s preferidos, amo biografias e quando conheci a história de Satrapi por meio de Persépolis, fiquei encantada com sua trajetória… eu não sei como teria lidado com tudo o que ela passou…

    Desert Rose *-* cara, amo essa música… hehehe
    bjs…

    Responder
  13. postado em agosto 10, 2016 às 3:54 pm
    autor: Danielle Rodrigues Casquet de Melo

    Olá Debyh, adorei a resenha desse livro, com certeza vai para minha lista de leituras, ainda se tratando de uma história real, assim podemos entender um pouco mais das diversas culturas. Bjs

    Responder
  14. postado em agosto 14, 2016 às 4:05 pm
    autor: Paac Rodrigues

    primeiro: amei você colocar ideologia no final, combina com o quadrinho e comigo, to aqui cantando e arrasando kkkkk.
    segundo: sou louca por esse quadrinho, sempre vejo pessoas indicando, resenhas positivas e sei que nesse caso realmente a obra é boa porque né? fatos fatos kkk

    Responder
  15. postado em agosto 15, 2016 às 11:31 am
    autor: Quel

    Olá, adorei a resenha. Quero muito ler essa obra, parece ser uma ótima leitura.

    Adoro livros estilo quadrinhos <3

    Responder
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