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17 mar 2016

Prince of Thorns – Trilogia dos Espinhos #1- Mark Lawrence

comentando sobre Livros Parcerias Resenhas Resenhas de Livros Tags3 estrelas, Editora DarkSideBooks, Fantasia, Mark Lawrence, Trilogia dos Espinhos

Autor(a): Mark Lawrence
Editora: DarkSideBooks
Nº de Páginas: 360
Comprar: Buscapé

CURTI

    • Tem início a Trilogia dos Espinhos: Ainda criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma. O príncipe dos espinhos se vê, então, obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.

Hum, eis um livro controverso na minha cabeça. Na verdade estou fazendo a resenha bem depois da leitura e ainda assim não sei se gostei ou não do livro. Se fosse julgar com apenas o primeiro eu diria não, mas alguns amigos me falaram que lendo os próximos a coisa toda faz sentido e aí seria sim. Deu pra entender a minha situação? Deixa resumir o primeiro livro assim: tem pontos maravilhosos e tem pontos terríveis.
Eu sei que existem livros que podem simplesmente melhorar de um pra outro, vide Trono de Vidro que eu adoro agora, mas detestei o primeiro. E estou torcendo muito pra que esse seja o caso, senão eu oficialmente nunca mais acredito em amigos de grupos literários! Estejam avisados!!!!

“Vi o que fizeram com minha mãe e quanto tempo eles levaram. Eles jogaram a cabeça do pequeno William contra uma pedra. Cachos dourados e sangue. Devo admitir que William foi o primeiro de meus irmãos, e ele era especial, com suas mãos gorduchas e seus sorrisos. Desde então, eu tive muitos irmãos, alguns maus, e não sentiria a falta de um ou de outro. Mas, naquele tempo, era doloroso demais ver o pequeno William quebrado daquele jeito, como um brinquedo. Como se fosse algo sem valor.”

Esse é um livro onde não existem heróis, na verdade o termo “bom” aqui é meio subjetivo. Bom pra quem? Seria a pergunta mais pertinente. Jorg é um anti-herói, cuja infância foi trocada por violência e desejo de vingança. Ele é líder um grupo de saqueadores do pior tipo, daqueles que é impossível não desejar suas mortes. Mesmo ele sendo novo já matou muito, e não tem critérios quanto a isso (eu quero dizer que ele já matou guerreiros, inocentes e até mesmo companheiros de gangue). A principal característica de Jorg é que ele é cruel, mas ele também tem uma história de vida difícil (não justifica, não justifica mesmo, mas achei que era preciso acrescentar isso). O livro conta a história atual e nos situa com flashbacks sobre o que aconteceu, sobre o porque Jorg é assim, qual a verdadeira razão do príncipe ter se tornado um assassino e líder de uma gangue ao invés de desfrutar dos confortos do sangue azul. Mas, será que existe uma motivação para se tornar o que ele se tornou? Algo justifica ele ser quem ele é? Não sei, pra mim acho que não. Mas o que aconteceu com ele, aposto que você ficou curioso em saber.

“Sorri e disse: “Perdoa-me, padre, pelos meus pecados”. (…)
Falei sob a chuva, baixinho, quieto. Mas alto o suficiente para o padre Gomst, e alto o suficiente para os mortos que assombravam o pântano a nossa volta. Eu lhes contei das coisas que havia feito. Das coisas que seria capaz de fazer. Numa voz suave, contei meus planos para que todos pudessem ouvir. Então os mortos se retiraram.
“Você é o Diabo!” Padre Gomst deu um passo atrás e agarrou a cruz em seu pescoço.”

Jorg é um príncipe, sua família é detentora de um território central, no passado era um único reino que se dividiu em vários. Óbvio que um quer derrubar o outro através de guerras e ataques surpresas, quem não for cuidadoso terá seu reino tomado. E quando Jorg tem 8 anos seu destino muda completamente por causa dessas batalhas, dessa guerra por mais poder. Numa viagem com sua amada mãe e querido irmão caçula sua carruagem foi atacada. Jorg foi arremessado para fora e ficou preso numa roseira que drenava o seu sangue enquanto assistia o trágico fim de seus preciosos familiares. Ele viu enquanto era rasgado pelos espinhos a sua mãe e seu irmão serem assassinados da pior maneira possível. Ele não podia ajudá-los, ele não podia morrer, ele só podia assistir. Não foi uma cena bonita e isso destruiu qualquer possibilidade de Jorg ser uma pessoa normal, sua alma foi maculada naquela roseira. Após isso ele é resgatado, luta para sobreviver e contra todas as possibilidades: ele sobrevive. A sua motivação é a vingança e para isso ele aprende o máximo que pode sobre guerra, violência e morte. Com 11 anos ele decide seu destino libertando um condenado nas masmorras do castelo e vai com ele para o mundo. É ali onde Jorg o príncipe morre e ele se torna Jorg o assassino cruel e frio. Os anos passam e ele se torna muito bom na arte de matar, de saquear e de cometer atos violentos. Ninguém se opõe a ele, se fizessem ele mataria sem dó nem piedade. Enquanto ele trabalha pra vingar o destino de merda que ele teve, Jorg descobre que ele é apenas uma pequena peça num enorme tabuleiro de xadrez. Ele é nada na ordem das coisas, mas isso não vai impedi-lo de fazer o que quer, mesmo que no processo ele destrua o mundo.

“Cobicei a mulher do meu próximo. Eu a possuí. Matei também. Ah, sim, matei e matei várias vezes. Pouquíssimos foram os pecados que deixei de provar… Se não tivesse morrido tão jovem estou certo de que a encontraria com a lista completa.”

A história segue com um dos protagonistas mais apelões do mundo, sério, Jorg é um pirralho que lidera um grupo violento e que almeja dominar ou destruir o Reino, o mundo… Seus motivos são vingança e poder, não julgo a motivação dele até porque ele é um pirralho. No momento tem 14 anos, mas quando iniciou sua vida de mano ele tinha 10 anos. Oi, 10 anos… Não dava pra imaginar essa idade nele, tipo a filha da magia, pra aceitar a história eu tive que fazê-los crescerem na minha mente. Enfim, ele está sedento por vingança daquilo que perdeu. Da sua família, do seu sangue, da sua infância. Jorg quer destruir o mundo por que odeia tudo que ele representa, mas cá entre nós, ele representa o pior lado do ser humano ou seja ele é parte daquilo que ele quer destruir. Pra se vingar ele se torna tão ruim ou pior do que aqueles que ele quer punir e isso é contraditório, mas ele tem 14 anos o que podemos esperar? Contudo, o que pegou pra mim nesse livro foram as conveniências literárias, se algo ia acontecer com o Jorg vinha um fato/acaso que alterava a situação em seu favor. Teve um trecho em que a morte dele era certa, então o cara tropeça e ele consegue matar o dito cujo. Sério, meio que isso me irritou bastante, mas estou confiando que isso tudo faz parte de um plano maior. Assim me garantiram pelo menos.

“Para cada homem que o irmão Roddat matava de frente, ele esfaqueava três pelas costas. Roddat me ensinou tudo o que eu sei sobre fugas e esconderijos. Covardes merecem ser tratados com respeito. Covardes sabem mais sobre como machucar. Experimente só encurralar um covarde, por sua conta e risco.”

O livro tem muita violência crua e eu gosto disso, não é aliviado pra ninguém, temos sempre alguém sofrendo ou alguém sendo vítima de violência em qualquer momento, sem aviso. A vida era assim, e achei bem coerente ter mantido essa sensação de “nunca estamos seguros” enquanto lia. O comportamento é brutal na maioria do tempo, traições acontecem, alianças são formadas e no meio disso acabamos vislumbrando possibilidades de um romance. É estranho perceber algo tão puro e lindo como amor no meio de tanta sujeira. Especialmente considerando que tal personagem estupra meninas inocentes logo no início do livro (e taca fogo nelas depois). Mas, sinceramente eu não consegui gostar do Jorg, basicamente porque ele é uma pessoa podre. Ele não é só uma pessoa horrível, ele quer ser ainda pior. Eu gosto da jornada de redenção dos personagens e crescimento pessoal, mas neste caso existe algo que possa redimi-lo? Os fins justificam os meios? São questionamentos que você fará enquanto ler o livro. Pra mim, foi tudo muito incômodo. Eu torcia pra ele, o Jorg, se dar mal, eu queria que ele não fosse bem sucedido. Queria que a maioria dos amigos dele fossem mortos e pagassem pelos seus crimes, mas a questão é que o que sobraria, -em sua maioria- é igualmente podre como eles. Então, talvez, destruir o mundo seja a escolha mais correta que Jorg faz.
ps: preciso colocar aqui que enquanto eu li o livro eu fiz uma ligação na hora para Soredemo Sekai wa Utsukushii que é um anime muito divertido, mas também temos uma criança real revoltadinha.

Você poderá gostar de ler essas resenhas também:

  • The Warriors
  • A Rainha Vermelha
  • Meio Rei
  • Playlist



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• Postado por Angel Sakura
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Leia os últimos comentários também...
  1. postado em março 20, 2016 às 10:29 am
    autor: angelica

    Eis uma leitura que não me interessa, já vi muitos elogios, e pessoas que assim como vc ficaram indecisas quanto a gostar ou não.
    Espero que os outros façam sentido para vc.
    Bjs

    Responder
  2. postado em março 20, 2016 às 1:09 pm
    autor: Maria Valéria

    bem, apesar de ser um título da DarkSide não me animei pra ler… o gênero – apesar da violência contida nele – não me atrai, a premissa em si não me cativou… e ando evitando séries, me falta tempo de ler as que realmente quero… =T

    Responder
  3. postado em março 21, 2016 às 7:53 am
    autor: Saga Literaria

    Olá,

    Mark Lawrence é fantástico, os livros dele são fodásticos, adoro. Adorei sua publicação, o fato de ter inserido passagens do livro na resenha, ficou ótimo. http://www.sagaliteraria.com.br

    Responder
  4. postado em março 21, 2016 às 6:44 pm
    autor: Lilian Farias

    Li recentemente um livro e estou assim, não sei se gostei da leitura, ainda não consegui fazer a resenha por não saber ao certo o que dizer além do próprio enredo. Mas no livro o termo ‘Bom’ ser subjetivo é algo fabuloso. A sensação de ‘nunca estamos seguros’ também me anima a conhecer a obra. Gostei de sua resenha e curti muito saber mais do livro.

    Responder
  5. postado em março 22, 2016 às 11:41 am
    autor: Anônimo

    Oie tudo bem, olha essa capa é linda, mas não é o tipo de livro que costumo correr para ler, mas gostei da resenha mostrando o pós e os contras, tenho uma pessoa para indicar e que vai aproveitar muito essa leitura, meu filho gosta dessa dinâmica de livro. Bjks

    Responder
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