No aguardado desfecho da série A Rainha Vermelha, descubra qual poder sairá vencedor depois que a tempestade de guerra passar.
Mare Barrow aprendeu rápido que, para vencer, é preciso pagar um preço muito alto. Depois da traição de Cal, ela se esforça para proteger seu coração e continuar a lutar junto aos rebeldes pela liberdade de todos os vermelhos e sanguenovos de Norta. A jovem fará de tudo para derrubar o governo de uma vez por todas — começando pela coroa de Maven.
Mas nenhuma guerra pode ser vencida sem ajuda, e logo Mare se vê obrigada a se unir ao garoto que partiu seu coração para derrotar aquele que quase a destruiu. Cal tem aliados prateados poderosos que, somados à Guarda Escarlate, se tornam uma força imbatível. Por outro lado, Maven é guiado por uma obsessão profunda e fará qualquer coisa para ter Mare de volta, nem que tenha que passar por cima de tudo — e todos — no caminho.
Esse ano eu segurei a leitura de 3 livros até o máximo que pude, inclusive entrei numa ressaca que não conseguia pegar esses livros pra ler nem por decreto. Eu olhava pra eles e me sentia triste e isso é porque TODOS ELES ESTAVAM ACABANDO E EU NÃO QUERIA ME DESPEDIR! Ler os últimos livros de séries que amei tão intensamente é ao mesmo tempo um prazer e uma tortura, mas a Companhia das Letras foi muito cruel em terminar a séries: Rebelde do Deserto e A Rainha Vermelha no mesmo ano… ME SINTO ABANDONADA!!! Já digo que vou jorrar elogios pra esse livro, se você não curtiu é uma pena porque do meu lado é só amor. Mare e Evangeline ♥ Vamos juntas. Essa resenha tem spoilers do livros anteriores!ainda
Escolhas precisam ser tomadas, agora que Maven foi afastado é preciso por ordem na casa. Mare acredita que Cal irá fazer a coisa certa salvando não apenas os prateados, mas também os sanguenovos e os vermelhos. Porém quando o peso da coroa e a tentação do poder conseguem seduzi-lo as coisas desandam totalmente e a aliança… bem ela obviamente vai acabar. Entre salvar vidas, libertar o povo e matar Maven, este mundo entra num caos de guerra, traições e mortes. Será que Mare vai ser capaz de salvar o mundo? Ou melhor, será que ela vai ser capaz de salvar pelo menos a si mesma?
“Imagino que Cal não tenha ideia, nem uma suspeita, de que a Guarda Escarlate e Montfort não têm a menor intenção de deixar que permaneça em qualquer trono que assumir. Imagino que se importa mais com a coroa do que com o que qualquer vermelho pensa. E imagino que não devo mais chamá-lo de Cal.
Tiberias Calore. Rei Tiberias. Tiberias VII.”
Neste livro podemos acompanhar o andamento da história por diversos lados porque temos capítulos narrados por Mare, Evangeline, Iris, Cal e Maven, ou seja, todos os lados divididos entre ‘bons’ e ‘maus’. O livro começa com as preparações para a guerra final com o rei fugido, Maven e a sua rainha Iris, e temos do outro lado o nomeado ‘verdadeiro rei de Norta’ o Cal, apoiado por alguns prateados e a guarda vermelha encabeçada por Mare. Mas, e este ponto se iniciou no final do livro anterior, aqui temos uma separação. Cada teve que escolher a bandeira que ia defender e com ela a cruz que teria que carregar, Mare escolheu os vermelhos e Cal, mas o Cal não teve essa capacidade já que ao invés da Mare escolheu a coroa e os prateados. Existia a possibilidade de ter os dois, bastava criar justiça… mas foi difícil para o Tiberias Calore fazer essa escolha e por isso ele escolheu o que foi criado pra escolher: o poder e a coroa. Que é basicamente o que o Maven escolheu e foi classificado como um monstro maluco
(não que ele não seja um maluco total e tal), mas a Iris, sua esposa, está um pouco além e planeja unificar, sob os pés de seu país natal, ambos os reinos. Em resumo, uma bagunça só de cão comendo cachorro.
“Demoro para olhá-la. Para ver Mare Barrow como é agora. Não como me lembro. Não como gostaria que ela
fosse. Minha. Mas Mare não pertence a ninguém, nem mesmo ao meu irmão. Me consolo com isso. Estamos sozinhos juntos, eu e ela. Nossos caminhos podem ser terríveis, mas nós mesmos os fazemos.”
Quando Cal faz sua escolha ele perde a Mare, quando a coroa pesou mais do que o amor eu entendi o Cal, mas não consegui aceitar de forma alguma, e ser prateado não é a justificativa porque a Evangeline fez o que deveria e se esperava fazer em nome de seu amor. Pra mim o Cal nada mais é do que tudo que o Maven falava que ele era, uma pessoa egoísta disfarçada de uma pessoa generosa e que se vitimiza o temo todo porque ele é tãoo bonzinho e tãoo digno de pena e que só faz as escolhas certas mas sempre tudo dá errado porque o mundo odeia ele mimimimi. Conforme eu disse, eu entendo que ele por ser prateado não queria, mesmo que não diga isso claramente, dar a igualdade aos vermelhos que ele aprendeu que deveriam servir, ele poderia fazer concessões mas a hierarquia deveria continuar. E quando as verdadeiras caras aparecem, é engraçado como geral trai geral e os traídos sempre se ofendem hahahaha. Mas cada um, e todos eles, estão fazendo o que acreditam ser certos e a melhor escolha que poderiam fazer nesta situação de merda. Todos que lutam pelo trono acreditam merecer, todos que possuem poder acreditam ser os reais detentores dele e todos que fazem as maquinações estão ali pelo bem maior, mesmo que isso signifique mentir, manipular, matar. O livro nos faz questionar sobre o certo e o errado, claro que sabemos que as vítimas reais da história são os vermelhos, mas sabe o pior do livro? Não ter um real vilão, não é como se existisse um, são apenas pessoas que acreditam em coisas diferentes. É óbvio que temos uma vítima clara, os vermelhos que são escravizados, mas quando os prateados passaram a vida acreditando que são melhores, é fácil entender da onde vem a opressão deles, a cultura deles. Não consegui odiar nenhum dos personagens, tá eu meio que não gosto do Cal porque ele é hipócrita,
mas beleza. Entre a preparação pra guerra, manipulação, ataques, planejamento e traições a batalha final vai acontecer. E quando acontece, foi bem digno porém não tão espetacular quanto eu esperava. E gostei disso, porque foi real, não dá pra se ter um herói que vai salvar tudo, ou milagres, guerra é apenas morte e não uma coisa divertida.
“Esse mundo é uma tempestade que ajudei a criar. Todos ajudamos, em maior ou menor proporção. Com passos que não podíamos calcular, por caminhos pelos quais jamais imaginamos caminhar.”
Acompanhando toda a história, todo o universo que aprendi a amar com este livro desde o primeiro A Rainha Vermelha eu posso afirmar que esse final foi satisfatório. Poderia ter sido espetacular, mas pelo menos não foi decepcionante. Foi um final mais ou menos aberto, respondeu muitas perguntas porém não tudo. Sei que eu desejaria muito mais, e também torci prum final diferente, porém a forma como a autora finalizou foi consistente e boa, cumpriu o propósito e não estragou toda a série. É um livro realista sobre a guerra, são muitas conversas, alianças, traições, planos, para finalmente termos uma batalha que acaba mais rápido do que deveria ou nada da forma como esperava, igual na vida real. Li muito que as pessoas reclamaram de ser lento, mas eu credito isso ao fato de ser mais realistas do que as fantasias comuns e isso é mérito e não um problema aos meus olhos. Era mais sobre pessoas, sobre seus sentimentos e sobre quem eram, entendo que essa escolha reduziu o tempo dos super poderes porém adorei isso porque pude conhecer realmente os personagens. Eu gosto quando vejo as pessoas envolvidas, eu conseguia entender a motivação de cada um e esse foi um mérito maravilhoso do livro. Ninguém era inocente, ninguém era culpado, estavam todos lutando pelo que acreditavam e isso é assustador de se pensar, porque no lugar deles talvez nosso comportamento fosse o mesmo. Por isso que digo que neste livro não tivemos vilões, apenas humanos que sangravam independente da cor do sangue.
“Aos treze anos, deixei Elane em pedaços na arena de treino. Pelo meu pai, por ao menos uma chance da aprovação dele. […] Mas eu não faria isso com ela agora. Não poderia machucá-la por ninguém neste mundo, mesmo com os melhores curandeiros para cuidar dela. Nem pelo meu pai, nem pela minha coroa. Se ao menos Calore se sentisse assim em relação a Mare. Se ele a amasse como amo Elane.“
Vamos falar dos personagens, e não podia começam com outra pessoa senão a Mare, eu amo ela. ELA É PROBLEMÁTICA, IMPERFEITA, MEDROSA EM MOMENTOS QUE NÃO DEVERIA, CABEÇA DURA, ORGULHOSA e um monte de outras coisas, mas ela é humana. Ela é sincera com ela mesma e ela cresceu, aprendeu a ser mais a Mare do que a garota relâmpago dos livros anteriores. Ter abandonado o Cal significou muito pra mim, porque eu sabia que ela o amava, mas ele não era suficiente pra que ela abrisse mão de todas as outras milhares de pessoas que sangrariam vermelho enquanto ela se tornava a mulher dele que nem podia ser a sua rainha. Eu amei que ela estava quebrada, o que Maven fez com ela não se cura rapidamente, agradeço a autora por ter respeitado isso. TRAUMAS NÃO SE CURAM MAGICAMENTE, especialmente porque Maven fazia tudo aquilo por um amor, doentio e retorcido, mas ainda assim um amor. Eu sinto que eu posso dizer que esta personagem viveu muito e cresceu demais, eu sou grata de ter acompanhado isso. Sobre o Cal, é um babaca pra dizer pouco. Ele, assim como no livro anterior, não conseguia deixar de ser a realeza, ele não podia abrir mão daquilo porque era o mais importante da vida dele. Enquanto todos estavam dispostos a fazer sacrifícios, ele não poderia. Não tiro o mérito dele ser um corajoso guerreiro, dele ser uma boa pessoa na maior parte do tempo, ele é um cara legal, mas ao mesmo tempo é o pior personagem deste livro. Alguém que era incapaz de tomar suas decisões sozinho, exceto a principal: de ser rei. Ele sacrificou tanta coisa, tantas pessoas apenas por um trono vazio. Valeu à pena? Eu sei que a Mare o ama e precisa garantir que ele esteja vivo, MAS não acho que ele mereça nossa protagonista e eu amei o final. Bom pra quem gosta, mas o Cal pra mim foi o mesmo que pensei no livro anterior,
e afinal ele escolheu a Mare quando não existia outra opção. Não vou falar muito do Maven porque eu o amo, ele era destruído de uma forma impossível de consertar, mas eu sentia que ele pedia tanto por ajuda. Todas as vezes em que ele arruinava seus planos apenas por mais um vislumbre da Mare ou do seu irmão, eu só queria abraçar ele.
Ele era o mais próximo de um vilão e que não era ruim, não dava pra odiá-lo quando tudo que ele se tornou foi por culpa de outras pessoas. Quem ele era, quem ele poderia ser… eu queria mais pra ele. Achei que ele merecia um final mais digno do personagem. MAS apesar de tudo ele ainda fica no meu top 3 melhores personagens. Evangeline foi o personagem essencial pra mim, a melhor personagem neste livro e, que pese meu amor pela Mare, neste livro ela é meu top 1. Ela era má de uma forma não odiosa, ela fazia o que foi treinada para fazer. Mas da forma bizarra e malvada dela é difícil você não amá-la, especialmente quando da sua forma ela vai quebrando seus próprios preconceitos e a amizade dela com a Mare foi uma das coisas mais bizarramentes fofas do mundo. Ela não fingia o que não queria e ela não aceitava menos do que merecia, essa mulher e seu amor me convenceram, eu torci por ela e Elaine. Ela fez o que Cal deveria ter feito, e por isso eu respeito ainda mais essa mulher maravilhosa.
“Meu irmão e eu temos algumas coisas em comum, no fim das contas. Ambos queremos a coroa e ambos estamos dispostos a sacrificar qualquer coisa para tê-la. Mas pelo menos eu, nos meus piores momentos, quando a miséria ameaça me sufocar, posso culpar minha mãe por isso. Quem ele pode culpar?
E, por algum motivo, eu é que sou chamado de monstro.“
Vamos ao lado ruim do livro porque apesar do meu amor nem tudo são flores, em muitos momentos a leitura é lenta e não dá pra negar isso com 704 páginas. O final foi aberto demais, muito foi dito antes, mas pouco foi dito depois da guerra acontecer. Gostaria também de que tivesse tido pelo menos uma explicação de como surgiram os vermelhos, prateados e os sanguenovos, nem que fosse uma explicação de Deus fez assim hahaha. Queria que a autora falasse sobre como essa balança de desigualdade surgiu e como se formou o Reino do jeito que é, tanto se falava de Julien
(personagem chatooooo) ser um estudioso deste mundo mas nada foi realmente acrescentado no livro com suas pesquisas históricas. Gostaria também que tivesse tido mais momentos emocionantes no livro, porque o título meio que me dava essa sensação de grandiosidade e no fim as coisas foram bem na média do que já havíamos visto nos anteriores. A real é que prum final queria mais assertividade e menos indecisão, porém não me decepcionei e isso já compensou a leitura. Vi muita gente reclamando sobre o nome da série que não faz sentido, mas se o nome fosse outro seria spoiler do final não é amiguinhos? Não vamos inventar motivos pra reclamar também hahaha.
A capa é maravilhosa como todas as outras da série. O material também é ótimo e, apesar da quantidade de folhas, o livro não é pesado então tá de boa pra ler confortavelmente. Eu vivi muitas coisas com essa série e me diverti bastante com ela, sei que muitos não gostaram por se muito política, mas esse era um dos motivos de eu amar essa série. Quem não ama quando os oprimidos tentam mudar o jogo? O poder feminino neste livro é forte, e seja pra construir ou destruir, elas estão lá agindo sempre e sempre. Outro ponto maravilhoso que devo dizer aqui é sobre a forma como a sexualidade é retratada, não foi preciso fazer alarde porque amar alguém é normal e o sexo da pessoa que recebe esse amor é irrelevante. ♥ Ponto pra autora demais nisso. De muitas formas o final foi bom, mas não pareceu todo um final. Pensei que a autora poderia continuar essa saga em uma parte dois e isso seria o máximo, eu adoraria ver mais da Mare e da Evangeline. Cal… é ele eu passo. Eu recomendo essa série pra quem gosta de conspirações e tramas políticas, de rebeliões e guerra, com algumas pitadas de relacionamentos por aqui e por ali. Este é um livro muito sobre pessoas, e se você gosta disso vem comigo que eu também adoro.
ps: meu único arrependimento real é que o Maven não teve uma redenção, ele merecia.
[mc4wp_form id=”26998″]
Eu não gosto muito de distopias e já percebi que sempre tenho um grande problema em me envolver com esse gênero, por isso nunca li essa série, mesmo achando as capas maravilhosas! Fico feliz que o desfecho da série tenha te deixado tão feliz e só com elogios, mesmo que um pedaço do seu coração tenha ficado lá nos livros. Afinal é sempre gratificante – de partir o coração – quando finalizamos uma série, né?
Olá, tudo bem? Temos sentimentos opostos com relação a esse livro. Primeiro que gosto demais do Cal, justamente por ele ter uma realidade e se agarrar ela até o fim, sendo ele mesmo. Mare apesar de transparecer ser uma personagem bem real, suas constantes mudanças não me agradaram. E o final aberto é o que mais me dói, porém acho que agora com Trono Destruído, minhas dúvidas serem findadas. Enfim, AMO a série, mas não acho que seja uma das melhores, comparados com A Rebelde do Deserto e outras lançadas pela editora. Ótima resenha!
Oi, adorei conferir suas considerações sobre o volume final da série, e suas opiniões sobre os personagens, pena que o final deixou algumas coisas em aberto. Eu só li o primeiro livro lá na época do lançamento, mas quero finalizar a leitura de todos futuramente. É tão ruim ter que se despedir de uma série, né?!
Eu só li o primeiro livro dessa série e fiquei encantada com a construção do Maven. O leitor já podia perceber que era personagem cheio de camadas. Adorei sua resenhas pois pude ver mais um pouco de personagem que conheço. Espero um dia terminar essa série. Por
É tão gostoso terminar uma saga que amamos, mesmo com tanto sofrimento por se tornar orfã da mesma.
Eu gostei de alguns pontos do seu texto que me deixaram até curiosa para continuar a ler, mas sinceramente não sei se a saga em si é para mim. Adoro a temática politica mas o romance me irrita tanto que para mim estraga todo o resto.
Enfim, para ser sincera torço para ter um filme.
Silviane, blog Memento Mori• Siga no Instagram: @kzmirobooks