Nome em ascensão na literatura young adult, Marie Lu conquistou seu lugar nas listas dos mais vendidos dos EUA com as séries Legend e Jovens de Elite, ambas com direitos de adaptação para o cinema adquiridos por grandes estúdios. Sociedade da Rosa é o segundo volume da saga de fantasia medieval Jovens de Elite e mostra a jovem Adelina Amouteru com sede de vingança. Depois de ser renegada pela família, ela é traída por aqueles em quem confiou, e parte em busca de outros malfettos — sobreviventes da febre do sangue que, como ela, possuem dons fantásticos —, para formar um exército próprio e combater a Inquisição do Eixo. Mas o ódio e o medo que a alimentam podem levá-la por caminhos perigosos, e uma oferta tentadora vai testar a verdadeira natureza dos seus poderes e de sua personalidade. Uma sequência de tirar o fôlego para uma saga épica.
“Dê poder a uma pessoa e saberás quem é ela”, não poderia começar essa resenha de outra forma que não essa. Esse livro, não sei como falar dele. Quando eu penso em Sociedade da Rosa sinto que eu realmente não gostei, mas ao mesmo tempo alguns pontos bons foram muito interessantes. É um sentimento melhor do que o primeiro livro, esté é o segundo livro da trilogia Jovens de Elite, mas ainda assim eu estou com o pé atrás com esta trilogia que claramente está se voltando para adolescentes que perdem a atenção rapidamente e que se importam mais com o romance do que com a política. Pelo menos temos que dar crédito pra Marie por tentar algo novo, com uma protagonista vilã e eu aposto as minha fichas que no próximo livro, que é o final, o resultado vai ser trevas e é isso aí o que eu espero. Pode conter spoilers do primeiro livro.
“A partir de agora, eu ataco primeiro.”
Adelina é a mesma do último livro, um poço de insegurança com um poder capaz de assustar e afastar as pessoas. Ela começa o livro após ter sido abandonada pelos punhais e para digerir sozinha todos os acontecimentos recentes: o cara que ela amava morreu, corrigindo ela o matou, o grupo que ela considerava sua família a traiu e ela se torna uma fugitiva muito famosa no reino. Adelina almejou muito, conquistou algo e perdeu tudo. Eu fiquei com pena da Adelina no último livro, porque apesar dos seus defeitos ela não era uma má pessoa… só que agora após esse livro eu posso dizer com toda certeza que ela é uma pessoa má. Sua irmã Violetta agora está do seu lado e logo no início vemos a Adelina decidindo criar um novo grupo de jovens de elite, por isso elas partem e já começam caçando o Magiano. Do outro lado temos Raffaele, agora líder dos punhais, formando uma aliança com Maeve que quer ajudar os punhais em sua vingança contra a Rainha e que eles assumam o trono. Pra isso a Rainha do outro país mostra sua faceta como uma jovem de elite com um poder assustador capaz de mudar os rumos da história.
“Era uma vez uma menina que teve um pai, um príncipe, uma sociedade de amigos. Então, eles a traíram e ela destruiu a todos. “
Esse livro tem basicamente duas partes, a primeira da Adelina juntando seu próprio grupo talentoso e a Guerra. Sobre o seu próprio grupo, ela consegue isso através da força e, porque não dizer, crueldade. Adelina quer vingança, mas também quer ajudar os malfettos (crianças, com poderes ou não, marcadas pela doença), por isso ela acaba vislumbrando uma nova possibilidade na ordem das coisas: se tornar ela mesma a Rainha e resolver os problemas ela mesma. Quando ela consegue recrutar Magiano (o lendário Jovem de Elite) e mais um jovem de Elite chamado Sergio (que consegue fazer chover), além de um grupo de mercenários, seus aliados alcançam um poder tão grande quanto os punhais e eles partem pra batalha retornando para a capital com a meta de derrubar o governo. Essa segunda parte se torna uma corrida para ver quem vai conseguir ganhar o trono primeiro, Adelina ou os punhais com o apoio da Rainha rival? Façam suas apostas.
“O medo motiva, mais do que o amor, a ambição ou a alegria. O medo é mais poderoso do que qualquer outra coisa no mundo. Passei muito tempo ansiando por essas coisas — amor, aceitação — de que na verdade não preciso. Não preciso de nada, exceto a submissão que vem do medo. Não sei por que levei tanto tempo para aprender isso.”
Meu grande problema com o livro foi a facilidade que as coisas aconteceram para a Adelina. Foi muito fácil para nossa protagonista recrutar jovens talentosos e fortes, não só recrutar como ganhar a lealdade deles. Foi muito fácil derrubar um governo, matar uma rainha, entrar num castelo, começar e terminar uma guerra. Tudo era muito simples, mesmo querendo parecer que era difícil e isso me irritou muito. Todos os planos de Adelina davam certo, mesmo que dessem errado ou dependessem de algo absurdo pra serem bem sucedidos esse algo acontecia. Adelina ia se tornando mais e mais intragável a cada nova conquista, ela estava sendo irracional, mas as pessoas com medo da reação mimada dela não falavam nada até ser tarde demais. Ela fez muita merda que poderia ter sido impedida se alguém tivesse um pulso firme com ela, sei que a Violetta tem um enorme peso na consciência, mas ela tem que ter uma voz ativa. Não pode tentar compensar o passado sendo uma mosca morta E VENDO SUA IRMÃ SE DESTRUIR, queria tanto entrar no livro e dar uns tapas em um monte de gente.
Eu entendo a queda da protagonista pro lado negro, ela se tornando cada vez mais maliciosa, egoísta e má, mas eu preciso gostar dela pra acompanhar a história. Não é desculpa ser má porque todo mundo ama o Darth Vader hahaha. Eu entendia antes o quanto ela estava sendo magoada, o quão doloroso foi sua vida, mas o agora é ela quem faz a vida dela ser uma merda. Ela está matando lentamente qualquer luz que exista em seu corpo e destruindo a si mesma dando ouvido aos sussurros da escuridão que infestam sua alma. Era divertido ver isso, mas em algum ponto ela deixou de ser ela e eu perdi o interesse na protagonista. Além disso temos partes e mais partes com Teren, que eu não consigo vislumbrar como alguém diferente de Hitler. Chega num dado momento onde ele cria um campo de concentração de malfettos (jovens com poderes ou não que sobreviveram a febre de sangue) e por fim decide queimar todo mundo. Chocante? Sim, mas sendo bem sincera o pior foi ver todos os malfettos e suas famílias aceitando isso. Ninguém sequer tenta fugir, pelo-amor-de-deus que passividade é essa? É quase como uma aceitação, é tipo um okay vou entrar nessa casa aqui e morrer queimado porque não tenho nada mais interessante pra fazer hoje, #partiufogo. ARGH, fraqueza não é desculpa pra não lutar não.
” – Uma promessa – repito. – Para levar o medo a quem nos enfrentar. – Violeta hesita, mas só por um momento. – Para nos unir. Eu me comprometo com a Sociedade da Rosa – começo. – Até o fim dos meus dias.”
Um ponto interessante aqui neste mundo é que ninguém é bom de verdade, todo mundo usa todo mundo para alcançar seus interesses que é quase tipo a vida real mesmo. Adelina que foi usada agora usa os outros, os punhais que eram os mocinhos na verdade matavam aqueles que não tinham poder e quem comandava essas ordens era Raffaele e Enzo executava, Maeve que parece uma aliada queria na verdade usar os punhais pra invadir o país, as pessoas usam amor aqui como forma de manipulação e controle o tempo todo, laços não significam muita coisa e este é o mundo retratado no livro. Os fracos sofrem e os fortes oprimem, ver isso foi bem interessante.
Já o triângulo amoroso que veio surgindo do nada não convenceu, Magiano poderia roubar a cena mas foi impedido pela própria autora de brilhar. Ele era um suporte para fazer a Adelina parecer melhor e mais forte, mas eu conseguia sentir a possibilidade de serem algo mais ali entre eles. Preciso dizer que pelo menos Magiano e Adelina é bem melhor do que Adelina e Enzo. Deixa falar da guerra e o porque não conseguia engolir ela, todas as motivações eram infantis e ninguém planejou um passo além de matar a Rainha. Todo mundo neste livro é mentalmente instável e o que mais temos é a dramatização de coisas adolescentes. As pessoas não eram rebeldes lutando pelas suas vidas, estavam mais para camaradas de tribos rivais que eram inimigos no colégio mas se ajudavam fora dele e isso acabava com toda a tensão da revolução.
“- Escondê-la deixa você mais bonita – diz Magiano. Em seguida, afasta a mão, expondo minha cicatriz. – Mas mostrá-la faz você ser você. Então, use-a com orgulho.”
Preciso dizer que quando a Adelina estava pensando como uma adulta e sendo fodona com suas próprias forças eu realmente gostava dela, mas esses momentos eram cada vez menores enquanto lia. Sendo sincera eu não amei o livro, mas também não odiei. Enquanto corpos eram empilhados eu ainda queria amar aquele mundo e suas possibilidades. O final foi interessante porque a melhor coisa deste livro era a relação entre as irmãs, se algo vale a pena de verdade aqui são as duas juntas. Adelina e Violetta eram o que me prendia cada vez mais, mesmo com os problemas de comunicação a relação delas era interessante e eu queria ver mais, não me arrependi desse relacionamento.
No geral é um livro fácil de se ler, sem muito conteúdo trabalhado e que agrada diversos públicos com seus momentos de diversão, mas que é mediano no geral. E sim, eu ainda vou ler o terceiro.
Oi!!
Não li a resenha na íntegra porque eu ainda quero ler o primeiro e depois esse e não quero pegar nenhum spoiler eu influenciar a leitura, eu já li a trilogia legend e gosto bastante dos livros da autora.
Uma pena que o segundo livro tenha te decepcionado em alguns pontos, mas quase sempre encontramos alguns pontos que não agradam tanto.
Espero poder ler logo os livros.
Beijão!
Oii
Essa autora tem um histórico muito bom de sucessos, e a premissa desse livro, assim como os outros lançados me deixou muito interessada.
Vou pesquisar mais sobre essa série/saga mas de início acho que vale a pena arriscar.
Oi, tudo bem?
Tem um tempo que desejo ler “Jovens de Elite”, mas pelas resenhas que li acabei postergando. Esperava que as avaliações sobre “Sociedade da Rosa” fossem melhores, me motivando a começar essa série. Mas, pelo que você falou, esse segundo volume também tem seus problemas. Ainda estou em dúvida quanto a ler essa série ou não, mas como você falou que o livro é fácil de ler e que ainda tem esperança em relação ao terceiro, talvez eu acabe dando uma chance.
Beijos!
Oiii Angel, tudo bem?
Infelizmente dessa vez a obra não despertou meu interesse, não sou muito chegada nesse tipo de obra, só gostei realmente da capa, ótima resenha.
Beijinhos da Morgs!
Olá, tudo bem?
Se fosse pela capa eu com certeza compraria esse livro, mas infelizmente esse não é meu estilo de leitura. Estou numa fase mais romance clichê sabe? Mas para quem curte o gênero a dica é ótima. Parabéns!
Oi, Angel!
Eu até gosto de Young Adult, mas a premissa desse livro não me cativou. Prefiro quando as narrativas são bem desenvolvidas e os personagens são consistentes. Quando o autor não desenvolve e explora bem a trama fico com a sensação de frustração. Talvez essa não seja uma leitura para mim.
Beijos,
Rafa [ blog – Fascinada por Histórias]
Oie
apesar dos pontos negativos, parece ser uma boa leitura para amantes do gênero, não é o meu caso então vou deixar a dica passar mas parabéns pela resenha
beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Oi!
O primeiro livro não tinha me interessado, mas aí comecei a ler resenhas bem positivas desse segundo e estou com os dois para ler.
Uma pena que você não tenha gostado tanto assim, é realmente chato quando as coisas acontecem rápido e fácil demais mas por outro lado é bom porque não tem tanta enrolação rs
Beijos!