Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira.
Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.
Eu li “A Prisão do Rei” faz um tempo, mas acabei demorando pra fazer a resenha, meses pra ser sincera. Pensei que meus sentimentos com a leitura pudessem diminuir e eu escreveria algo mais neutro… Não funcionou. Meus sentimentos ainda estão fervilhando, bem como fizeram quando terminei de ler. Ah, como eu odeio esse livro, ah como eu amo esse livro. Esse foi um livro mais político, mais sobre poder e, o que vem com ele, do que batalhas, mas me perguntem: ele deixou de ser tão violento quanto os outros? Não, sinceramente eu achei esse tão doloroso quanto. E isso é bom, afinal estamos em guerra aqui e as escolhas devem pesar. A Rainha Vermelha é uma saga que tenho sentimentos conflituosos o tempo todo, mas não se enganem eu tenho gostado muito dos livros, meu problema é que quando eu decido gostar de certos personagens eles vão lá e batem na minha cara mostrando que não vale a pena, é isso que me mata… e pior, ainda vai matar a Mare. (Essa resenha pode ter spoiler dos livros anteriores a este.)
Começamos o livro com a Mare capturada, ela tem o direito de fazer apenas o que o Maven lhe permite e o que ele permite é que ela sofra mesmo que isso também o faça sofrer de uma forma deturpada. O fato é que com ela presa, sendo usada por Maven e seguindo as suas ordens, faz com que as pessoas que outrora confiaram nela se sintam traídos e convenientemente esquecem que ela foi presa para salvá-los. Do outro lado a Guarda Escarlate começa a se preparar ainda mais forte para a batalha real e toma algumas decisões acertadas, o que confirma que em breve o confronto direto acontecerá. E você de que lado estará? Guarda Escarlate? Vermelhos? Prateados? Sanguenovos? Bem, não importa seu lado afinal todo mundo trai todo mundo.
“SER UMA BONECA É ESTRANHO. Passo mais tempo na prateleira do que sendo usada. Mas, quando sou obrigada, sigo os comandos de Maven — ele sustenta seu acordo enquanto o obedeço.”
Maven faz algumas boas jogadas no início deste livro, ele além de possuir a Mare como sua bonequinha, também tem alguns planos certeiros em andamento. Um deles é usar a imagem de Mare para atrair os sanguenovos e reforçar seu exército. E Mare tem que mentir para todos, através das câmeras, que está do lado do jovem Rei porque ela precisa assegurar a vida daqueles que ama, é a forma que ela pode lutar por eles no momento. É doloroso ver que os dias da moça se resumem em pensar nos que estão longe e sofrer por quem está perto. Ela faz o que faz para proteger, mas não é por causa disso que as pessoas vão deixar de pensar mal pelas suas ações e isso é uma bosta. Nem todos percebem que ela é uma isca, ou pior, nem se importam. Com novos e recém chegados sanguenovos, Maven também encontra alguns aliados de peso que possuem guerreiros e exércitos, fazendo com que a guerra se mova para uma solução mais definitiva. E por definitiva quero dizer muito sangue derramado rapidamente. Enquanto a Mare é torturada, mais psicologicamente do que fisicamente, a Guarda Escarlate fica de mãos atadas para ajudar. Eles não podem salvar Mare e portanto se focam em coisas que podem fazer. Sendo sincera eu não gostei da Guarda, eles usam as pessoas como peões e no fim estão assumindo o mesmo rol que os prateados ao fazerem isso, se importem com as pessoas. Nem sempre os fins justificam o uso de qualquer meio. E sim, eu sei que não dava pra ir lá e salvar a Mare, mas usar a Mare como combustível pra mover o Cal foi uma enorme filha da putagem. Só falando.
“— Você me jogou na arena para morrer — digo devagar. Como se algum de nós pudesse esquecer. — Você me mantém acorrentada em seu palácio, vigiada noite e dia. Você me deixa definhar, adoecer…
— Acha que gosto de te ver assim? — ele resmunga. — Acha que quero mantê-la prisioneira? — Sua respiração se agita. — É o único jeito de te manter comigo. — A água se agita enquanto ele gesticula. “
Então temos as peças no tabuleiro, a Mare presa o tempo todo com a pedra que suga silenciosa seus poderes e a deixam fraca (pensem numa tortura constante, é isso aqui), Maven juntando aliados, a Guarda Escarlate treinando pra rebelião e Cal agindo na surdina pra resgatar Mare. O problema da Mare passar tanto tempo com Maven é que acabamos vendo mais o lado dele, entendo mais quem ele é. E eu confesso que não odeio o Maven, ele é uma pessoa ruim? Sim, ele é. Mas dentre tudo que eu vi nesta saga ele é melhor do que muitas outras pessoas, já falo mais disso no final. A linha da humanidade do Maven é bem fina, e nela se encontra a Mare, mantê-la com ele é o jeito dele sentir que ainda é humano e que tem sentimentos. Lendo isso parece até que temos romance né? Pois é, não temos muito de fato. Aqui é sobre a crueldade, sobre a posse e sobre destruir quem amamos. De uma forma ou de outra as pessoas vão se destruindo, vão se traindo, vão se matando. O livro deveria talvez se chamar a prisão de ser Rei… combinaria bastante em mais de um personagem. Só dizendo.
“— É agora que eu peço para você me escolher?
Porque é uma escolha. Ele só precisa dizer não. Ou sim. Uma palavra define nosso destino.
Me escolha. Escolha um novo mundo. Ele não o fez antes. Tem que fazer agora”
Temos outros narradores na história agora, dentre eles temos Cameron que não é um dos melhores ao meu ver. Falta carisma e intensidade pra ser sincera. Mas, pelo menos a Cameron consegue entender um pouco o que a Mare está passando, mesmo que ela não goste muito dela. Mas, a próxima narradora foi deliciosa de se acompanhar. Evangeline nos mostra um lado que não dava pra ver olhando com os olhos da Mare, ela nos apresenta sua perspectiva e quem é de verdade de forma magistral. E agora com as famílias tudo “traindo” o Maven a coisa toda da rebelião começa a pegar fogo em mais de um sentido. Todo mundo quer ser Rei, todo mundo que o poder. Nesse ponto deixa eu comentar umas coisas que já falei na resenha anterior, é como o Cal é um hipócrita e um babaca de marca maior e estou sendo gentil porque se eu usasse as palavras que estão na minha mente a censura ia ser um pouco maior. Eu realmente sou iludida por ele, e sempre me ferro assim como a Mare. Ele é um babaquinha de marca maior, e enquanto sei o que esperar de Maven, com o principezinho eu sempre me sinto enganada. Ele quer ser uma boa pessoa, mas ele é apenas quem ele é e ele não é uma boa pessoa. O que ele é de verdade é um hipócrita que gosta de dizer palavras bonitas, mas que não sente exatamente o que diz. Sempre e em cada um dos momentos em que ele deveria ter tomado uma boa decisão ele dá pra trás como o covarde que é e faz o que é melhor para ele, para seu povo, para a coroa. Evangeline é muito mais corajosa do que ele, Maven é muito mais honesto do que ele e Mare é muito mais homem do que ele. É fácil julgar a Mare,
Evangeline, Maven ou qualquer um que torne claro quem é e que dá a cara a tapa, mas com ele é complicado julgar porque ele é sempre o coitadinho, a vítima das circunstância que prega a igualdade e não hesita em escolher apenas um lado… o lado dele. Cara, quanto ódio tenho dele, quanto ódio eu tenho dele se deixar ser o boneco de fantoche que faz qualquer coisa que mandem pra nunca ter que decidir nada, porque sem decidir ele pode continuar usando essa proteção de ser a vítima. Ele é aquele cara preconceituosos que diz “oras, eu não sou racista tenho amigos negros” entendem o sentimento? “Eu gosto dos vermelhos, até namoro com uma sanguenova“. Eu odeio o Cal e tudo o que ele representa, pronto desabafei, porém poderia fazer um tcc com o tanto de xingamento que deixei de fazer.
“Mas eu já o vejo sendo tragado. Atraído. O poder seduz e cega a todos.”
Sobre o lado ruim podemos dizer que tivemos um início bem lento, é uma leitura mais psicológica do que de ação, mas não deixa de ser muito boa. Temos também bastante descrições, que para alguns pode ser algo incomodo. Contudo, sendo sincera não entendo porque as pessoas reclamam do excesso de detalhes, foram necessários pra contextualizar. É questão de costume assimilar essa forma de escrita com fantasia, não entendo a necessidade de que tudo seja dito de forma tão curta e cheio de lacunas. Quando a autora vem e escreve mais detalhadamente as pessoas ficam incomodadas. Eu não achei esse um problema, pelo contrário. Concordo que a parte onde enfatiza que Maven e Mare estão quebrados foi repetitivo sim, mas no geral as descrições foram partes necessárias. Eu ainda recomendo fortemente a leitura, estou ansiosa para o próximo porque o final foi assustador e intenso, espero de verdade a rebelião no último livro. Mas, já adianto que vou sofrer. É uma guerra e em guerras pessoas morrem, como já morreram por aqui e se existem pessoas com alvos, essas são as que eu mais gosto. Mare, tome cuidado.
“No meu coração, sei que não é verdade.
A guerra está longe de ser vencida.
Mas, pelo menos esta noite, posso ficar.”
Sendo sincera eu não esperava que fosse me apegar tanto neste livro, porém a forma como o poder é retratado aqui, como uma droga que faz mal mas todos desejam ardentemente, me conquistou. Algo que gosto muito nesta saga é que entendo o que eles pensam e como agem, mas isso não impede de que às vezes seja surpreendida com algo além do que eu esperava no enredo e isso é ótimo. Esse livro tem sido delicioso de acompanhar, mesmo que com ele eu tenha um monte de sentimentos jorrando, especialmente quando o assunto é o Cal. Espero que ele tenha um final digno, ou melhor, um final bem indigno que é como ele merece acabar. Evangeline e Mare por favor chutem a bunda deles! Sei que as duas perderam muito do que são, sei que o mundo tirou delas mais do que qualquer um poderia perder, mas espero de coração que virem esse jogo e devolvam pro mundo um pouco da merda que vocês aguentaram.
Oiii Angel tudo bem?
Infelizmente dessa vez a obra não despertou meu interesse, mas gostei muito de saber a sua opinião, parece ser uma ótima pedida, essa trilogia está fazendo muito sucesso!
Beijinhos
Olá! Menina, eu tô com muito medo de ler tudo na sua resenha, porque quando você botou o aviso de spoiler já dei um breque. Eu li só o primeiro livro e preciso me organizar para ler todos logo, mesmo que eu não tenha gostado muito da história em si. Enfim, é bem chato (ou não) quando a gente ama um personagem e depois ele vai e mostra que é um embuste, né? Mas por você ter falado que depois até gostou um pouco de Maven eu presumo que a autora nos mostrou um pouco mais da humanidade dele que acaba conquistando o leitor e eu espero me sentir assim também quando ler. Gosto quando a autora colocar descrições, desde que sejam necessárias… as vezes lemos algo tão importante que o autor deixou tão vago que a leitura fica bem confusa, né? Ainda bem que não é o caso (e da para perceber pelo numero de paginas que ela não poupou).
Oie
eu tive oportunidade de ler o livro mas acabei não lendo e trocando sem ler, porém é bem interessante o enredo e ouço falar bem da série, quem sabe em algum momento quando terminar todas as séries que tenho para ler eu não dê uma chance a essa
beijos
http://www.prismaliterario.com.br/
Oi, tudo bem?
Eu estou bastante ansiosa para ler esse livro, mas as resenhas contraditórias sobre ele acabaram me deixando com medo. Comprei na pré-venda e ainda não criei coragem.
Por tudo que você falou, acho que vou gostar bastante. Estou curiosa para saber mais sobre a Evangeline e o Maven é o tipo de vilão (ou quem sabe, anti-herói) que eu gosto. Só discordo das coisas que você falou sobre o Cal. Não sei como ele está nesse terceiro livro, mas nos dois primeiros eu conseguia entender o lado dele e a maioria de suas atitudes e não desejo um final ruim para ele não.
De qualquer forma, sua resenha me deixou mais curiosa e espero conseguir ler este livro ainda esse ano.
Beijos!
Bete o/ mulher eu ainda to tentando entender se quero ou não ler esses livros kkkk a cada resenha boa como a sua eu quero ler ai vem outras e eu desanimo, ai buda kk.
é, eu tbm não entendo quando as pessoas reclamam de descrições detalhistas, pra mim funcionam bem pq parece que tô realmente dentro da história…
mas sobre a obra em si, apesar de ver várias criticas positivas sobre a série, nunca bateu vibe pra ler…
bjs…
Oiii
Quero muito ler essa série. Ganhei o primeiro e o segundo e tenho amigas que falam muito bem! Gostei da sua nota, bom saber que a história continua boa mesmo no terceiro iivro.
Bjus
Oie,
Não li a resenha toda para não pegar spoilers dos livros anteriores. Não li nada da série ainda e, para ser sincero, não sei se vou ler. A Rainha Vermelha é uma fantasia distópica com um viés bem político, o que não é o meu estilo favorito, apesar do sucesso.
Beijos,
André | Garotos Perdidos