Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa nunca sai em toda minha vida. As únicas pessoas com quem convivo são minha mãe e minha enfermeira, Carla.
Eu estava acostuma com minha vida até o dia que ele chegou. Pela janela olho para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano.
Ele me pega observando-o e me encara. Encaro-o também. Descubro depois que seu nome é Olly.
Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.
Corocs! Vocês estão bem? Hoje farei uma resenha que pretendo que seja curta, mas vocês me conhecem, né?
Se baixar o espírito da escrita nos meus dedos, nada posso fazer… sorry.
O livro de hoje é curtinho, você lê em um sentada e ainda é dividido em capítulos bem diferentes, quase como um diário (também possui muitas imagens, o que acaba agilizando ainda mais a leitura).
O mais legal dessa história é que ela passa um ar fofo e feliz, mesmo sendo um tipo de Young adult com assuntos fortes. O mote central do livro trata daquela doença conhecida como “criança na bolha”.
Venham comigo!
“Madeline: Eu jamais imaginaria que matemática é a sua matéria preferida.
Olly: Por que não?
Madeline: Eu não sei. Você escala edifícios e pula sobre as coisas. A maioria das pessoas são boas com o corpo ou com a mente, não com ambos.
Olly: Esse é um jeito legal de dizer que você me acha idiota?“
Essa é uma história muito fofinha que começa de um jeito irresistível, pelo menos pra mim. Aliás, eu comprei esse livro por saber da existência desses detalhes que sempre amo em qualquer enredo.
O negócio é: amo histórias em que as pessoas se conversam por bilhetes, e-mails e etc. Além de achar que isso faz a leitura fluir, acho que acrescenta a minha ansiedade de um contato a mais.
Madeline, mestiça de pai negro e mãe japonesa (imagina a lindeza e a representação dessa menina), é uma garota que viveu a vida INTEIRA presa em casa. Dezoito anos encarcerada por conta de uma doença chamada de IDCG: Imuno-deficiência combinada grave. Basicamente, ela tem alergia a tudo. Sendo assim, ela estuda em casa e só conversa com sua enfermeira e com sua mãe.
Seu pai e seu irmão morreram em um acidente, o que faz com que a mãe de Madeline seja bem protetora, chegando a estressar. Porém ressalto que o relacionamento de mãe e filha é a parte mais emocionante dessa história. É muito bonito ver o quanto as duas se amam e mesmo que Madeline se sentisse injustiçada e reprimida, ela nunca deixou de amar a mãe e entender os motivos dela para tanta proteção.
Aliás, a Madeline era tão boa nesse quesito que me dava até raiva. Caramba, eu sou a louca. Eu já daria um chilique, mesmo sabendo que minha mãe só quer me proteger. Acontece que se você é um ser humano, tem hora que você explode, né? Eu pelo menos… Mesmo que não dê em nada. Enfim, Madeline é guerreira. Ela não ergue a voz para a mãe.
Um belo dia uma família se muda para a casa ao lado (já me conquistou daí) e chama a atenção de Madeline por conta de uma pessoa: Oliver (eu amo esse nome).
Olly, como é conhecido, é bem ativo e curte um Parkour. Enquanto Madeline está na janela, bisbilhotando um resquício de vida lá fora, ela observa Olly se pendurar pela casa, mas se afasta assim que ele a nota ali.
E é daí que surge o envolvimento de ambos. Madeline e Olly começam a se falar através de mensagens pela janela, depois através de e-mail, até se sentirem tão atraídos para pensarem no “e se?”. E esse é um grande problema. Não existe um “se” na vida de Madeline. É aquilo que ela vive ou é a morte.
“- Meus pais acreditam em três coisas: família, educação e trabalho duro. Por “família”, eles entendem um homem, uma mulher, duas crianças e um cachorro. Por “educação” eles querem dizer curso universitário de quatro anos, e “trabalho duro” significa nada que envolva arte. (…) Como vou contar a eles que seu primogênito quer se tornar um Freddie Mercury afro-americano?“
Confesso que não entendo muito dessa doença, mas minha mente criava trocentas soluções para resolver a questão. Assim como a enfermeira, por que Olly não podia tomar um jato de sei lá o que para ficar com a Maddy? (Na casa de Madaline tem uns equipamentos para se desinfetar antes de entrar na casa, tanto que a enfermeira, o professor e a mãe de Maddy usam).
A mãe de Maddy é super metódica e ainda por cima é médica. Ela não curte sair do “roteiro” e percebe as mudanças no temperamento da filha, questionando-a sempre. Já a enfermeira, Carla, é mais mão aberta com Maddy, afinal, ela tem uma filha na mesma idade e entende os problemas dos hormônios, ainda mais vindo de uma jovem que nunca teve nada além daquela casa.
Outra coisa que me incomodou, embora seja chatice minha, é que achei a Maddy muito precipitada, no sentido de não conseguir esconder sua mudança comportamental da mãe. Eu entendo que ela é jovem, impulsiva, como um adolescente, e some a isso o fato de que ela nunca teve nada como um Olly na vida. Porém, por favor, né? Parcimônia! Quer que dure, então seja mais estratégica! (Olha eu ensinando a ser rebelde hahaha).
A mãe da Maddy só percebia por conta da filha não conseguir se segurar, cortando aquela rotina de 18 anos do nada e quase todos os dias para poder conversar com o Olly na internet. Aí fica difícil, não? Faz um dia sim, outro não. Ou horários mais alternados… sei lá.
Enfim… não posso mais falar da história sem dar spoiler. Porém fica aqui a minha dica de que o livro vale muito a pena e que é uma fofura só.
Tirei uma estrela da classificação por algo que não gostei no desfecho da história. Aliás, preciso falar sobre isso.
“Talvez crescer signifique desapontar as pessoas que você ama.“
Acontece que fui surpreendida com algo muito mais profundo do que o livro estava propondo. E eu adorei isso, afinal, um livro para adolescentes abordando temáticas como: pai agressor, doenças e juventude, é bem legal. Porém, teve um algo a mais nisso aí, algo que criou um tema totalmente diferente. Foi bem inesperado, preciso dizer (ou eu que sou mané e só fui perceber no final). De tão imprevisível, ficou parecendo mentira. Mas okay, eu gostei ainda assim, por ter acrescentado um outro problema maior ao livro: a depressão.
Porém, o final me jogou essa bomba na mão e terminou como se nem fosse uma bomba. Como se a Maddy não se importasse com mais nada.
Gente, pera… Dezoito anos de uma vida não seria fácil de se jogar fora assim…
Por mais que o final tenha puxado um gancho do começo do livro (amei), ainda assim fiquei frustrada como as coisas se findaram. E eu sei que vocês estão pensando num final dramático e que estou dando spoiler, mas não. Acreditem, não estou. Como disse, o livro é fofo.
É isso, Corocada! Leiam e apreciem!
Beijos.
Vi uma notícia de que pode sair um filme desse livro em breve!
Olá Debora, tudo bem?
Estou louca para ler esse livro, infelizmente na minha lista de compras tinha alguns na frente por isso não adquiri ainda, mas irei em breve. Sua resenha só me deixou ainda mais ansiosa. Parabéns!
Olá, esse livro parece ter um drama bem fofinho e imagino que igual a você eu criaria milhares de possibilidades que resolveriam esse problema entre os dois *-* Adorei a dica.
http://meumundo-meuestilo.blogspot.com.br/
Olá
eu quero muito ler esse livro, desde que lançou e parece ser muito interessante, vi vários elogios e estou cada vez mais curiosa apesar de ser suspeita pois amo esse gênero de leitura, que pena que tiveram uns pontos não tao bom mas mesmo assim to louca para ler ainda hahaha
beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Uau!!
Parece ser um livro bastante surpreendente… Eu fiquei curiosa com a história, sinceramente gosto de romances meio “milagres”, com um ou os dois personagens estão gravemente doentes… soa um pouco trágico mas me interessa bastante..
Parabéns pela resenha
Sabe que eu não achei a Maddy precipitada? Quer dizer, eu entendo bem o motivo de ela ser assim – 18 anos de mesmice e de repente algo que a tira do eixo? Não teria como se controlar hahahah
E por isso que eu meio que esperava o final.. Não como aconteceu, mas desde que ela foge e nada acontece de cara a pulga atrás da orelha de que não era bem assim se instalou, então só fui pega de surpresa pelo motivo da mãe – no estilo já estava odiando ela e aí a compreendi também…rs
É um livro muito fofo e muito amorzinho. Eu super amei… e adorei sua resenha 🙂
Beijinhos,
Lica
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